capítulo 1.

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CASSIE.

A primeira vez que eu vi Martinelli fora das telas foi em um dos meus restaurantes favoritos, e a segunda vez, horas depois, dentro de um clube.

Sabrina dançava loucamente ao meu lado, já de olho em alguns homens que a observavam de longe e eu me contentei em ficar no bar enchendo a cara. Teria um descanso de dois dias no trabalho e aproveitei para beber tudo o que eu não bebi o ano inteiro.

Trabalhar com moda sempre foi meu sonho e eu me sinto realizada agora, mas as restrições me fazem querer desistir sempre que paro para pensar.

— Vem dançar comigo, seduzir uns gatinhos.— Sabrina pediu, juntando as mãos e fazendo bico.

— Para uma mulher de vinte e um chega a ser vergonhoso essa cena.— Me deu língua, me puxando.

Larguei meu copo lá no bar e me juntei a ela na pista, uma meninas se juntaram a gente e comecei a dançar, me soltando aos poucos.

Só precisava de uma sequência de músicas brasileiras para eu ficar louca, pedi ao DJ e fiz um joinha quando ele mudou o ritmo. Não demorou muito para eu sentir duas mãos segurando a minha cintura. Tentei me virar, mas a pessoa impediu.

— Está sozinha?— perguntou no meu ouvido. Me arrepiei dos pés a cabeça, sem brincadeira.

— Não, vim acompanhada da Sabrina, ela está bem ali-

Tentei apontar mas não achei. Ele riu, levantando a mão e apontando para onde ela estava, beijando na boca.

— Estou sozinha.— ri baixo, aproveitando para me virar. Gabriel era bonito de perto, os olhos escuros estavam presos no meu rosto, e sua mão subiu até a minha nuca, ainda sem piscar.

— Vem sempre aqui?

— Por mais que eu te ache bonitinho, eu não fico com casados.— bati em seu peito levemente, ele negou com a cabeça enquanto ria.

— Quem disse que eu sou casado?— dei de ombros.— Não namoro e nem sou casado, garota, que papo é esse.

— Seu nome não é Gabriel?

— O casado é o Jesus, eu sou o Martinelli, cara.— cruzou os braços, ainda na minha frente. Fiz o mesmo.

— Eu sei.— tentei não rir da sua cara de ofendido.— Seu nome está em todos os sites de fofoca possíveis.

— Falando o que?

— Que você terminou o namoro.— ele respirou fundo.— E faz umas horas que a Sabrina me contou isso então, não. Desiste de tentar.

— Por que, cara? Você falou que estava solteira e eu também estou, o que tem de errado?— perguntou, seríssimo.

Mas ele ainda estava me chamando de cara. Eu aqui, linda e bela, sendo chamada de cara. Cara. Sério?

— Não vou servir de tapa buraco não, amor.

— O que você tem de bonitinha tem de chata, vai tapar que buraco em uma noite?

Fiquei olhando pra ele ali na minha frente. Estava arrumadinho, cabelo cortado e um perfume que chegava a arder o nariz de tão forte.

Em Off | Gabriel Martinelli Onde histórias criam vida. Descubra agora