Capitulo 20 parte 2

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                                                                        Rodrigo narrando

Sem rodeios parei a moto bem no meio do local, tirei o capacete e desci localizando a rodinha que ali se formava. Os gorilas era a versão velha da minha disputa com Jonathan, eram as pedras no sapato do meu pai e José. Cheguei ao lado de Gian frente a frente com o mandante, el Tiño.

Rodrigo: tinhamos um acordo - disse sem alguma emoção na voz - meu pai morreu, vocês longe daqui

Tiño: foi quebrado - cuspiu aquele sotaque espanhol como se eu fosse um verme - movimentações acontecem por aqui, o acordo foi quebrado 

Rodrigo: nada disso - respirei fundo - se vocês estão atras de confusão beleza mas que procure gente da sua idade - ouvi um coro em "UUH". Tiño umideceu os labios num sorriso gozado

Tiño: gosta de zuar com os outros né?

Rodrigo: gosta de mexer com quem ta quieto? - provoquei

Tiño: se eu pegasse você sobre rodas

Rodrigo: ta esperando o que pra me desafiar?

Tiño: não quero deixar seus entes queridos de luto - sorriu - como fiz com seu pai.

Não pensei em nada, agi por impulso e cai em cima daquele velho gordo. Soquei sua face e a barulheira começou. Mirava certeiramente em seu nariz, ele usava os punhos em minhas costas fazendo-me perder o ar, mas não a raiva. Não parei de soca-lo até alguem me tirar de cima dele e assim aconteceu. Raphael e Carlos me puxaram longe dele. Apoiei as maos nos joelhos tentando recuperar o ar, o ar saia e entrava, adrenalina e meus olhos fixados nele, apenas nele. Pouco tempo depois ele acordou, se levantou com dificuldade e com ajuda da sua gangue.

TIño: começou - ele cuspiu sangue no chao e saiu com sua tropa.

Olhei aflito para aquelas pessoas. Subi em cima do tambor assim que me recuperei.

Rodrigo: quem que atiçou eles? - um murmurio tomou conta - já foi feito - falei mais baixo esfregando a mão no rosto - esses caras não são iguais a gangue de Jonathan, eles sao maus e piores e não temem a morte então muito cuidado a partir de hoje. Ignore as provocações, tudo o que eles tiverem envolvidos saiam, não quero vidas em riscos.

Murmurio positivo tomou conta, as pessoas de uma certa forma aceitaram isso. Desci e fui em direção a José.

Rodrigo: qual a deles?

José: eu não sei - ele olhou pra geral - você nãod devia ter ido pra cima

Rodrigo: já fui - franzi o cenho - já foi

José: você sabe das consequencia 

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No dia seguinte acordei a tempo de buscar Amanda na faculdade. A madrugada anterior havia sido tensa, decidimos mandar o carregamento do deposito perto mais pra longe. Coloquei Tico e Teco mais Gian transferindo essa carga para o litoral santista, para o sitio. Menos uma coisa a se preocupar. 

Amanda: oi - desceu as escadas, parecia surpresa mas não desapontada. Ela passou as mãos pela minha nuca, apertei sua cintura e nos selamos por fim

Rodrigo: borá - entreguei o capacete. Ela sorriu mas torceu os lábios

Amanda: nao vai dar pra gente sair hoje - mordeu o labio - mas que tal amanha?

Rodrigo: por que não? - olhei sem entender

Amanda: fiquei de pegar minha mãe no aeroporto

Rodrigo: tudo bem - fez sinal com o capacete - veio de carro?

Amanda: Tales me deu carona hoje

Rodrigo: posso te levar até em casa? - ela acentiu com a cabeça e montou em minha garupa.

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Assim que cheguei em sua casa ela desceu, me entregou o capacete e me beijou. Correspondi totalmente ao beijo mas logo coloquei ao fim

Rodrigo: te vejo hoje?

Amanda: talvez não - sorriu de lado - vou aproveitar minha mãe

Rodrigo: me liga quando precisar - dei um selinho

Amanda: se cuida - sorriu. Coloquei-me em movimento novamente, segui para o beco.

                                                                        Amanda narrando

Não eu não esteja mentindo pro mau, eu queria colocar um ponto no meu envolvimento com Felipe, eu estava me enganando e pior de tudo, enganando-o. Tomei um banho rapido e me troquei, peguei minha bolsa e as chaves do carro. Passei pela sala e vi Tales na mesma.

Amanda: o que faz aqui?

Tales: horario de almoço - sorriu - queria almoçar com minha irmã

Amanda: jura? - torci a boca - fiquei de pegar o Fe no aeroporto

Tales: vamos juntos - ele sorriu - que legal, teu amigo aqui

Amanda: pois é - sorri meio fraco, queria resolver aquilo logo mas não tinha como rejeitar um convite do meu irmão. O acompanhei até seu carro, fui no banco da frente ao seu lado. Ele estava feliz, alegre e contente o que era estranho pois todo dia após ou durante o trabalho sua cara nem sempre agradava.

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E lá estava ele, mochila nas costas, sorriso preguiçoso e um buquê nas mãos? Rosas brancas, olhei timida para Tales que riu da minha expressão.

Tales: romãntico - sussurrou arrancando um risinho meu. Nos aproximamos, eles se cumprimentaram com um toque amigavel enquanto a mim? Abraço apertado e até um cheirinho no pescoço.

Amanda: ta com fome?

Felipe: sim - sorriu. Caminhamos lado a lado. Decidimos comer no shopping.

O tempo todo ficamos rindo de coisas bobas, comemos nossos lanches mas nada de eu ou Felipe ou nós juntos, seja la o que for. Ele só estava sendo ele, da forma mais bonita que ele poderia ser, meu melhor amigo.

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A tarde passou e logo a noite caiu. Fê ia ficar 1 dia aqui, iria embora amanha de noite. O  que eu podia fazer? Ele era um principe. Além de ser atencioso veio de avião pra cá pra me ver e já ir embora.

Felipe: enfim, sós - sorriu assim que fechou a porta do quarto

Amanda: onde Tales foi? - disse caindo na cama, estava morta de cansada

Felipe: disse que saia e não voltava cedo - sentou ao meu lado

Amanda: hmm, ele ta todo feliz, só deve ser mulher - ri

Felipe: é ... - um silêncio ensurdecedor tomou conta do quarto. O olhei de lado e sorri de lado. Sua mão, que estava em sua coxa, deslizou pra minha que estava apoiada na cama. Sorri de lado - queria isso a um bom tempo - ele se inclinou pra me beijar. Senti meu corpo gelar e recuei - ta tudo bem?

Amanda: ta é que Fê - levantei e fiquei de frente

Felipe: não me diz que - concordei com a cabeça - pô Mandinha, a gente não namora, eu sinto sua falta e agora mais do que nunca, eu te amo cara, não faz minha viagem ser em vão

Amanda: não Fê é que - sorri de lado. Ouvi um barulho da janela que logo foi vetado por Felipe me prensando na parede e me beijando, literalmente ele me atacou e tudo o que eu pude fazer era o empurrar. Fera domada, ele se afastou e ficou sem graça e se desculpando mas meus pensamentos não estavam aqui e sim lá fora, na minha sacada ou melhor, em Rodrigo.

Quase sem pararOnde histórias criam vida. Descubra agora