Rodrigo narrando.
Não acreditei, olhei para Amanda que mantinha o olhar gelado sobre mim. Minha respiração estava tensa e fria, o encarei tomando uma posição rigida.
Rodrigo: Olavo - sorri nervoso - quanto tempo
Olavo: rodei toda SAMpaulo atrás de você e dos seus amigos - ele riu um pouco e me olhou - demorei mas achei
Rodrigo: agora que achou o que quer?
Olavo: não sei - ele começou a caminhar - mas eu fui roubado e a maior vitima de tudo fui eu
Rodrigo: esse papel de vitima nunca serviu pra você
Olavo: talvez não para vocês - ele olhou pra trás e logo pra mim - Meu negócio não é exatamente com você mas com seus amigos
Rodrigo: deixem os fora disso - tomei dianteira
Amanda: Rodrigo, não faz isso - a olhei de lado
Rodrigo: Amanda, você não ia embora?
Olavo: não seja bruto com a senhorita - ele a lançou um olhar malicioso para ela
Rodrigo: isso é entre mim e você
Olavo: que seja amigo - ele riu nervoso - eu só quero a minha droga
Rodrigo: a quer? Eu lhe dou mas prometa-me que nos deixara em paz
Olavo: eu prometo senhor Antoniazzi - ele sorriu - ande, me leve até lá
Rodrigo: Amanda - a olhei - vai
Ela estava assustada, eu também, mas no momento não poderia lhe dar alguma brecha.
Alguns minutos estavamos na frente daquela enorme perciana de ferro. Procurei a chave perto das janelas da frente, achei e logo após abri as mesma.
O caminhão estava lá, acendi as luzes e lhe entreguei as chaves. O mesmo foi até a carga, abriu e subiu e começou a contar.
Olavo: esta faltando
Rodrigo: vamos repor tudo o que foi consumido
Olavo: claro que vão - sorriu - valeu cara, talvez você seja o único dos seus amigos que tem consciência
Rodrigo: só some
Olavo: pode ter certeza - ele se aproximou, tirou uma algema do bolso, num instante colocou uma em um pulso e quando pensei em reagir a outra já estava em mu pulso. Era uma emboscada. Ele saiu me puxando e o brilho das sirenes das viaturas me cegava.
Tudo começou a passar em câmera lenta, provavelmente ficamos algum tempo dentro daquele galpão, olhei para ele que sorria vitorioso, como fui burro de ter caído. Um policial se aproximou, segurou a algema e me olhou nos olhos.
- Rodrigo Antoniazzi, o senhor esta retido por tráfico de drogas, o que você falar pode ser usado contra você - ele empurrou para dentro da viatura. Abaixei a cabeça, fechei os olhos e os abri novamente. Olavo conversava com o policial. Pensei em Amanda. Na minha mãe. Em meu pai.
Amanda narrando
Voltei correndo para onde todos estavam, adentrei a multidão mantendo meu foco em achar os meninos que acabava esbarrando em todos.
Camilia: DE NOVO? - parei cara a cara com ela - toda vez que passar por mim vai esbarrar? Você não se toca não? Cretina - ela veio pra cima de mim
Amanda: OLHA AQUI, não vou brigar com você agora porque não é o momento
Camila: não? - uma rodinha já se formava ao nosso redor - é o momento quando eu digo e é AGORA - ela virou a mão em minha cara. Fui para o lado. Fervi por dentro. Fui pra cima dela.
Puxava seus cabelos enquanto ela gritava e se debatia, coloquei toda a frustação e medo daquele dia caótico em cima dela e quando vi sangue, sangue de sua testa parei. Sai rapidamente de cima dela sem que ninguém me puxasse. Ela estava deitada no chão tentando se levantar. Olhei ao redor e vi Carlos se aproximar, logo Gian e por fim Ju e Raphael.
Julia: o que é isso? O que aconteceu? Cadê o Rô?
Minha garganta apertou, um calafrio percorreu meu corpo e meu rosto ardeu.
Amanda: Olavo - falei com uma certa dificuldade - ele esta com Olavo
Gian: OLAVO? - arregalou os olhos - conta direito
Amanda: não temos tempo - falei por fim - eles foram atrás das drogas
Todos se entre olharam e sairam. Olhei pra Ju e num segundo depois a abracei e chorei.
Raphael narrando
Assim que chegamos o lugar estava vazio, as portas estava todas abertas. Saímos do carro naquele ar carregado, entramos no galpão e o caminhão não estava mais lá.
Gian: foi uma emboscada - me olhou - tudo isso e deviamos ter tirado essa droga daqui a tempos
Raphael: pra onde ele o levou?
Gian: ele pode estar morto agora - abaixou o olhar - estou sendo otimista
Raphael: NÃO - gritei, segurei um talo de madeira que estava no chão e taquei na parede - ele não pode se foder por uma coisa o qual não estava envolvido
Carlos: temos que acha-lo - se aproximou de Gian - não a marcas de sangue ou balas
Raphael: ele foi sequestrado
- não - uma homem entrou no galpão, estranhei, carregava aquele olhar frio, usava uma camisa branca e calças jeans - Rodrigo foi preso
Raphael: como você sabe? - olhei para os caras - quem é você?
- não esta lembrado? - ele sorriu familiarmente - Senhor Antoniazzi, pai do Rodrigo que agora esta preso. Temos que agir logo.