Em Off | Gabriel Martinelli

capítulo 6.

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CASSIE.

Estava em uma chamada com meu agente, marcando as datas que eu teria compromisso pela semana e o resto do mês.

— Ok, na sexta você vai ter o último ensaio fotográfico pela Fendi, e na próxima semana nós vamos para Milão.— fechou a agenda, eu anotei no meu calendário enquanto ele falava.

— E vão ser quantos dias?— sorri animada.

— Cinco, o mesmo de sempre.— sorriu também. Seus cabelos hoje estavam loiros, ele mudava toda semana.— Por hoje é isso, qualquer mudança eu vou mandar pelo e-mail.

— Obrigada, amor.— agradeci, o conheço faz tempo e apesar dele ser meu agente, também somos bons amigos.— Até sexta!

— Até, vê se descansa e dorme direito. Não quero olheiras nesse rostinho feio.— disse antes de desligar.

Fechei o notebook e fui tomar um banho, gostava de me sentir limpa pela assim que acordava, mas fiquei horas na reunião e não tive tempo nem de tomar café direito.

Era quase uma da tarde, loucura.

Entrei na banheira e assim que me sentei, meu celular começou a tocar. Gabriel.

Espera…. Gabriel? Agora?

— Fecha o olho, tô pelada.— disse rápido, mirando só no meu rosto. Ele apertou os olhos na hora, me fazendo rir.

— Que isso, mulher.— riu também.— Já posso abrir o olho?

— Não, eu estou tomando banho, o que você quer?— perguntei, encostando a cabeça na borda da banheira.

Observei seu rostinho, o bigode fininho ainda estava ali chamando atenção. Sorri sozinha ao ver que ele não tinha aberto o olho nem uma vez. Fofo.

— Queria saber se você já almoçou.

— Ainda não.— suspirei.— Vai me chamar pra um date?— sorri.

Estava sorrindo demais, misericórdia. Fechei a cara assim que percebi.

— Eu não.— respondeu.— Ia comprar comida e levar 'pra sua casa mesmo, pode ser?

— Pode. Vai comprar o que?

— Vou ter que ir na salada hoje, mas você prefere o que?— perguntou de volta.

— A mesma coisa que você, não tem problema.— Ele balançou a cabeça, percebi que estava dentro do carro.— Abre o olho, Martinelli.

Ele abriu relutante e eu sorri assim que seus olhos bateram em mim. Ele fez o mesmo, saindo do carro.

— Já já eu chego aí.

— Tô esperando.

Ele piscou antes de desligar a chamada e eu respirei fundo, colocando meu celular na tampa do vaso e mergulhando na banheira, soltando um grito.

Que homem é esse.

———— •

Apesar de ter me dado um selinho quando chegou, Martinelli parecia inquieto com alguma coisa. Enquanto a gente comia, ele bagunçava o prato mexendo a comida de um lado pro outro.

Segurei sua mão, ele me encarou no mesmo segundo.

— O que foi?— perguntei ao branquelo do meu lado, ele enfiou a comida na boca pra não responder.

Passamos mais um tempo em silêncio até que eu terminei de comer e fui lavar a minha louça, já que ele parecia estar com a cabeça em outro lugar, hora ou outra esquecendo de mastigar.

— Minha ex está na minha casa.

Arregalei os olhos, ainda de costas pra ele. Agarrei o prato com força enquanto passava a bucha.

— E….? O que isso quer dizer exatamente?

Não o encarei, não queria também.

— Nem eu sei.— fiquei tensa por um momento.— Quer dizer, eu nem sabia que minha mãe ia trazer ela, cheguei no aeroporto e fui pego de surpresa por elas.

— Sua mãe deve gostar dela então.

— Muito, pelo visto.— resmungou, colocando o rosto entre as mãos.— Eu só não entendo a insistência da minha mãe com isso.

— Se sua ex aceitou vir, talvez não seja insistência só da sua mãe.— dei de ombros, me encostando na pia e olhando pra ele.

— Isso que é foda.— Gabriel murmurou, terminando de comer.— Acabei brigando com a minha mãe, não via ela faz tempo.

— Brigas acontecem, ela não vai te amar menos, acredite.— falei, lembrando das minhas discussões com a dona Lilian.

— Eu sei, mas ela estar fazendo isso me deixa puto, eu e Isabella terminamos e pronto, não tem porque ela se meter.

Eu concordei, estendendo o prato e ele se levantou para lavar sozinho. Aproveitei para me sentar e observar ele se movendo pela cozinha.

Mil e uma utilidades, graças ao meu bom Senhor.

— Você ainda gosta dela?

Soltei, aproveitando que ele estava virado e não conseguia me ver. Apoiei o rosto nas minhas mãos, curvando as costas.

— Não.— disse sério.— Te falei isso já, passado é passado. Foi mal pelo desabafo do nada e por ter vindo aqui hoje.

— Não precisa pedir desculpas por isso.— revirei os olhos, sorrindo de graça.— Você está bem?

— Só chateado mas passa.— coçou a nuca, parando do meu lado.

Levantei o olhar para encará-lo de volta.

— Não quero que pense que eu voltei com ela porque ela está em Londres.

Ok…..

— E se alguma coisa aparecer na Internet, o que eu tenho certeza, me pergunta primeiro. Beleza?

Concordei, não tendo muito o que dizer sobre, esse era um problema dele que eu não podia resolver e muito menos cabia a mim fazer isso. Contanto que não atrapalhe o que estou vivendo agora, a sinceridade dele me bastava no momento.

— Já vai embora?— perguntei.

— Você 'tá me expulsando ou é impressão minha?— Eu gargalhei, negando com a cabeça. 

— Só pra saber mesmo.

Senti seus braços me rodearem e sua cabeça se encaixar no espaço entre meu pescoço e ombro, dando um cheiro ali. Nem preciso falar que me arrepiei inteira, preciso?

Deixou um beijo ali, seguindo pro meu rosto e eu segurei sua blusa, levantando a cabeça.
Ele me olhou com um pequeno sorriso nos lábios, chegando mais perto enquanto abria minhas pernas pra ficar ali no meio.

Ele alinhou nossas bocas, me dando um selar gentil nos lábios, apesar do seu aperto agora na minha coxa ser um pouco forte. Tive que erguer meu queixo, para o beijar de verdade, nossas línguas se encontraram em questão de segundos e eu deixei ele explorar toda a minha boca.

— Vamos pro sofá.— pediu.— É mais confortável.

Deixei que ele me guiasse pela minha casa, nossas mãos juntas, parecendo uma só.

Tentei esquecer o assunto de mais cedo, e ele parecia tentar fazer o mesmo, só não sei se estava conseguindo.

Quando eu começo a ficar muito feliz, nunca dura muito e agora eu ficaria pilhada com isso.

Passamos a tarde ali, trocando beijos e carinhos. Cheguei a zoar ele por fazer um cafuné decente, mas não lembro do resto porque pegamos no sono depois. Agarradinhos no sofá.