Rodrigo narrando.
Uma semana...
Nada de muito trágico havia mudado essa semana. Eu, Carlos e Julia já haviamos mudado. Ela optou por vir pra nova casa, minha mãe estava uma pilha de nervos ultimamente e acabou rolando umas discuções enfim, ela veio pra cá. Sobre o beco, a carga ainda continuava pela região, Olavo ainda não havia dado um sinal de vida e isso em deixava preocupado, muito preocupado. Bom, sobre eu e Amanda... as coisas estavam fluindo bem, tudo na maior paz e calma. Ela era uma mulher de verdade, não totalmente aquela patricinha insuportavel. Era interessante, bonita, inteligente e muito sexy.
Amanda: Rô, para - aquela risada gostava ecoava como uma suplica feliz, me recompus em meu lugar e olhei todos em minha volta.
Julia: para de ser nojento garoto - ela jogou pipoca em mim - nojento - peguei a pipoca que havia caido em meu colo, mastiguei e pus a lingua pra fora mostrando o mastigado - acho que vou vomitar
Gian: vocês são muito nojentinhas - apareceu por trás
Rodrigo: ae seu cuzão - fizemos um toque - qual a boa?
Gian: vim buscar a vela - apontou para Carlos - borá da um rolé
Raphael: nem chama os parça
Carlos: tão tudo na coleirinha - levantou e cumprimentou Gian - não nos esperem
Rodrigo: tomara que não peguem nenhuma mina - gritei enquanto eles fechavam a porta
Raphael: largados pelos cuzões - sorriu - sexta-feiras nunca mais serão as mesmas
Rodrigo: pois é - passei o braço pelos ombros de Amanda - e ai gatinha
Amanda: eca - riu e beijou meu rosto - você é muito ble
Rodrigo: eca nada - segurei seu rosto com a mão e a selei. Um barulho estranho soou abafado, ela deslizou os dedos pelo bolso trazeiro, olhou o visor e levantou num pulo
Amanda: tenho que atender, é importante - ela saiu de cena, olhei para o casal 20
Rodrigo: até que vocês são bonitinhos - ri - mas me diz, quem é o homem da relação?
Raphael: se fode seu merda - pegou a vasilha de pipoca e jogou toda em mim - você vai limpar tudo isso
Rodrigo: tu que fez, tu que limpa
Julia: eu ajudo babaca - levantei rindo, andei até a area da piscina onde Amanda se encontrava. Empurrei a porta de vidro com cuidado, ela me olhou e se despediu da pessoa ao telefone.
Rodrigo: ta tudo bem?
Amanda: ta sim - sorriu de lado - vamos entrar?
Rodrigo: por que? - me aproximei e a abracei por trás - sinta esse ventinho, olha como ta gostoso - passei o braço um pouco acima de seu peito e beijei seu rosto
Amanda: ta sim - eu pude sentir o sorriso em sua voz
Amanda narrando.
Fiquei até tarde por lá, quando o sono bateu Rô me deixou em casa. Entrei vetando todo o barulho possivel que podia fazer, deixei as chaves na mesinha e percebi que Tales estava na sala, a televisão ligada. Sorri e me aproximei. Ele dormia de mau jeito, toquei em seu ombro e sentei ao seu lado. Ele não sabia que eu e Rodrigo estavamos nessa vibe, mas sabia onde eu ia, sabia que eu estava em sua casa e eu acho que isso o preocupava de uma certa maneira.
Amanda: acorda - mexi seu ombro vagarosamente - psiu, vamos pra cama
Tales: oi - sussurrou e sorriu ainda de olhos fechados
Amanda: qual foi a última vez em que você saiu?
Tales: eu saio sempre - seus olhos estavan fixos em mim
Amanda: sair sai - levantei - ei, você é um homem novo e bonito, não devia ficar em casa de pijama assistindo - olhei pra TV - Friends
Tales: eu perdi todos meus amigos de faculdade - coçou um olho - e meus amigos de trabalho, o mais novo tem 35 e tem filhos
Amanda: por que não volta a andar com a turma do beco? - ele me encarou serio por um momento
Tales: as vezes eu sinto saudade - seus olhos fixos no nada - mas ai lembro daquele dia e de tu...
Amanda: os tempos mudam - o interrompi - ando com eles e não me prostituo, me drogo e me veto - beijei sua testa - boa noite
Subi, entrei em meu quarto e desabei na cama. O celular vibrou novamente e eu sabia quem era. Era ele, era meu melhor amigo e queria me ver. No visor uma mensagem:
"A distância não vai nos separar, boa noite anjo meu"
Rolei pela cama e bufei. E agora?
Rodrigo narrando.
Por volta das 4 da manhã o telefone começou a tocar desesperadamente. A vontade era de tacar aquela merda na parede. Deslizei o dedo sobre a tela e levei o aparelho ao meu ouvido.
- alô?
- cara - era a voz de Carlos - tem como tu dar um pulinho aqui?
- são 4 da manhã
- eu sei - respirou fundo - mas tem uns cara e
- Olavo?
- não - ouvi uns gritos de voz grossa, um estrondo - inimigos antigos
- quem são?
- Os gorilas
- to indo - levantei sem exitar, coloquei uma calça e peguei a jaqueta. Passei pelo quarto de Julia e bati com tudo, e abri. Os dois dormiam.
Rodrigo: acorda mano - cutuquei Raphael
Raphael: o que foi cara?
Rodrigo: treta do beco - ele levantou também, peguei as chaves da moto, lá em baixo abri o movél que tinha o fundo falso, peguei uma arma e a carreguei, guardei na cintura e vi Raphael descendo.
Raphael: quem são?
Rodrigo: os Gorilas - fui andando até a garagem
Raphael: mas... o que eles estão fazendo? Esse grupo se foi desde
Rodrigo: desde que meu pai morreu - subi na moto - seu pai deve ter alarmados eles
Raphael: Rodrigo - passei a chave pela ignição e olhei - não faz merda, seu pai morreu correndo com um deles, não por causa deles - acelerei por fim sessando toda aquela conversa. Hoje, se tudo desse certo ia dar merda.