Capitulo 8

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Rodrigo narrando.

Acordei com o celular berrando, atendi o mesmo sem menos se quer ver o visor.

- Alô?

- cara, vem pro beco agora, você não vai acreditar - dei um pulo

- ta, ta, to indo - pausei - mas, quem é?

- é o Gian cabaço

- beleza, beleza, tchau

Desliguei e corri pro meu armário, calça jeans, camisa e jaqueta. Sai de casa amarrando minhas botas e já enfiando a chave na ignição. Não demorei muito a chegar e nem pra saber o que estava acontecendo. Aquela porra tava sendo invadida.

Sai praticamente voando da moto, havia uma multidão e o mais filho da puta em cima do meu palquinho. 

Jonathan: ISSO É PRA ELE APRENDER QUEM MANDA NESSA PORRA AQUI - erguia a garrafa e ria. Conforme eu ia andando um caminho se abria e assim que fiquei cara a cara com aquele verme, algumas pessoas me ajudaram a subir no palquinho

Rodrigo: é como falam, quando os gatos saem os ratos fazem a festa - sorri irônico - manda seu pessoal sair daqui e devolve meus motoqueiros

Jonathan: os dois patetas? - soltou um riso debochado e ficou frente a frente comigo - isso é meu agora

Rodrigo: só por cima do meu cadáver - rosnei, estava pronto pra virar o soco em sua cara quando Gian segurou meu braço 

Gian: te motiva falar que meus parças de Bertioga estão aqui? - sussurrou, olhei em volta e abaixei a mão

Rodrigo: coloco em jogo esse lugar numa corrida, se você ganhar tudo isso aqui é seu - todo começou a gritar - MAS, SE EU GANHAR EU FICO COM SUA MOTO - uma vaia junto com palmas começará ali, o povo foi a loucura e certamente Jonathan ficou sem saída

Jonathan: já até sei o nome disso aqui - sorriu - "LOS PERDIDOS" 

Estava em cima de minha moto, visão focada na mulher que segurava a bandeira vermelha. Ao meu lado Jonathan, ele ria e fazia provocações mas nada me tirava daquele transe focativo. Eu não iria perder a única coisa que me restara de meu pai, jamais.

1,2,3 VAI!

Girei o pulso de uma maneira que a moto saiu disparada. Ele estava um pouco atras. 

A pista tava de boa, meu coração a mil e o reflexo me alertava que ali havia uma curva. Posicionei o tronco deixando no jeito pra virar quando a moto de Jonathan veio pra cima da minha sem dó nem piedade. Perdi o equilíbrio e tive que desacelerar tomando o controle enquanto ele tomava a frente. A corrida, que não era tão grande era repleta de lugares estreitos. Assim que ficamos lado a lado vinha a segunda curva, empinei quando vi que ele vinha pra cima novamente, ele perdeu o equilíbrio e eu tomei a dianteira pousando de mau jeito. A curva não melhorou a estabilidade, apenas pirou. Ele tomou novamente a dianteira enquanto eu tomei o meu equilíbrio, era a última curva e ele estava a frente. Eu acelerava e ele iria pra cima, um desespero tomou conta de mim e avistei a enorme placa de madeira sobre uma caçamba de lixo. Não pensei duas vezes, acelerei para aquele lado e com meu corpo levantei a parte frontal da moto embocando a mesma na placa de madeira. Um pouco distavel mas nada que um bom equilíbrio não ajudasse, levantei meu corpo na hora em que a madeira acabou, voei por cima de Jonathan e cai poucos metros a frente, tornando de mim um vencedor.

Levantei o punho num gesto de vitória, a multidão começou a gritar e Gian veio ao meu encontro. Jonathan por mais filho da puta que era entregou as motos e tico e teco, ambos estavam drogados e pelados. Passei o resto da noite enchendo a cara com Gian e seus parças, eles eram sussa e me prometeram levar os corredores do beco as alturas. Senti falta do meu pessoal, mas a bebida e a festa improvisada me fizeram esquecer tudo e mergulhar na zoação.

Quase sem pararOnde histórias criam vida. Descubra agora