capítulo 16.

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MARTINELLI.

Me despedi da equipe da ESPN e fechei o portão da minha casa, respirando fundo enquanto o alívio inundava o meu corpo. A entrevista correu bem, mas eu estava meio travado e envergonhado depois de tanto tempo sem ser entrevistado em português.

A mídia de lá raramente tinha algo para falar de mim, tirando as fofocas do meu término e a minha ida para a Europa, não falavam quase nada.

Vi meus pais na mesa e decidi me juntar a eles, mastigando uma torrada do prato da dona Elizabete.

— Queria falar um negócio com vocês.— anunciei, me servindo uma xícara de café.

— Pode falar, querido.— minha mãe limpou a boca. Estávamos de bem novamente, graças a Deus.

— Estou me envolvendo com uma pessoa e queria que vocês conhecessem ela.— Soltei de uma vez.

Meu pai sorriu na hora, parecendo satisfeito e minha mãe me olhou com os olhos arregalados, pareciam duas bolas de futebol. Engoli seco, esperando que ela tivesse alguma reação.

— Isso é ótimo, não é, Elizabete?— Meu pai perguntou com uma expressão risonha estampada no rosto.

Minha mãe tossiu, parecendo finalmente cair na real de que eu não voltaria ao meu relacionamento antigo.

— É, claro.— concordou seca.— Faz quanto tempo que isso está acontecendo?

— Já faz um tempo, uns meses.— disse incerto, não lembrava exatamente quantos dias para ser sincero.

— Quando eu trouxe a Isabella vocês já estavam…?

— Sim.— a cortei, apoiando as costas na cadeira e deixando ela tirar as próprias conclusões.— A gente não quer nada público agora, mas eu queria que vocês se conhecessem porque eu quero que ela vá me ver jogar.

Eles balançaram a cabeça.

— Que bom, já estava preocupado, a maioria deles vão ir de casal e você levando seus pais.— o coroa me zoou e eu comecei a rir.

— A gente vai 'pra jogar, pai.— Coloquei a mão no peito, tentando respirar.— A parte do casal é tipo um extra.

— Uhum.— me olhou desconfiado, mas seu sorriso entregava ele.

Encarei a minha mãe, que não tinha falado mais nada. Esperei até que ela abrisse a boca, tinha até medo do que ela ia falar, já que ainda gostava muito da outra.

— Não entendi.— comentou.— Vocês não namoram, mas você quer que a gente conheça ela?

— Exatamente.

Era difícil? Não parecia.

— Mas filho, você vai trazer qualquer uma aqui?— perguntou, com a expressão sofrida. A olhei desacreditado, até meu pai se mostrou incomodado.

— Não é qualquer uma, mãe.— tentei explicar, calmamente.— É a mulher que eu estou conhecendo e quero comigo.

Ela pareceu acanhada.

— Por isso eu quero que vocês a conheçam antes de eu ir viajar, se a senhora for fazer um escândalo lá eu prefiro que a senhora faça agora.

Meu pai soltou uma risada, batendo na boca assim que minha mãe lhe lançou um olhar mortal. Eu cocei meu queixo, sentindo que já tinha que fazer o cavanhaque de novo, e minha mãe se levantou.

— Ok, espero que não se arrependa.— juntou os pratos em uma pilha e levou até a pia, os colocando lá.

Eu me levantei também, parando do seu lado.

Em Off | Gabriel Martinelli Onde histórias criam vida. Descubra agora