Capitulo 18

340 14 4
                                    

                                                                     Rodrigo narrando

Aquelas palavras saíram como uma das bombas de Nagasaki. Como aquele cara conseguia ser tão burro?

Raphael: calma mano - sua voz estava tremula, passei a mão no rosto respirando fundo

Rodrigo: a gente ta morto - abaixei a cabeça - ele ta cutucando o cara com vara curta e vai arrastar todo mundo pro pau e eu não falo só em nos mas todos do beco

Raphael: cara, calma - respirou fundo - tenta esquecer isso por hoje e amanha a gente pensa com calma

Rodrigo: o cara pode ta agindo agora e você nem sabe mano - levantei e sai andando em direção as árvores do lado do lago. Como eu deixei isso acontencer? Devia ter ido junto com aquele cara, ele não tem nada de juízo na cabeça. Apoiei uma das mãos na arvore respirando fundo. Era a vida de várias pessoas envolvidas e uma das principais era as minhas. Eu ia acabar com todo o império que meu pai construiu na maior catastrofe internacional. Ele ia deixar aquela carga lá, a policia ia pegar, o Olavo ia atacar. 

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Rodrigo: POR QUE ISSO? - gritei num som alto e abafado virando em seguida um soco em um tronco de uma arvore. Meus nós nos dedos arderam quando colidiram com o tronco passando de raiva a dor - BUCETA - balancei a mão na tentativa que aquela dor acabace quando ouvi um barulho, um risinho abafado, olhei na hora na direção dela. Era escuro de fato mas a luz do luar refletiam bem seus olhos - ri mesmo

Amanda: você é engraçado - se aproximou, me afastei porém ela puxou a mão a qual eu havia socado o tronco e segurou - ta vermelha

Rodrigo: diga uma coisa que eu não sei - um sorriso irônico nasceu de meus lábios fazendo sua face se fechar

Amanda: precisa de alcool - tocou os ralados com farpas, tirando as mesmas sem dó nem piedade fazendo uma aguda dor se expandir naquela região

Rodrigo: ai caralho 

Amanda: segura firme machão - um pequeno sorriso de vitória brotou de seus lábios

Rodrigo: você ta curtindo - sorri de lado 

Amanda: na verdade eu to sim - sorriu soltando minha mão - já tirei as farpas, agora só o alcool e o curativo - ela deu um passo pra trás dando a entender que ia voltar. Eu não queria que ela fosse, não, eu não queria. Segurei em sua mão que deixara a minha em alguns segundos a puxando pra frente - eu tenho que ir - sua voz vacilou

Rodrigo: fazer o que? Assar marshimellows? - envolvi minhas mãos em sua nuca, sua respiração meia ofegante deixava toda aquela atmosfera mais densa - prefere ficar vendo aqueles dois se pegarem - a aproximei mais - e passar frio? - ja sentia sua respiração quente perto da minha, um pequeno sorriso brotou em seus lábios e logo em seguida ela mordeu de leve - to te querendo a um tempo e eu sei que você também tá - colei nossos lábios, vi que ela ia se afastar - deixa as coisas fluirem - sussurrei dando por fim um beijo. 

Beijo timido que logo se envolveu deixando aquele ar de quero mais. Minhas mãos estavam grudadas em sua nuca puxando seus cabelos de leve, suas mãos segurando meu braços e nossos corpos colados como se tivessem nascido um pro outro. Chegava ser até gay mas meus batimentos cardiacos estavam totalmente acelerados, meus pensamentos se apagaram e por um segundo esqueci de tudo e todos.

Amanda: Rodrigo - ela nos afastou calmamente, abri os olhos e nos olhamos - eu... eu - ela foi se afastando

Rodrigo: não - dei um passo a frente - me diz que tu não sentiu isso também

Amanda: isso.. isso - sua voz vacilava a cada tentativa, seus olhos confusos percorriam todo o local atras de respostas deixando uma lacuna gigantesca. Me aproximei novamente colando nossos corpos mas dessa vez minhas mãos seguravam sua cintura e seu corpo estava encostado na arvore, suas mãos deslizaram sobre meus ombros chegando a minha nuca, o beijo antes timido tomou mais intensidade tornando aquele momento muito mais que pegadas, muito mais que puro desejo, era uma explosão de tudo o que tinhamos direito e tudo o que nos esperava.

