capítulo 5.

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hoje só vai ter mais um capítulo se esse tiver no mínimo uns 20 comentários.

🇧🇷

MARTINELLI.

Estava cansado e não era pouco, acordei com a minha mãe ligando sem parar pro meu celular e acabei dando um pulo da cama. 

— Oi mãe, o que foi? Aconteceu alguma coisa?— passei a mão pelo rosto, tentando focar. 

— Acabei de chegar no aeroporto, você disse que vinha me buscar.— respondeu.— Estava dormindo, Gabriel? 

— Estava mesmo.— respirei fundo.— Senta em algum lugar aí que eu vou tomar um banho e já chego aí. 

Nem lembrava disso, mas se ela falou, eu acredito. Escutei algumas vozes no fundo mas nem dei bola, desliguei pra não me atrasar mais. 

Vesti um short qualquer e joguei um moletom no corpo, fui de chinelo mesmo. Era proibido? Era, mas ninguém ia ver o meu pé e eu estava com preguiça de procurar outra coisa. 

Não demorei muito pra chegar no aeroporto e liguei pra coroa, pedindo pra ela me esperar do lado de fora. Minha surpresa foi ver com quem ela estava, não deu nem vontade de sair do carro. 

Abaixei o vidro do carro e acenei, minha mãe sorriu e Isabella me olhou envergonhada. Ergui as sobrancelhas, esperando minha mãe falar alguma coisa. 

— Não vai me ajudar não?— perguntou cruzando os braços e apontando para a mala. 

— Nem vai dar pra sair do carro.— neguei, sem vontade.— Coloca as bolsas na mala, já abri.— apontei. 

Isabella foi ajudar ela, ainda sem dizer nada comigo. Respirei fundo, nem sabia o que dizer também. Dona Elizabete ia me explicar o que ela estava aprontando com isso já já. 

— Vai no banco da frente, tia.— Isabella falou, minha mãe a olhou indignada. Ala, tô dizendo. 

— Pode ir você querida, vou ficar bem aqui atrás. 

Olhei em volta pra ver se tinha mais alguém vendo essa palhaçada, mas não achei. E quando as duas entraram, eu dei partida, fechando os vidros de novo para não ser reconhecido. 

— Não me disse que ia trazer visitas.— Olhei para minha mãe pelo retrovisor, ela me olhou com o rosto vermelho. 

— É assim que você trata uma? Não disse uma palavra pra ela ainda. 

— Tia- 

— Aí, Gabriel..— passou a mão no rosto, parecendo chateada.— Vocês ficaram tanto tempo juntos, porque estão assim agora? 

— A gente passou muito tempo juntos, verdade, mas acabou.— falei firme. Isabella não me olhou.— A gente não tem mais nada, mãe, para com isso! 

— Eu acho que vocês deveriam conversar e resolver isso de uma vez por todas, foram tantos anos para ser jogado no lixo. 

Tantos anos parece uma eternidade, mas foram quatro anos no total. Minha mãe gostava muito de Isabella, mas isso não significa que era o bastante para o nosso relacionamento fluir, e ainda não é. 

— A senhora não tem que se meter nessas coisas, mãe.— respirei fundo.— E você, Isabella, a gente já não tinha se acertado? 

— Você não precisa brigar com ela.— falou, mas não respondeu minha perguntas. Os olhos azuis dela me assobraram.— Eu também pensei que a gente poderia conversar e…

— Você ao menos tem onde ficar?— a cortei. 

— Ela vai ficar em casa com a gente.— minha mãe respondeu, quando o silêncio se instalou. 

A encarei incrédulo. 

— É o que? 

— Eu a convidei, ela vai ficar comigo. 

— Mãe, você não pode estar falando sério.— balancei a cabeça, gargalhando. A loira ao meu lado continuava muda, incrível. 

— Você vai deixar ela na rua? O que está acontecendo com você, meu filho? 

— Não vou deixar ela na rua, mas espero que da próxima que você pensar em trazer alguém para a minha casa,— dei ênfase na palavra para ela entender bem.— você me avise antes, as coisas não funcionam assim não.

Ela me olhou ofendida, mas não falou nada e eu também não abri a minha boca. Assim que estacionei, tirei as malas do carro e subi pro quarto antes que uma delas abrisse a boca novamente. 

Amava minha coroa, mas tem certas atitudes que eu não vou aturar, ainda mais dentro da minha casa. Não sei onde ela pensou que trazendo minha ex namorada para minha casa seria motivo pra eu voltar com ela na hora. 

Puta que pariu. E a Isabella ainda entra na onda dela. A última vez que falei com ela foi quando terminamos de vez e ela apesar de ter chorado, aceitou e foi embora, pra agora estar aqui junto com a minha mãe e esse papo de "conversar e se entender". 

Não vou conversar com ninguém de novo, o que passou já foi e eu não mudaria nada. Já me machuquei muito com esse assunto. 

— Gabriel…

A porta do meu quarto abriu, vi a cabeleira loira e minha expressão mudou na hora quando eu vi Isabella parada ali.

— Posso falar com você?

— Nem vai dar, estou de saída.— respondi, pegando uma calça preta e um tênis também preto dentro do closet. 

— Não vou demorar. 

— Isabella, por favor, não vem encher minha cabeça agora não. 

Bati a porta do banheiro e quando saí, ela já não estava mais ali. Dei graças a Deus. Joguei o casaco no ombro e peguei o celular, descendo de novo. 

— Para onde você está indo? Acabei de chegar, filho. 

Entrou na minha frente. 

— Tenho um compromisso.— me senti horrível quando ela me olhou triste, mas me mantive firme e focado para sair dali.— Vou direto pro treino depois, devo chegar tarde.

Beijei sua testa e sai dali rápido, nem queria dar a chance dela me dar um sermão. Nem tinha razão também. 

  





——— •

será que a isabella vai dar trabalho aqui?

Em Off | Gabriel Martinelli Onde histórias criam vida. Descubra agora