Capitulo 24

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                                                                 Amanda narrando

Abri os olhos e encarei o teto. Meu coração gelou por um segundo por lembrar da cena de ontem mas assim que olhei pro lado meu coração acalmou. Ele estava dormindo de uma forma totalmente tranquila. Sorri e levantei, andei até o banheiro e fiz minhas higienes.

Rodrigo: bom dia - parei no batente da porta e o olhei, levava um sorriso preguiçoso, bocejou e em seguida levantou

Amanda: que horas você chegou ontem?

Rodrigo: faz - ele olhou no relógio - três horas que cheguei

Amanda: volta a dormir

Rodrigo: sem chances - passou por mim e lavou o rosto, em seguida escovou os dentes.

Esperava um bom dia mais animado e de alguma forma aquilo me decepcionou pois, caramba, eu me entreguei ontem a ele e hoje ele ta... frio.

Coloquei um shorts que havia pego de Ju, troquei a camisata e ajeitei o cabelo. Senti seu toque em minha cintura, arrepiei e aquele sorriso falho escapou de meus lábios, suas mãos giraram-me e ficamos frente a frente. Ele olhava por cima, sorriu e se inclinou, me beijou. Como se eu soubesse aquilo de cor e salteado enlacei meus dedos em sua nuca, ele nos envolveu mais. A porta atrapalhou tudo, as batidas nela ficaram mais intensas até ele me soltar e abrir a mesma.

Raphael: bom dia - sorriu fraco, vi que Rodrigo o olhava com um certo receio - tem gente querendo falar contigo ai embaixo 

Rodrigo: já estou indo - ele fechou a porta na cara do amigo, o que era de estrema ignorancia e estranheza de sua parte;

Amanda: aconteceu algo? 

Rodrigo: problemas - disse ele colocando uma bermuda - nada de mais

Amanda: ta tudo bem sobre ontem? Saímos tão atordoados, não entendi nada

Rodrigo: algum mané fez uma denúncia falsa, os policias só estavam fazendo seu trabalho

Amanda: entendi - sorri e peguei minha bolsa

Rodrigo: tenho que ir agora

Amanda: é, eu também, tenho um jantar de familia hoje a noite e tenho que levar o Carlos

Rodrigo: boa sorte - ele riu baixinho

Amanda: vou precisar - sorri de volta. Ele ja estava pronto. Quando eu ia passar pela porta novamente suas mãos grudaram em minha cintura e seu beijo foi ainda mais intenso que o outro, terminamos em selinhos e eu o olhei nos olhos.

Rodrigo: obrigado por ontem - sorriu - foi perfeito

Senti a boca do estômago apertar e meu corpo se aquecer

Amanda: você foi perfeito - beijei seu rosto e sai, andei em direção ao quarto de Carlos.

Abri a porta vagarosamente, estava tudo escuro e ele dormia. Puxei a cortina das janelas e abri as mesmas, ele sentiu-se incomodado mas mesmo assim não acordou. Arranquei suas cobertas, coloquei minha bolsa no chão e pulei em cima dele.

Carlos: TA BOM, JÁ ACORDEI - gritou me empurrando, cai na cama rindo

Amanda: como nos velhos tempos - levantei e me ajeitei - acorda vai

Carlos: to acordado porra - ele sentou na cama - bom dia pra você também

Amanda: sabe que hoje você tem que ir lá em casa

Carlos: por...? - aqueou a sobrancelha 

Amanda: aniversário do papai genio 

Carlos: e por que eu iria? A mãe e teu irmão vão estar lá

Amanda: idai? O papai também vai estar e até onde eu sei você o ama

Carlos: vou ver o que posso fazer por você

Amanda: não querido - sorri forçadamente - você vai e não vai estragar absolutamente nada porque se você fizer isso eu vou arrancar seu progenitor fora ou acabar com sua reputação no beco - sorri - esteja lá as 20h, tenha um bom dia.

Sai do quarto contendo o riso, desci as escadas correndo e parei na sala quando vi que José, Rodrigo e Raphael conversavam do lado de fora, a conversa parecia tensa. Respirei fundo, peguei minhas chaves e fui embora.

                                                                Raphael narrando

Rodrigo: Indepente se ta longe ou não ta naquela região e agora se não bastasse aquele Jonathan maldito tem esses caras

Raphael: por que eles voltaram?

José: por minha causa, essa não é a questão aqui e sim que estamos correndo perigo

Raphael: se colocarmos esse bagulho na estrada agora e a policia pegar vai ser tráfico 

Rodrigo: ta muito perigoso deixar aquilo por ali - ele massageava suas têmporas - tem Olavo, Los Hermanos e de quebra a policia

José: e se vender para os tráficantes?

Raphael: boa - encarei José, ele coçava sua barba e olhava pro nada

Rodrigo: seja o que for que seja rapido pois as coisas estam avançando

José: Olavo não vai sair da cola de vocês tão cedo

Raphael: deixa o cara, quando ele der sinal de vida tomamos providencias, por enquanto ele esta na dele sem dar as caras, só nos previnirmos e esta tudo certo

Rodrigo: ta ai - ele segurou meu ombro - leve isso como um conselho pra si proprio 

Se virou e saiu andando, José me encarou.

José: sai dessa filho - ele se aproximou - ela acaba contigo em meses e tudo o que sobra é desumanidade, infelicidade e vergonha

Raphael: me viro com a vergonha todo dia - me afastei - quando olho pra você e lembro o que você fez com a minha mãe - sai 

Julia: bom dia  - ela estava sentada na cozinha tomando café - parece que todo mundo acordou cedo nessa casa

Raphael: você nem imagina - sorri e a beijei, sentei ao seu lado - dormiu bem?

Julia: dormi - sorriu - você não né?

Raphael: insonia 

Julia: o que esta te incomodando amor? - ela acariciou minha nuca num sinal de conforto 

Raphael: nada para você se preocupar - beijei sua testa, Rodrigo entrou na cozinha e me encarou

Rodrigo: te espero no beco - saiu

Julia: o que aconteceu com ele?

Raphael: é o que nos vamos ver - tomei um gole de seu café - te amo - dei um selinho

Corri a tempo de alcança-lo, ele ja subia em sua moto ate eu o barrar.

Raphael: tu não tem o direito de ficar assim comigo cara - ele me encarou e tirou o capacete - eu não fiz essa escolha, só foi ontem e eu não vou fazer mais. Se toda vez que você ver eu fumando maconha ou algo do tipo dar uma de Julia, porra cara, eu sei o que eu to fazendo

Rodrigo: sabe mesmo? - ele fez um jesto em minha direção, gelei, virei e ela me encarava sem reação - eu resolvo por ti isso - colocou o capacete e apertou meu ombro - bom mesmo que saiba o que esta fazendo pois vai precisar de toda força - saiu acelerando.

Meus olhos estavam nela, os dela percorriam-me de cima a baixo como se eu fosser algum estranho ou coisa do tipo

Raphael: Ju - falei baixinho

Julia: você não tem vergonha não? - sua voz saiu falha - da sua mãe... de você mesmo?

Raphael: Ju, me escuta - me aproximei, ela recuou 

Julia: vai se tratar - ela retirou as chaves da bolsa e correu até o carro, eu fui atrás mas quando me aproximei a porta já estava trancada, bati no vidro, ela ligou o carro e saiu com tudo. Caralho.

Quase sem pararOnde histórias criam vida. Descubra agora