-------

Não demorou muito para que voltassemos para a fogueira, sentei atrás de Amanda a envolvendo em um abraço por trás, passei os cobertores por trás e pela frente e segurei sua cintura.

Julia: já não era sem tempo - sorriu - vocês são tão bonitinhos juntos 

Amanda: menos amiga - apoiei o queixo em seu ombro, senti seu arrepio

Raphael: é isso mesmo? - disse chegando do nada, se sentou ao lado de Ju e a envolveu num abraço lateral - acabei de falar com Gian e ele assegurou que a carga não estava no beco, mas que estava por perto

Rodrigo: menos mau - sorri de lado - por lá seria dificil achar, é quase que isolado da cidade

Raphael: o cara não é tao burro assim 

Julia: deixa esse assunto pra amanha - deitou no ombro de Rapha - não viu que tem um novo casal aqui?

Raphael: eu vi - sorriu zombado 

Amanda: seus chatonildos

Nossa noite ou parte da manhã se resumiu nisso, beijos e carinhos daqui até que decidimos dormir juntos mas no maior respeito possivel. 

No dia seguinte fui acordado pelo celular, era Gian e junto com ele vinha a bomba do dia seguinte. Pedi a ele que pedisse ajuda e sigilo a José e que estava indo imediatamente para lá.

Rodrigo: ei Amanda - a sacudi de leve - acorda - ela entretanto gemeu e virou de lado. Respirei fundo e acabei jogando meu corpo por cima do dela, apoiei as mãos na cama e enchi seu rosto de beijos calmos - Amanda - minha voz saiu meio cantada - acorda ei - quando selei nossos lábios vi que ela correspondeu - safada - descolei os mesmo olhando em seus olhos. Ela riu baixinho

Amanda: bom dia? - disse com a voz rouca, sai de cima dela rindo 

Rodrigo: é - sorri - temos que voltar, vou acordar o resto - levantei e tatei a blusa por cima da cabeceira

Amanda: só mais 2 minutinhos - segurou em meu ombro - só 2 - fez bico, ri por dentro e lancei meu corpo sobre o seu rendendo aos desejos de seus lábios. Suas mãos, precisamente suas unhas, roçaram com minhas costas enquanto a mesma se contraia, chupei teu lábios saindo de vez de cima dela

Rodrigo: se a gente continuar eu não vou conseguir parar - sorri - bora - sai de vez colando a blusa e seguindo até a porta. Bati na porta do casal 20, ouvi alguns xingos, nada que me assustasse e entrei no banheiro que se localizava bem a frente do quarto deles. Fiz minha higiene, tomei uma chuveirada e sai arrumado.

Amanda: já não era sem tempo - sorriu 

Rodrigo: por que não entrou comigo? - ela soltou um risinho e entrou no mesmo. Bati novamente na porta do casal 20 e sai rumo a garagem. Dei uma checada na moto, gasolina, óleo, tudo em ordem. Freios, acelerador, tava boazona. O som do acelerador vetava todos os outros e assim que eu parei algo me alarmou, precisamente uma voz.

- Olá? - olhei de  lado e em seguida virei o corpo todo. Uma mulher se encontrava ali

Rodrigo: oi - sorri - pois não?

- vim deixar umas compras aqui - disse colocando no banco - você é o filho do senhor Antoniazzi

Rodrigo: eu mesmo - gelei ao ouvir o sobrenome - quem a mandou aqui?

- o mesmo - sorriu

Rodrigo: quanto te devo?

- nada - sorriu - ele mesmo já me entregou o dinheiro em mãos

Rodrigo: a sim - parei - a quanto tempo você trabalhava pra ele?

- ele me procurou a três dias atrás 

Rodrigo: estamos falando de Caetano Antoniazzi?

- ele mesmo - sorriu - bom, tenho que ir 

Rodrigo: minha senhora - engoli a seco - ele esta morto a anos

- senhor Antoniazzi? Não meu filho, ele esta morando aqui a um mês - me olhou estranho e saiu em passos largos.

Quase sem pararOnde histórias criam vida. Descubra agora