Amanda narrando.
Ficamos naquele hospital até a hora de Carlos ter alta, durante todo esse tempo fiquei conversando com Rodrigo. No começo ele me contou sobre o começo da viagem mas depois o assunto foi mudando até virar coisas banais. Ele dizia o que sentia, dizia sonhos e contava história com seu pai, já eu? Ouvia e até contava um pouco de algo parecido que eu passará mas nunca saindo do foco, que era ele. A imagem de crápula que eu tinha sobre ele estava caindo, ele não era tão ruim assim. Era um cara sonhador, ele tinha um sorriso leve e um senso de humor incrível, tudo isso em apenas 2 horas.
Ouvi o médico em chamando, o acompanhei tentando entender sua pronúncia com muito sotaque, Rodrigo me acompanhará por um pedido meu. Adentramos no quarto e Carlos estava de pé, o médico então começou falar algo sobre remédios e consultas no Brasil, assenti tudo e ele nos liberou.
Carlos: você e o Rodrigo sem brigar? - disse quando paramos em frente a porta, estávamos esperando Rodrigo fechar a conta do hospital
Amanda: pois é - sorri - ele não é tão péssimo assim
Carlos: eu disse que tu tinha que parar com essa mania de julgar os outros sem os conhecer - passou a mão por emus ombros e selou minha testa, sorri
Amanda: ta sentindo dor?
Carlos: nada que eu não possa suportar - sorriu
Rodrigo voltou com o celular no ouvido, ele estava rígido e suas respostas eram apenas grunidos de sim ou não. Ele desligou e nos olhou - Gian ta embarcando
Carlos: pra onde? O que rolou?
Rodrigo: ele não disse - me encarou, olhei aflita - ele ta bem mas vai pra outro país pra dar uma despistada em Olavo
Amanda: e do que adiantou ele pegar o que era dele novamente sendo que ele deixou aqui?
Rodrigo: sei lá mano, eu so preso a vida dele - ele olhou pra Carlos e o abraçou de lado - bem vindo de volta cara.
Raphael narrando.
Dois dias depois.
Demoramos um pouco para comprar as passagens porque as meninas queriam aproveitar um pouco de Amsterdã, tava tudo suave a não ser pelo fato que Gian estava meio sumido, Rodrigo havia explicado o que havia acontecido, José disse que o melhor a fazer agora é acalmar os telefones. Estávamos todos no avião, a viagem era longe mas estava ao lado de Ju o que facilitava mais as coisas.
Raphael: amor - sussurrei, ela soltou um grunindo como se dissesse "to dormindo, o que é" - ta acordada? - seus olhos abriram lentamente e ela me encarou
Julia: o que é? - respondeu no mesmo tom de voz que o meu
Raphael: por que estamos sussurrando? - ela sorriu de lado
Julia: talvez seja porque todos estão? - levantei um pouco e olhei pra cadeira de trás. Chegava ser até engraçado mas Rodrigo trocará de cadeira com Carlos para ficar ao lado de Amanda, é mano, eu ria daquela nova dupla porque eles realmente se odiavam e agora ela estava com a cabeça deitada em seu ombro babando, sentei novamente e percebi que Ju ainda me olhava
Raphael: tu viu ali atras?
Julia: Amanda e Carlos?
Raphael: não, e Rodrigo? - ela se levantou rapidamente e me encarou com um sorriso indecifrável no rosto
Julia: é quase um milagre - sorriu - to com friozinho - a envolvei em meus braços, ela sorriu e apoiou a cabeça em meu peito - eu te amo tá? - olhou em meus olhos. Aquelas palavras estavam sendo praticamente sussurradas, uma enorme vontade de gritar me atingiu, sorri e a beijei correspondendo o enfim eu te amo.