Capítulo 17

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Matthew

Quem essa menina pensa que é  para falar comigo desse jeito e ainda sorrir assim, eu não me importava  nem um pouco  com os sorrisos  que  meus irmãos  davam eu só  queria  mostrar para essa mimada quem manda, e que ela não podia falar assim comigo, ela não podia.

- Olha como falas pestinha irritante

- Ou? - ergueu  a sobrancelha me desafiando e eu tinha muita vontade de dar uns tapas na bunda dela

- Vai pro inferno.

- olha só, afinal o ser todo poderoso também se irrita  e xinga.- meus irmãos só riam  e isso me irritava mais.

- Queres saber? Não mereces o meu tempo.

- Oh, por favor todo poderoso dai-me a sua atenção.- ela riam tanto que minha raiva  foi se dissipando e só fiquei admirando o jeito  gostoso como ela ria

- Está bem, eu toco. Mas só se tu cantares.- E ai eu vi ela engasgar  com a comida e foi minha vez de rir alto.- Oque foi perdeste  a voz?

- Claro que não, eu aceito. 

Ela queria tanto se convencer disso que até quase soa bem firme no que  estava falando oque fez meu sorriso  aumentar mais. Genesis levantou e veio ate mim.

- E se a gente fizesse uma aposta- proponho e ela ganhou um tom vermelho  

- Que aposta - Ela quer mesmo parecer confiante e segura
 
- Se tu me convenceres que  cantas bem vais ter que dormir  no meu quarto e mostrar-me o teu caderno 

- Jamais, nunca, jamais  - ela gritava  tanto que parecia  que  eu estava lhe propondo matar alguém 

- Medrosa - sussurei  no ouvido dela e a vi se arrepiar inteira  com o som da minha voz

- Está bem, eu aceito - vas arrepender-te tanto, pensei  e sorri

- Vamos 

Caminhamos ate o centro  da sala, sentei no banco do piano  e ela sentou no banco ao lado

- isso vai ser bem interessante - ah, querido irmão não  imaginas  o quanto

Respirei  fundo  e comecei  a tocar as primeiras  notas  de piano ( a bastante  tempo que eu não tocava mas mesmo  assim não perde o jeito) o som veio suave, forte e tranquilo do geito com que eu sentia, e tão bom ouvir  isso de novo. O som puro produzido por mim era encantador e relaxante.

Desviei meu olhar do piano para ela que estava com os olhos fixos em mim neles brilhava admiração e um sentimento  desconhecido tomou conta de mim, como nunca aconteceu  e sorri deixando o sentimento  livre. Ela balbuciou algo sem sentido, mas logo observo  seus lábios abrirem e cantoralor uma música incompreensível  no início mas que logo sua voz deu vida a música "ashes" com suavidade e força que a música exigia.

A cada nota sua voz se tormava mais forte, é como se tivesse  uma sereia cantando para mim hipnotizado, me deixando  de boca aberta, ela tinha um dom maravilhoso de transmitir sentimentos através da música,  a voz dela acalmava tanto que nem me reconheci já que nunca  estive assim antes e é  uma das melhores  sensações do mundo, ela me envolvia e me embalava com sua voz mágica, única e maravilhosa. Era nítido como a música a  libertava de todas as suas amarras e timidez, nao havia como explicar, naquele momento estava em um mundo só meu com ela me agraciando com sua bela voz. Eu cresce ouvindo minha mãe e irmãs  cantando, mas nunca me sente desse jeito.

A muito tempo toco e ouço  música só por ouvir, mas agora é  como se ela estivesse me chamando para seu mundo e mostrando o quanto a música é libertadora, pura e única  e não  só uma voz e conjunto de instrumentos é bem mais que  isso é cor, alegria, sentimentos  e uma grande forma de nos perdermos no nosso próprio  mundo. Agora eu dou razão  a minha mãe e meus sentimentos se tornaram mais confusos.

Aos poucos  sua voz foi ficando  mais baixa e suave,até  que ela calou e eu toquei as últimas  notas. Quando paramos  ouvimos aplausos atrás  de nós  e sorrimos, não pensei  que  uma música  me fizessse sentir  tudo isso.

- Toca de novo por favor

- É, Mat toca foi lindo de se ver e ouvir - Dana estava  com um sorriso  imenso  no rosto  e eu sorri também 

- Está  bem, mas so se tu me acompanhantes de novo

- Mas é claro

- podes cantar " llevame despacio" por favor - Bia pediu com um beicinho

- Está bem

Comecei a tocar as primeiras  notas da música que  conhecia  muito bem e aos pouco a música  tomou forma e me permite  sorrir outra vez, ela tinha  um gosto  bom para músicas  . Genesis respirou fundo algumas vezes antes de começar a cantar, ela tinha habilidade vocal incrível porque as músicas  que ela esta cantando não  são  fáceis, porém  ela faz parecer a coisa mais facil do mundo  e isso é  impressionante, particularmente porque eu voltei  a ficar  hipnotizado pela sua linda voz e me vê querendo acompanha-la nessa música e ver como ficaria minha voz em sincronia com a dela

Respirei fundo e ganhei coragem de libertar minha voz e unir a dela, oque deixou tanto ela como meus irmãos de boca aberta. Eu não cantava na frente das pessoas, preferia faze-lo sozinho e de preferência no meu quarto. Todavia, essa menina estava me fazendo querer e fazer coisas das quais eu tinha controle.

Passado o choque, Genesis cantou com uma nova emoção tão contagiante e com a voz tão baixinha que parecia um anjo. Tinha umas cenas em filme de romance que os protagonistas em momentos únicos ficavam como se fosse no espaço só eles e o momento deles e eu sentia exatamente isso agora, um momento nosso em um espaço só nosso com os seus lindos olhos bicolores fixos em mim brilhando tão intenso que pareciam cristais no rio.

Cantamos até a última nota e sem deixar de sorrir ou nos encarar por um segundo sequer, nossas vozes ficaram tão baixinhas até que acabou.

- Uau, que lindo - Dana a abraçou  e sorriu

- obrigada - sorriu sem deixar de me encarar e ficou  vermelha 

- Dana tem razão tens uma voz lindíssima - Austin  tinha um sorriso imenso no rosto.

Olhos vermelhos (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora