Em Off | Gabriel Martinelli

capítulo 21.

comentem! 💋

CASSIE.

No segundo jogo do Brasil, Gabriel acabou não entrando em campo para a minha infelicidade, mas o jogo foi ganho da mesma forma e a alegria dos brasileiros foi contagiante.

Claro que eu não considerava ganhar de 1x0 algo bom, tinham seleções que chegaram a ganhar de 7x0, mas enquanto o Brasil permanecesse na competição, ainda haveria esperança em nossas veias e muita voz para apoiá-los.

A semana correu bem, Gabriel e eu conseguimos nos ver apenas duas vezes e foram encontros bem rápidos. Júlia conseguiu me enfiar em um dos treinos abertos da equipe, mas como tinha muitas câmeras e jornalistas, me mantive fora do foco, observando de longe.

Estava tudo bem até chegar o dia do jogo contra os Camarões, minha barriga queimava e eu não conseguia comer sem vomitar. Eu me arrumei para assistir o jogo mesmo assim, mas meu pai não queria me deixar sair do quarto.

— Você não vai e fim, Cassandra, volta 'pra cama.— apontou irritado e meus olhos queimaram.

Coloquei a mão na boca, indo até o banheiro e repetindo toda a cena de mais cedo. Minha mãe segurou meus cabelos e eu chorei com a garganta doendo.

— Eu não tenho mais nada pra vomitar, me deixa ir.— pedi, escovando os dentes de novo.

— Você não vai, para de ser teimosa, por favor.— Minha mãe respirou fundo.— Vai 'pra cama que eu vou ver se aqui no hotel tem algum médico disponível.

Fiquei com meu pai no quarto, deitei de barriga pra cima e ele me olhava de lado.

— Papi.— chamei manhosa, como eu fazia desde criança e ele soltou uma risada, provavelmente pensando o mesmo que eu.

— Sua mãe está certa, você não está bem e não vai ao jogo hoje.— disse, não querendo discutir.

— Mas o Gabriel vai ser titular hoje.— fechei os olhos.— Eu queria tanto ver.

— Eu ligo a televisão 'pra você, não tem problema.

— Não é a mesma coisa!

— Não é a mesma coisa mas é tudo que você vai conseguir hoje.— seu tom era firme e eu fiquei quieta.— Primeiro você tem que ver o que há de errado.

Bufei, esperando a minha mãe voltar e o drama que eles fizeram foi tão grande que voltaram duas pessoas com ela e uma cadeira de rodas para eu me sentar. Não consegui rir, mas queria.

Meu pai foi me empurrando enquanto a mulher me fazia algumas perguntas e o outro traduzia para o inglês, porque eu não falava o mesmo idioma.

— Não, eu não transei com ninguém faz tempo, avisa a ela.— o homem arregalou os olhos mas fez, minha mãe me olhou desconfiada e meu pai pareceu aprovar a resposta.

— Eu acho que foram as comidas, é um pouco diferente do que comemos em Londres.— minha mãe tentou opinar.

— Um sorinho na veia resolve, um remédio para aliviar a queimação seria ótimo também.

Já havia feito isso tantas vezes, e minha mãe estava provavelmente certa, vez ou outra acontecia isso. Meu estômago me odiava e me fazia sofrer, mas eu sabia e continuava comendo tudo que não podia mesmo assim.

Estendi a mão para meu pai quando fui passada para uma poltrona no canto do enorme cômodo.

— Pergunta se tem como colocar no jogo do Brasil aí.— pedi mais uma vez.