Rodrigo narrando
As coisas passaram muito rápido, quando me dei conta estava terminando de arrumar o mini palco improvisado, geral já tava sabendo, aquilo ia bombar. Raphael e Julia ficaram por conta das bebidas e do dinheiro enquando Gian de buscar o cara, ia ser foda, namoral.
Algumas pessoas estavam chegando, já passavam das 22h. Graças a Deus tudo estava dando certo. Vi Raphael com um copo de cerveja, bebida mais a briga de hoje não ia dar muito certo, ele geralmente fica fora da casinha quando fica bêbado.
Rodrigo: maneira na bebida - disse assim que me aproximei - você sabe como ta e como pode ficar - olhei para Julia que conversava com algumas meninas - ela ta disposta a te ajudar cara
Raphael: relaxa irmão, não vou beber pra caralho e depois me drogar, to maneirando, tenho conciência - apontou para a cabeça - e ai, ja sabe se Amanda e Carlos vem?
Rodrigo: to tentando falar com eles
Amanda narrando.
Estavamos na sala, a tal menina lá já havia ido embora, ela era legal mas meio sem sal. Minha mãe discutia com Carlos pois ele havia dito que não pretendia fazer uma faculdade nem morto, meu pai revirava os olhos a cada grito dela e Tales, bom, Tales estava puto com Carlos por traze-la. Minha cabeça estava rodando, aqueles gritos da minha mãe me deixavam surda, entrava no fundo da minha alma e saia em forma de raiva.
Amanda: AI MAIS QUE DROGA - levantei gritando, todos olharam pra mim - vocês nunca vem pra ca e quando vem vira esse inferno? - subi correndo, estava carregada, não poderia ficar mais um tempo por la. Peguei meu celular e vi inúmeras mensagens de Rodrigo. Showzinho do Criolo Doido no beco? Essa era totalmente nova e claro, minha passagem pra sair desse inferno.
Entrei no banheiro e não demorei muito a sair, coloquei uma roupa que condizia com a ocasião, me arrumei, peguei minha bolsa e desci.
Claúdia: onde a senhora pensa que vai? - ela me encarou logo da escada
Amanda: sair do inferno - continuei meus passos até chegar na porta, vi que não havia ninguém na sala, apenas ela
Claúdia: nem pensar, você vai ficar com a sua familia - ela me alcançou e segurou meu braço
Amanda: nesse inferno? Você quer uma familia Dona Claúdia? Comece por você, essa familia ta se despedançando aos poucos e você é a verdadeira culpada nisso - soltei meu braço do dela - passar bem
Firmei meu passo, passei pela porta e vi que Tales, Carlos e meu pai fumavam na esquina de casa. Recuei os passos e segui em direção deles, essa familia não era normal.
Amanda: em um momento ta todo mundo puto e no outro vocês estam fumando juntos? Perai, desde quando você fuma? - me referi a Tales
Tales: desde sempre - disse seco - qual motivo de toda a arrumação?
Amanda: vai ter showzinho do Criolo Doido lá no beco - olhei pra Carlos - me desculpa pai mas eu não consigo mais ficar nessa casa, eu vu explodir
Daniel: eu entendo - ele suspirou fundo e apagou o cigarro - vão a esse show ai que eu acalmo sua mãe
Tales: beco não é lugar pra mim não - ele me encarou, tragou pela ultima vez e apagou o cigarro
Carlos: qualé o mauricinho, borá ouvir Le Crioles
Tales: não to afim não, vo da uma volta por ai, tenta concertar o mau clima com ela
Carlos: já disse que foi mau cara - ele sorriu - ela que insistiu