Capítulo 48

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Genesis  

Infelizmente o dia  de voltar chegou, não  queria  sair  daqui nunca, mas tudo que é bom  dura bem pouco. O mais  difícil  foi me despedir  da Tempestade, minha selvagem quê  eu não  voltaria  a ver por um bom  tempo. Abracei  e beijei  ela várias  vezes, antes  de ir. Me despede  do Pablo com um beijo e um desenho  e sube no carro.

- Que  viagem maravilhosa. 

- Realmente.- Nick e eu sorrimos e conectamos nossos celulares  no carro  e "Just like fire  " começou a tocar e nós começamos  a saltar no banco  que  nem loucas, essa música era animada demais  para ficar parado.

- Ei, fogo?! -  Gustavo, gritou  e nós  rimos.

- Prontas para ir?

- Sim!- gritamos e rimos.

Gustavo, deu partida no carro  e começamos  a nos afastar  da fazenda, sentiria  saudades desse lugar  incrível. 

Começou " Yellow" e saltamos  de novo,  por isso adoro  viajar  com meus irmãos e amigas, a viagem  é  sempre animadas e divertida.
Durante o caminho dormimos, comemos, dançamos, rimos e depois de quatro horas agitadas  chegamos ao Rio.

Deixamos  as meninas  em suas  respectivas casas  e fomos  para a nossa casa. Logo que chegamos  saltei do carro e corre para o meu quarto.

Tirei a roupa, entrei  no box  tomei  um banho relaxante e refrescante  e sai. Abre o closet e escolhi  um vestido preto justo  no colo  que cobria  todos os meus membros  superiores e batia  até  depois do joelho, coloquei  um salto  médio  e desce.

- Onde  vás princesa?

- Ao cemitério.

Mamãe  me olhou  com pesar e assentiu, sai e logo avistei o carro do Mat, na entrada. Me aproximei  e entrei.

- Oi.

- Oi.- selei nossas lábios em um beijo rápido.

- Onde é?- coloquei o endereço  no GPS e ele deu partida no carro.

Avistei uma floricultura e pede para que parasse, desce  comprei dos buquês  de lírios  e voltei a entrar. Fomos o caminho todo em silêncio e agradece por isso.

Chegamos no cemitério, mas antes de descer ele apertou minha mão na sua e sorri fraco  para ele. Descemos e caminhamos entre os túmulos  até chegar a dois em especial.
Respirei fundo controlando  as lágrimas e me abaixei tirando as flores mortas  e colocando  os lírios. Chamei o Mat, com a mão e ele se aproximou. 

- Geralmente faço isso sozinha, pois gosto de estar aqui com eles a sos. Contudo..- respirei  outra  vez, mas não consegue conte-las.- Mat, esses são Henrique  e Andreia, as pessoas mais importantes  para mim.

- Olá, mesmo já  estando  no céu.- sorri fraco e me virei  para as lápides.

- Andrea  tinha nove anos quando  morreu e Henrique onze. Nós  crescemos  juntos  no hospital, eles eram  crianças  bem loucas  e arruaceiras.- não  conseguia  controlar  as lágrimas  por mais  que  quisesse.- Andrea tinha  problemas cardíacos, como eu..- ele apertou meus ombros.- Mas uma noite, o coração dela não aguentou  e teve uma parada cardíaca  que  a levou  desse mundo - solucei não  aguentando a dor das memórias - Foi a pior noite minha vida. Doeu muito saber que eu já  não  teria ela aqui para mim, não teria seus abraços, não rezariamos mais juntas, minha cama de noite já não estaria bagunçada por ela fugir do quarto dela e se refugiar no meu por ter medo das tempestades.
Solucei  e as lágrimas continuaram caindo sem parar.

Olhos vermelhos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora