Capitulo 1

649 15 2
                                    

Rodrigo narrando.

O vento batia em meu rosto de uma maneira totalmente fria mas no fundo num sentimento de liberdade. O ponteiro marcava 180 km/h, a minha frente, só escuridão. Algumas luzes batiam em meu retrovisor a cada curva mas logo se sumiam pois eu recuperava a velocidade. Curva final, estava lado a lado com um cara a qual nem conhecia, ele havia me desafiado apenas com aquela de mano a mano e eu aceitei ignorando todos os outros corredores. 3,2,1. As pessoas que estavam ali começaram a gritar e meu pude ouvir meu nome no alto falante. Derrapei com tudo levantando poeira, sai da moto e comecei a saudar os parabéns, olhei para o meu "adversário" e soltei um riso totalmente debochado. Foi mau cara mas ali, é apenas eu e ela - minha moto.

Raphael: e é assim que tu expulsa os ramelão, é tudo nosso - sorriu levantando a mão para fazemos um toque, que acabou virando um abraço - é isso ae 

Rodrigo: valew irmão - passei a mão bagunçando seu cabelo com tudo

Julia: isso é realmente necessário? - falou chegando, não me lembro de te-lâ chamado

Rodrigo: o que você ta fazendo aqui? - a olhei serio- aqui não é lugar pra você

Julia: eu estava entediada - sorriu parando na frente de minha moto - qual é, não vai negar uma noite boa pra sua prima

Raphael: ih, vai dar treta - saiu, Julia o fuzilou 

Rodrigo: aqui é perigoso, já disse

Julia: ai Rodrigo, para de neurose, só vim te ver correr e conhecer novos gatinho - franzi o senho - vai dizer que é ciumento agora?

Rodrigo: vem que eu te levo pra casa - subi na moto fazendo um sinal

Julia: desencana - saiu dando risada. Eu não a mereço. Ficamos um tempo por ali, fumando, bebendo e assistindo os amadores pensarem que sabem fazer alguma coisa. O som era alto, ele tomava conta de toda aquela estradinha na parte isolada da cidade, onde ficavam as fabricas abandonadas, era ali o "beco" que de beco não tinha nada. Haviam muitas pessoas, dançando e fazendo tudo o que tinham direito.

Raphael: chega mais - chegou do nada, o acompanhei. Ali havia formado uma briga entre o cara com quem eu havia corrido mais cedo e Carlos Valentino,o brigão. Eles se socavam muito, o motivo? Eu não sabia mas estava adorando ver Carlos acabar com ele. Quando me dei conta que estava ficando mais serio puxei Carlos e outros caras o esquentadinho.

Rodrigo: vai de vagar cara - falei assim que o soltei, ele estava com um ódio no olhar - assim você vai fazer um favor a ele, matando-o

Carlos: esse vacilão ai tava dando em cima da minha mina - olhei para a garota loira que eu deduzi ser ela, apontei para a mesma e ele assentiu

Rodrigo: vai pra casa - o guiei até sua moto, ele estava drogado e aquela mina não era a mais bem falada por ali. Seu olhar estava focado no cara, ele roncou o motor antes de sair disparado. Procurei o perdedor, ele ainda estava andando até a sua moto.

Rodrigo: AI VOCÊ - gritei, ele parou e eu fui até ele - qual teu nome?

-: Jonathan

Rodrigo: começar desse jeito não é bom não cara - o encarei cruzando os braços na direção do peito - é bom que não apareça mais por aqui

Jonathan: e quem é você pra me impedir de vir aqui? Esse lugar é público

Rodrigo: quem avisa amigo é - soltei um riso debochado me aproximando - aparece aqui de novo que você sai de ambulância - dei dois tapas "fortes" em seu ombro, me virei  e sai o deixando sozinho.

Amanda narrando.

E la estava eu, saindo da área de desembarque, segurando minha mala esperando encontrar algum dos meus irmãos e uma vida de liberdade."Liberdade" naquelas, é igual a ideia de pan-óptico (liberdade vigiada). Não tenho meus pais por perto mas tenho meus irmãos, o que, creio eu, vão ser mais suaves que mamãe.

Quase sem pararOnde histórias criam vida. Descubra agora