Matthew
Quem essa menina pensa que é para falar comigo desse jeito e ainda sorrir assim, eu não me importava nem um pouco com os sorrisos que meus irmãos davam eu só queria mostrar para essa mimada quem manda, e que ela não podia falar assim comigo, ela não podia.
- Olha como falas pestinha irritante
- Ou? - ergueu a sobrancelha me desafiando e eu tinha muita vontade de dar uns tapas na bunda dela
- Vai pro inferno.
- olha só, afinal o ser todo poderoso também se irrita e xinga.- meus irmãos só riam e isso me irritava mais.
- Queres saber? Não mereces o meu tempo.
- Oh, por favor todo poderoso dai-me a sua atenção.- ela riam tanto que minha raiva foi se dissipando e só fiquei admirando o jeito gostoso como ela ria
- Está bem, eu toco. Mas só se tu cantares.- E ai eu vi ela engasgar com a comida e foi minha vez de rir alto.- Oque foi perdeste a voz?
- Claro que não, eu aceito.
Ela queria tanto se convencer disso que até quase soa bem firme no que estava falando oque fez meu sorriso aumentar mais. Genesis levantou e veio ate mim.
- E se a gente fizesse uma aposta- proponho e ela ganhou um tom vermelho
- Que aposta - Ela quer mesmo parecer confiante e segura
- Se tu me convenceres que cantas bem vais ter que dormir no meu quarto e mostrar-me o teu caderno- Jamais, nunca, jamais - ela gritava tanto que parecia que eu estava lhe propondo matar alguém
- Medrosa - sussurei no ouvido dela e a vi se arrepiar inteira com o som da minha voz
- Está bem, eu aceito - vas arrepender-te tanto, pensei e sorri
- Vamos
Caminhamos ate o centro da sala, sentei no banco do piano e ela sentou no banco ao lado
- isso vai ser bem interessante - ah, querido irmão não imaginas o quanto
Respirei fundo e comecei a tocar as primeiras notas de piano ( a bastante tempo que eu não tocava mas mesmo assim não perde o jeito) o som veio suave, forte e tranquilo do geito com que eu sentia, e tão bom ouvir isso de novo. O som puro produzido por mim era encantador e relaxante.
Desviei meu olhar do piano para ela que estava com os olhos fixos em mim neles brilhava admiração e um sentimento desconhecido tomou conta de mim, como nunca aconteceu e sorri deixando o sentimento livre. Ela balbuciou algo sem sentido, mas logo observo seus lábios abrirem e cantoralor uma música incompreensível no início mas que logo sua voz deu vida a música "ashes" com suavidade e força que a música exigia.
A cada nota sua voz se tormava mais forte, é como se tivesse uma sereia cantando para mim hipnotizado, me deixando de boca aberta, ela tinha um dom maravilhoso de transmitir sentimentos através da música, a voz dela acalmava tanto que nem me reconheci já que nunca estive assim antes e é uma das melhores sensações do mundo, ela me envolvia e me embalava com sua voz mágica, única e maravilhosa. Era nítido como a música a libertava de todas as suas amarras e timidez, nao havia como explicar, naquele momento estava em um mundo só meu com ela me agraciando com sua bela voz. Eu cresce ouvindo minha mãe e irmãs cantando, mas nunca me sente desse jeito.
A muito tempo toco e ouço música só por ouvir, mas agora é como se ela estivesse me chamando para seu mundo e mostrando o quanto a música é libertadora, pura e única e não só uma voz e conjunto de instrumentos é bem mais que isso é cor, alegria, sentimentos e uma grande forma de nos perdermos no nosso próprio mundo. Agora eu dou razão a minha mãe e meus sentimentos se tornaram mais confusos.
Aos poucos sua voz foi ficando mais baixa e suave,até que ela calou e eu toquei as últimas notas. Quando paramos ouvimos aplausos atrás de nós e sorrimos, não pensei que uma música me fizessse sentir tudo isso.
- Toca de novo por favor
- É, Mat toca foi lindo de se ver e ouvir - Dana estava com um sorriso imenso no rosto e eu sorri também
- Está bem, mas so se tu me acompanhantes de novo
- Mas é claro
- podes cantar " llevame despacio" por favor - Bia pediu com um beicinho
- Está bem
Comecei a tocar as primeiras notas da música que conhecia muito bem e aos pouco a música tomou forma e me permite sorrir outra vez, ela tinha um gosto bom para músicas . Genesis respirou fundo algumas vezes antes de começar a cantar, ela tinha habilidade vocal incrível porque as músicas que ela esta cantando não são fáceis, porém ela faz parecer a coisa mais facil do mundo e isso é impressionante, particularmente porque eu voltei a ficar hipnotizado pela sua linda voz e me vê querendo acompanha-la nessa música e ver como ficaria minha voz em sincronia com a dela
Respirei fundo e ganhei coragem de libertar minha voz e unir a dela, oque deixou tanto ela como meus irmãos de boca aberta. Eu não cantava na frente das pessoas, preferia faze-lo sozinho e de preferência no meu quarto. Todavia, essa menina estava me fazendo querer e fazer coisas das quais eu tinha controle.
Passado o choque, Genesis cantou com uma nova emoção tão contagiante e com a voz tão baixinha que parecia um anjo. Tinha umas cenas em filme de romance que os protagonistas em momentos únicos ficavam como se fosse no espaço só eles e o momento deles e eu sentia exatamente isso agora, um momento nosso em um espaço só nosso com os seus lindos olhos bicolores fixos em mim brilhando tão intenso que pareciam cristais no rio.
Cantamos até a última nota e sem deixar de sorrir ou nos encarar por um segundo sequer, nossas vozes ficaram tão baixinhas até que acabou.
- Uau, que lindo - Dana a abraçou e sorriu
- obrigada - sorriu sem deixar de me encarar e ficou vermelha
- Dana tem razão tens uma voz lindíssima - Austin tinha um sorriso imenso no rosto.
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Olhos vermelhos (CONCLUÍDO)
RomanceLivro 1 Cabelos brancos feito neve, olhos vermelhos como sangue, pele negra como diamente. Uma pura santa diaba, mas ela mal sabe que para toda santa a um anjo e para uma diaba um demônio.