Rodrigo narrando.
4 anos depois.
Muito tempo é pouco para o período que passou. Muita coisa mudou e não tinha como fugirmos disso. O tempo cobra e a gente tem que crescer, com ou sem dor, feliz ou triste, o tempo não para.
A maturidade tomou cada um de nós, não éramos adultos totalmente serios, mas também não éramos os mesmos de antes.
Os caminhos que escolhemos, com certeza fizeram historia em nossa pele, deixaram cicatriz, e se hoje somos quem somos devemos isso ao passado. Mas, sem ladainha.
Raphael Valentino Gonçalves Junior, esse era o nome do meu moleque. Tinha 3 anos e 5 meses, lembrava muito Raphael, sem maldade, tia Silvia esses tempo brotou com uma foto do Raphael quando tinha 3 anos e namoral, eles poderiam ser a mesma pessoa. Era um mlk inteligente, ele ja falava bastante, não chegava a falar igual a um adulto, mas falava umas coisas bem maneiras.
Depois com aquela reviravolta tia Silvia mudou para minha casa, ela e minha mãe, parece que tudo voltou a um normal anormal, meus pais voltaram a se relacionar, elas estavam namorando e morando sobre o mesmo teto, assim como tia Silvia e José.
Com a maturidade batendo na minha porta abandonei a minha dedicação exclusiva do beco passando a chefia novamente para meu pai, fiz uma faculdade de administração e ingressei ao mercado de trabalho legal como supervisor de produção de uma exportadora de cal.
Carlos voltou a morar com Tales e Amanda, estavam todos morando juntos aqui em São Paulo, claro, junto com meu moleque. Carlos conseguiu um trampo dahora como gerente de uma loja de carros importados, arrumou uma mina firmeza que por acaso era a filha do seu chefe e estava levando uma vida tranquila. Tales continuava na tua profissão, era o advogado almofadinha menos cuzão, tava com Natasha a mo cotinha, eles se davam bem de uma maneira estranha.
Amanda... foi a mais que mudou, era mãe, tinha um amor gigantesco pelo filho que dava até orgulho de ver. Ela arrumou um trampo em consultório médico, ganhava bem, mas era mais pra distrair a cabeça enquanto o moleque tava na escola. Ela tinha mudado tanto, ela não era mais uma adolescente perdida e marrenta, ela era uma mulher, com todo o respeito, era o que unia todos nós.
Gian: cara, você ta me ouvindo? - ele estalou os dedos da minha cara fazendo com que eu despertasse do transe
Rodrigo: fala mano - o encarei sem perceber que eu havia brisado durante esse tempo todo
Gian: você vai colar ou não no churras? Rodrigo: não sei cara, amanha eu trampo
Gian: meu amigo - ele colocou uma mao no meu ombro - eu ja disse o quanto você ta adulto? E um cuzão do caralho? Sem maldade mano, mas eu prefiro aquele Rodrigão
Gian era o único cara que continuava o mesmo, ainda com os mesmos rolos, com o mesmo jeito, não mudava nunca.
Rodrigo: aquele Rodrigão não trabalhava pra pagar as contas - cocei a nuca, suspirei fundo
Gian: ce tem que ir mano, qual foi a ultima vez que você comeu uma mulher? Ah qualé filhão, vai ter umas novinha de 18 lá, vai perder essa?
Rodrigo: não to afim de ver uma pa de mina bebada e drogada se esfregando em mim - o encarei
Gian: você virou gay irmão? - me olhou preocupado - pode se abrir comigo mano, sou teu amigo a mo cota
Rodrigo: eu não sou gay cara - ri daquilo, levantei da cadeira e o encarei - so to lotado de coisa pra fazer
Gian: você é um adulto chato, ate teu pai que é mo coroa tem mais pique que você, engomadinho de merda - riu
Rodrigo: o engomadinho aqui vai dar um pulo la no Carlos, bora?