Capitulo 2

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Raphael narrando

Cheguei na casa de Rodrigo e fui entrando, não estava com sono mesmo, só puxei um ronco de uns 30 minutos e cai na rua de novo. Entrei no quarto do cabeção arrancando a coberta e fazendo barulho, ele me xingou pra caralho mas depois ficou de boa.

Rodrigo: você é cuzão ein mano - ele levantou e foi pro banheiro

Raphael: cadê os fininho? - perguntei quando abria as gavetas

Rodrigo: fundo falso atras da primeira gaveta - gritou do banheiro - ta muito cedo não? - saiu com a escova de dente na boca

Raphael: vai regula agora? - disse pegando o mesmo e acendendo, traguei e soltei

Rodrigo: ce que sabe - voltou e depois saiu novamente, colocou uma camisa - qual vai?

Raphael: pegar as peças com o novo fornecedor, o pessoal do beco já ta cobrando

Rodrigo: demorô - saímos do quarto bem na hora em que Julia vinha

Raphael: falando nela - provoquei

Julia: não to pra briga, já fudi com meu carro, não quero fuder com você então sai da minha frente, garoto chato! - saiu batendo pé, olhei pra Rodrigo com um olhar de dúvida

Raphael: ih sua louca, eu nem falei nada de mais. Aprende a falar igual a mulher - soltei uma risada e vi ela levantar o dedo médio. 

Rodrigo: vocês ainda vão se casar - falou já nas escadas

Raphael: sai fora, essa ai - olhei pra porta de seu quarto - nem se ela quisesse, muito nhem nhem nhem - fiz o jeito com a boca, ele soltou um riso e fomos atras das tais peças. 

Amanda narrando.

Cheguei em casa apenas prevendo minha bronca, mas a culpa não é minha que ainda vendem cartas,ele teria que entender.

Amanda: Tales - o chamei enquanto entrava na sala, percebi um movimento estranho no sofá e foi ai que senti meu estômago revirar. Carlos estava comendo uma menina na minha frente, no sofá del... no nosso sofá! Senti uma pontada de ódio, como eles ainda não haviam notado minha presença devido a suas grandes intensões, me dirigi até meu carro, peguei o extintor e voltei pra sala jorrando toda aquela substancia em cima deles. A menina caiu no chão e ele me olhou sem entender o que havia acontecido, assim que percebeu seu rosto se fechou e eu joguei o objeto que parecia uma porpeta no chão causando um enorme barulho.

Amanda: acho que devíamos ter regras por aqui - sorri sínica e subi para meu quarto. AQUILO ERA O FIM!

Era um grande desrespeito com a casa e outra, sexo casual a luz do dia em plena sala? Oi? Lembrar que há uma mulher na casa é muito luxo de sua parte. Senti meu celular vibrar, uma chamada áudio-visual de Felipe, me recompus e atendi

Felipe: fala pequena - seu sorriso era bonito, gravante e me fazia sentir saudade - como estão as coisas ai na grande SP?

Amanda: olha - respirei fundo me contendo para não rir, pensando bem, foi até engraçado. Contei a ele desde ontem até a alguns minutos atrás. Ele caiu na risada

Felipe: essa sim é a Valentino que eu conheço - sorriu - já to com saudade de ti

Amanda: ai, nem me fale - suspirei - arrumar confusão logo de manha me estressa, poxa, era meu carro novinho

Felipe: anotou ao menos a placa? - coloquei a mão na testa lembrando desse pequeno grande detalhe, ele soltou um riso - sua cara mesmo

Amanda: eu estava tensa, não pensei muito na hora

Felipe: você nunca pensa - vi a porta se abri e olhei diretamente para aquele cabelo branco e o sorriso de culpa apareceram

Amanda: depois falo contigo Fe - disse sem tirar os olhos de Carlos - Carlos vai pedir desculpas agora, não posso perder a chance de dizer o quão idiota e nojento, e pedir, claro, para que mudem o sofá dessa sala - apenas ouvi o riso de Fe e o beijo estalado que ele deu na câmera de seu celular e desligou só em seguida

Carlos: desculpa - ele entrou - pensei que você ia demorar mais

Amanda: mas não demorei - arqueei o senho

Carlos: não vou fazer mais isso

Amanda: eu sei - sorri levantando e indo até ele - foi ela por quem você brigou? - ele assentiu - aprende a escolher, porque calcinhas ainda se usam hoje em dia - passei por ele contendo meu riso, provavelmente ainda estava tentando raciocinar que eu chamei "sua" garota de rampeira. 

