Amanda narrando.
Minha cabeça latejava, minhas mãos eram firmes do volante. Assim que chegamos ao beco Ju veio comigo, realmente, eram apenas motos mas até que o carro serviu de extrema utilidade para as demais mochilas o que fez todos me elogiarem e deixar o babaca com raiva. Aquela menina, Camila eu acho, estava lá me olhando feio, na verdade ela olhava com uma cara de limão azedo.
Rodrigo: borá rapaziada? - todos assentiram, entrei em meu carro e assim que dei a partida vi o carro preto de Tales estacionando e o mesmo saindo. Todas as motos já tinham ido exceto Rodrigo, Raphael e Carlos. Os mesmos pararam assim que notaram sua presença. Sai do carro e fui de encontro a ele.
Amanda: o que faz aqui?
Tales: to te impedindo de fazer uma burrada - ele pegou no meu braço - vamos - começou a me arrastar
Amanda: ei ei - puxei meu braço e parei - e quem é você pra me dizer onde eu vou ou deixo de ir?
Tales: desde quando me importo - ele pegou novamente no meu braço - papai confiou em mim pra cuidar de ti
Amanda: eu sei me proteger sozinha - me soltei novamente e recuei
Tales: você nota que vai ser usada por eles? - apontou pras motos
Carlos: Tales, relaxa, ela ta comigo - ele se aproximou
Tales: você querer estragar sua vida com drogas, bebidas e vagabundaiagem suave mas ela? Ela só tem 18 anos, começou a vida agora. Quer fazer isso com tua irmã? - ele se calou, o olhei incrédula
Amanda: OLHA AQUI TALES, você NÃO É o meu pai, você É O MEU IRMÃO e eu tenho 18 anos. Sei me cuidar e não sou igual a qualquer uma que vai sair dando pra qualquer um. Acho que tenho o direito de me divertir
Tales: Amanda eu só vou falar mais uma vez - rosnou - entra naquele carro agora
Amanda: não! - ele grudou em meu braço e começou a me puxar, de repente senti uma força no outro, olhei sem entender
Carlos: ela fica - me abraçou - tu ta vendo o que ta fazendo? Ta agindo igual a tua mãe, para de ser um fraldinha metido a granfino e volta a ser aquele cara humilde de antes. Depois que conseguiu aquele maldito emprego virou playboyzinho metido a sabichão, se liga mané, tu é bosta nenhuma
Tales: mas a bosta aqui te sustenta - Tales já estava vermelho e aquilo só podia significar merda. Ele foi pra cima de Carlos virando um soco, gritei e comecei a empurra-lo pra longe mas Carlos foi pra cima também. Conclusão, eu tava no meio de uma briga de dois trogloditas. Julia puxou meu braço assim que Rodrigo segurou Tales e Raphael o Carlos.
Rodrigo: acho que já deu né? - falou assim que Tales parou de tentar avançar em Carlos - vaza daqui cara
Tales: me solta - ele olhou de cima a baixo para Rodrigo, voltou seu olhar pra mim e logo pra Carlos - pisa os pés naquela casa mais uma vez que você vai ver quem é o bostinha - se referiu a Carlos. O mesmo se soltou de Raphael e ficou ao meu lado olhando Tales entrar no carro.
Carlos: eu não preciso dele - rosnou assim que ele saiu derrapando
Amanda: precisa sim - me virei encarando os outros 4 - desculpem por isso gente, é que meu irmão...
Rodrigo: é teu irmão - me interrompeu - ele sempre foi assim, brigão e metido a sabichão
Amanda: e quem é você pra saber quem ele é ou o que ele faz? Você só foi um qualquer na vida dele
Rodrigo: ela não sabe da historia - olhou pra Carlos, o mesmo balançou a cabeça. Vi a Azeda se encolher, sua feição ficou triste. O que estava acontecendo?