Rodrigo narrando
Não economizei no ponteiro do acelerador, acelerei mesmo e a cada km a mais as mãos de Amanda apertavam minha jaqueta. A sensação era gostosa, vento no rosto e a sensação de tê-la perto, muito perto, não era de total desagrado. Assim como o ponteiro do acalarador avançava o da gasolina abaixava obrigando-me parar no posto de pista mais perto.
Amanda: o que vamos fazer?
Rodrigo: abastecer - apoiei o pé, ela saiu e eu logo em seguida. Pedi para o cara encher o tanque a olhei - ta com fome?
Amanda: to - ela bateu o pé inquieta - fome de informações. O que esta acontecendo?
Rodrigo: quando a gente tiver suave eu falo - sai em direção a lanchonete do posto
Amanda: não - agarrou em minha jaqueta fazendo com que eu recuasse, respirei fundo - me fala agora!
Rodrigo: abaixa seu tom que a gente ta em um lugar público - olhei para os dois lados encarando os olhares que nos possuiam - senta que eu te falo - ela bufou e sentou-se na mesinha que havia por perto, peguei dos refri e sanduba, coloquei em sua frente e a encarei
Amanda: hello, eu sou vegetariana - abri meu sanduba e comecei a comer
Rodrigo: pega o que quiser ai - disse de boca cheia mastigando meu lanche
Amanda: não! - ela me encarou com face enojada - eu não to com fome, quero que você me fale
Rodrigo: perai - bebi o refrigerante e mordi um pedaço novamente e assim foi ate terminar o meu sanduíche
Amanda: você come feito um porco
Rodrigo: pelo menos não passo fome - pisquei rindo - então, mais ou menos assim. Recebi uma ligação de Gian e há uma grande chance de Olavo estar de nos, por isso preciso proteger aqueles que foram e que ele conhece
Amanda: acontece que eu não o conheço
Rodrigo: mas tava comigo naquele dia - amassei o papel jogando em cima da mesa - vamo?
Amanda: exatamente pra onde?
Rodrigo: eu tenho uma casa de praia, é pique um rancho e ninguém sabe que aquilo existe - paguei e voltei para moto acompanhado de Amanda. Saquei o telefone do bolso e liguei para Raphael
- o que aconteceu? - disse assim que atendeu
- Olavo, onde cê ta?
- na sua casa, Ju veio pegar uns bagulhos aqui
- to indo pro sitio - disse por fim - vem guiando Carlos
Amanda: fala pra Ju trazer algumas roupas pra mim
- e pede pra Julia pegar roupa pra mimadinha
- cê ta com ela?
- claro po - sorri olhando pra ela - estamos aqui fazendo um sexo selvagem muito gostoso, mas cê ta atrapalhando então falou
- tá porra - ouvi sua risada e desliguei
Amanda: sexo selvagen? - montei na moto e sorri pra ela
Rodrigo: não? - soltei um risinho, ela montou e segurou minha cintura - você ta quase me comendo pelos olhos, adorou a moto
Amanda: ainda não querido - ironizou, colocamos os capacetes e eu acelerei.
Julia narrando
Fui socando tudo dentro de uma bolsa enquanto os meninos me esperavam lá embaixo. Estava tudo certo, dinheiro, roupas e meus documentos. Não peguei muito pois estava corrido, já ofegante fui arrastando a mala pelo corredor quando Leila apareceu na minha frente.
Leila: onde vai? - perguntou saindo do quarto com um sorriso preguiçoso no rosto
Julia: a tia... - olhei pra baixo - vou.. - respirei fundo fazendo sons com a boca a procura de resposta - vou dormir na casa do Rapha
Leila: com essa mala?
Julia: é - sorri - é que eu vou passar uns dias lá sabe? Além do mais ele mora mais perto da faculdade
Leila: hm - me olhou desconfiada - sabe por onde anda Rodrigo?
Julia: deve ta na casa nova - ela arregalou os olhos, droga, ela não sabia que a casa era um fato concreto - tenho que ir, tchau - desci o mais rapido que pude, quando os meninos bateram os olhos em mim apenas balançaram a cabeça
Raphael: onde vamos por tudo isso? - sussurrou
Julia: vou com o meu carro - disse me lançando até a garagem, abri o porta-malas colocando a mesma ali
Raphael: ce tem certeza? A viagem é longa e ta de noite
Julia: tenho - sorri passando os braços por sua nuca - não se preocupa meu amor - por fim pressionei meus labios contra os dele.
Carlos: se liga ai manezada, o tempo ta passando - gritou já em cima da moto, Rapha soltou um risinho meio malicioso e apertou minha bunda. Ri e dei um tapa em seu braço.
Julia: vai logo safado - ele se virou e no mesmo instante apertei a sua, ele olhou pra tras enquanto eu contia o riso - direitos iguais ué - levantei as mãos e ele riu. Entrei no carro, dei partida e acionei a ré, aceleirei com cuidado manobrando pra sair então da calçada e ir direto pra rua. Parei e acertei os retrovisores que por sinal estavam totalmente tortos e assim que eu meti o pé no freio uma figura se movimentou, ainda em um velocidade baixa, a casa e o motoqueiro diminuiam de tamanho, não identifiquei o motoqueiro pois estava de capacete. Afastei todos os pensamentos e voltei minha atenção na direção
Rodrigo narrando
Fui reduzindo assim que avistei a porteira, abri a mesma e me pus a dentro. Aquela estradinha, coqueiros me traziam o doce gosto da infância boa e vivida. Era noite e as estrelas estavam mais que brilhantes irradiavam uma luz que só elas sabiam mas claro, nada superava a lua. Desci da moto e deixei o farou iluminando a grande porta de madeira escura, tateei o escondeirijo antigo até achar o mesmo, abri a porta e acendi a luz. Olhei para Amanda que estava esprimida em minhas costas, aparentemente com frio e medo. Adentrei na casa e percebi que tudo estava na perfeita ordem, limpo, sem sujeira, o que era estranho pois a última vez que alguém veio aqui fazia pelo menos 1 ano.
Amanda: ai é friozinho aqui né? - falou passando as mãos pelos braços, sorri de lado e tirei minha jaqueta deslizando a mesma por suas costas
Rodrigo: tava a 180km por hora e não sentiu frio, agora que cê ta?
Amanda: você tava na frente do vento - se ajeitou na jaqueta
Rodrigo: era só você falar po - soltei um riso lateral e passei os braços por volta de suas costas, ela tentou desviar mas eu a segurei. Deslizei as mãos por suas costas na tentativa de aqueca-la, ela se ajeitou e percebi que seus olhos se ceram - cê ta com sono? - saiu na forma serena e baixa
Amanda: uhum - balançou a cabeça afirmando. A levei até o quarto que eu costumava ficar, abri a porta e assim como a casa estava limpo e organizado. Peguei mais cobertas e ela se deitou se cobrindo, se ajeitou no travesseiro e me olhou com os olhos semi serrados - por que esta sendo tão gentil?
Rodrigo: porque eu gosto de você - parelizei. Aquilo saiu sem querer. Arregalei os olhos e fechei em seguida. Ela apenas sorriu - quer dizer - cocei a cabeça - ce sabe, eu realmente não te acho cuzona, é que sei la eu só
Amanda: eu também gosto de você - sua voz estava rouca devido ao sono, sorri apagando a luz
Rodrigo: se precisar de mim estarei na sala esperando o pessoal - ia fechando a porta
Amanda: Rodrigo?
Rodrigo: oi - falei abrindo a porta com calma
Amanda: preciso de você