Rodrigo narrando.

Estava num mano a mano, o suor escorria pela minha testa, aquilo não era oficial e nem aposta mas a vontade de vencer me movia como impulso. Empurrei o chão com os pés e grudei na grade fazendo o último ponto para nossa vitória, comecei a gritar e bati meu peito com o de Raphael, uma forma de comemorar nosso jogo. Os mlk nos cumprimentaram, tirei a camisa para limpar o suor de meu rosto e joguei a mesma no ombro.

Raphael: hoje tem Drinque no Inferno - disse assim que terminou de beber sua água. Drinque no Inferno era uma boate muito conhecida e difamada, era ali que andavam a galera punk como os motoqueiros, vadias e jogadores viciados, saíam brigas mas fora isso rolava muita coisa boa como... ah, rolava orgia, bebida e muita dança.

Rodrigo: não sei se to afim - ele me olhou quase como eu o tivesse xingado

Raphael: qualé

Rodrigo: to meio cansadão, acho que devíamos procurar outra área, Drinque no Inferno ta ficando muito popular e tem mais jogadores do que pessoas que realmente querem curtir

Raphael: só se arruma cara, o resto a gente decide no encontro no beco

Rodrigo: fechado - sorri fazendo um toque com o mesmo, ambos subimos em vossas motos e seguimos lados opostos.

Cheguei em casa e vi que o carro do mané tava lá, respirei fundo só de pensar em olhar para a cara de bosta naquele cara, cheguei vestindo minha blusa e olhando diretamente para cozinha, ele estava cozinhando. Joguei minha mochila no sofá e fui abrindo a geladeira. Peguei algo que parecia gostoso, era amarelo e cremoso. Peguei uma colher e subi comendo o mesmo, era maracujá, mouse.

Ricardo: ei ei ei - ele disse quando me via subir - isso é da sua mãe! - o olhei serrando os olhos e regredindo alguns degraus

Rodrigo: pena que ela mora com o filho dela, que esta com fome - pausei - e cade ela?

Ricardo: estou preparando um almoço surpresa, será que você pode cooperar e devolver a sobremesa?

Rodrigo: puts, foi mau cara mas - olhei para a vasilha e passei minha língua por toda extensão da mesma- me disseram que quando faz isso é que azeda - subi rindo ironicamente - e a proposito, ela ia adorar, ela curti um bagulho meio cítrico - continuei meu caminho ignorando sua demonstração de raiva sobre a nossa bancada. Continuei comendo quando olhei para a porta semi serrada do quarto de Julia, me aproximei do mesmo e me coloquei entre o meio da frestinha. Julia estava se escutando musica no pc e falando sozinha, o que era engraçado. Ela percebeu que eu estava ali e logo parou com a música.

Julia: bater ainda se usa hoje em dia

Rodrigo: quer? - ofereci a mouse

Julia: essa não é

Rodrigo: sim - sorri interrompendo-a, ela se aproximou e pegou uma colherada - acho que eu devia avisar que eu lambi isso ai né - disse assim que ela engolira, ela parou e me olhou incrédula

Julia: você é muito nojento - se afastou

Rodrigo: a proposito - sorri - hoje vai rolar alguma coisa bem exótica, não sabemos ainda mas Rapha esta te convidando

Julia: o insuportável? - assenti com a cabeça - Gonçalves? - assenti mais uma vez - o que ele quer? - dei de ombros

O por que eu estava fazendo aquilo? Sei la,tava na hora deles pararem com essas frescuras anais.

Quase sem pararOnde histórias criam vida. Descubra agora