Capitulo 58

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Genesis

Ouco os barulhos de trovões fortes  e abro meus olhos meio sonolenta  ainda, observo lá fora e está chovendo muito, mas para além  dos trovões tem uma música  suave vindo de algum lugar  da casa, sento na cama  mas logo me arrependo  quando sinto uma dor no meio delas, trazendo a tona as lembranças de ontem, sorri e morde o lábio era mesmo real e não um sonho.
Retiro o lençol  que cobre meu corpo e saio da cama, coloco uma camisa qualquer que acho  e sigo o som suave que reverbera pela casa. Ando por todo apartamento até parar na porta da sala de estar e ver o Mat tocar piano  lindamente, ele estava de costas para mim e muito concentrado  na música que produzia. Fiquei admirando ele e sorri, ele é lindo e delicado em tudo que faz.

Fiquei tão distraída ouvindo a música  que nem percebi quando ela parou.

- Bom dia.- como ele sabia que eu estou aqui se ainda está virado?

- Como sabias que eu estou aqui? - me aproximei dele devagar e sentei ao seu lado, mas com o leve desconforto, me remexi.

- Estás bem? - olhei para ele que ostentava  um sorriso brincalhão e malicioso no rosto.

- Perfeita.- menti, eu não daria a ele o gostinho  de se achar o melhor do mundo.

- Vem aqui.- me  puxou para seu colo e colocou o rosto no meu pescoço.- Estás bem, mesmo?

- Sim, estou  perfeita.- comecei a acariciar  seus cabelos com uma mão e com a outra tocava  as notas ao meu alcance.

Ele me acompanhou e começou a tocar também, formando notas bonitas que imaginava vendo as cores e elas dançando bonito, como um arco iris de notas sintilantes, que quando misturadas a nossas vozes, elas brilharam mais, enchendo meu coração de felicidade e plenitude, tornando tudo tão bonito, que transbordava a paz.

Sorrinos um para o outro, nossos olhos  brilhando e fixando diretamente um para o outro sem se importar com a chuva e os trovões  lá fora. Aqui dentro  éramos só  eu e ele em nossa bolha perfeita e maravilhosa, sem mais nada nem ninguém.

Nossas vozes foram acalmando  e baixando, até que paramos completamente de cantar e tocar.

- Meu dia ja está perfeito.- ele sorriu e lhe dei um beijo na bochecha.

- Tenho fome.- resmunguei e ele riu.

- Eu sei, vamos lá alimentar você.- me carregou no colo  até chegarmos a cozinha e me pos sentada  em um dos banquinhos.

Ele foi até o outro lado  e começou a mexer nas panelas e fogão e só agora percebe que ele estava  simplesmente  com a boxer preta e mais nada. Apesar  do frio causado pela chuva, aqui dentro  esta quentinho  e  calminho. Morde o lábio e fixei mais meu olhar nele.

- Para de me olhar assim.- olhei para ele  de cima para baixo e morde o lábio  de novo.- Não estás dorida, não?

- Nem um pouquinho.- na verdade  estava, mas Jesus ninguém  resistiria  a esse homem nas suas condições normais.

- Não estavas com fome?

- Hum e muita.- eu nem olhava mais para o seu rosto, só queria voltar a ter o seu corpo bem no meu, apesar dessa dorzinha.

Ele se aproximou e me pegou no colo, me fazendo sentar na ilha.

- Não se ninfomaníaca, porque se eu pegar você, não vas alimentar-te agora.

- E quem disse que eu quero comida? - ele sorriu e mordeu o lábio.

- Já quê é assim.- foi ao fogão e desligou  tudo voltando para mim - Agora não  teremos interrupções.

Tirou-me da ilha e caminhamos até o quarto de novo, ele pegou o celular e encomendou comida de um restaurante  e sorri ainda mais.

Olhos vermelhos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora