Amanda narrando.
No dia seguinte acordei num impulso, dei uma olhada na tela do celular e percebi que o mesmo não havia despertado. Puta que pariu. Levantei as pressas entrando no banheiro, prendi meu cabelo com a escova de dentes entre os mesmos, peguei a calça jeans que estava em cima da cadeira do computador e a vesti terminando de escovar meus dentes, voltei ao banheiro me livrando da escova e enchaguando a boca. Ouvi o celular tocar, abri o guarda-roupas pegando a primeira blusa e logo atendendo o telefone.
- alô? - falei tentando controlar a respiração ofegante
- por que faltou? - era Julia, reconheci pela voz tensa e aguda
- perdi a hora - passei a mão na testa - mas eu ja estou indo
- onde?
- pra faculdade - olhei pra faculdade
- o que você vai fazer a essa hora lá? Faltam 15 pras 3 da tarde. O trabalho já foi, ele disse que não ia aceitar depois de hoje de manha
- eu vou dar um jeito - sorri e logo desfiz o sorriso pensando o que eu faria - to indo pra lá, beijo
- ESPERA, ESPERA - gritou - preciso que você venha aqui em casa mais ou menos a noite
- ta bom, me manda mensagem com a hora - desliguei, peguei a bolsa juntamente com o trabalho e desci.
A casa estava vazia, apenas peguei a chave do carro e cruzei a sala, sai de casa rumo a faculdade.
Rodrigo Narrando
Acordei com um barulho estranho, olhei pra baixo e notei que Carlos dormia ali, em um colchão no chão. Ele roncava feito um trator, peguei o celular e notei que já era tarde. Levantei e segui para o banheiro, joguei uma água no rosto e vesti uma camisa, desci.
Leila: filho - disse assim que me viu, sorri e logo que olhei pro sofá desfiz o mesmo
Rodrigo: boa tarde casal - passei por ela e fui até a geladeira, abri a mesma e peguei uma jarra de suco
Leila: eu preciso falar com você
Rodrigo: fala - dei de ombros
Leila: é serio, da pra você me olhar? - me virei colocando a boca na jarra, tomei um gole e a olhei
Rodrigo: adianta a prosa - falei em seguida de um outro gole
Leila: não podemos abrigar José e nem Carlos aqui, essa é uma casa de familia
Rodrigo: eles são prostituas agora? - a interrompi
Leila: não quis dizer isso - ela olhou pra Jonathan com uma cara aflita - é que John esta pensando em vir morar aqui e não é adequado morar dois homens estranhos conosco
Coloquei a jarra no balcão fazendo um barulho, passei a mão no rosto tentando entender aquelas palavras absurdas, olhei de soslasio para Jonathan e voltei a encarar Leila. Comecei a rir de nervoso, uma risada tanto ironica.
Rodrigo: é o que tava faltando mesmo. Ele esta pensando em morar aqui? Com a permissão de quem? Eu ainda moro nessa merda e eu que não divido o teto com esse chupim
Jonathan: pega leve ai cara - ele levantou seguindo minha direção
Rodrigo: pode parando ai - o cortei - eu não admito isso, quem é você mano? - me referi a Jonathan - eu pensei que você tinha respeito ao teu marido morto mas nem isso você tem - balancei a cabeça abrindo um sorriso nervoso, apoiei as mãos no balcão