Capitulo 3

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Amanda narrando.

Lia pela quinta vez uma adaptação do livro Dom Casmurro quando a porta de meu quarto abre, ele caminhava com o sorriso descontraído, ainda usava terno. Se aproximou e sentou na ponta da minha cama.

Tales: bela batida aquela - sorriu - e ótimo jeito de apagar o fogo de Carlos

Amanada: ele precisava vai - sorri deixando o livro de lado - e o carro foi uma menina louca que queria pegar minha vaga, ainda queria que eu pagasse. Mas relaxe, eu vou faze-la pagar

Tales: não precisa - sorriu - o seguro cobre

Amanda: é mesmo, esqueci que agora você é o menino prodígio de SP

Tales: homem - sorriu em uma risada - vou tomar um banho e preparar alguma coisa pra comer, vamos?

Amanda: vou pensar - peguei o livro e o chacoalhei em sua frente, ele saiu me deixando sozinha. Por que eu gostava tanto daquele livro? O jeito que o Bentinho e a Capitu eram quando criança me deixava totalmente motivada a tentar conhecer alguém que me desse a mesma intensidade daquele amor mas pensando bem... os dias de hoje só tem pessoas que querem sexo e alguém para deixa-los confortáveis. Bom... vai ver eu nasci pra morrer sozinha, isso não me incomoda, nem um pouco.

Carlos: Amanda - ele estava ajoelhado na minha cama me olhando - quer ir ao beco comigo?

Amanda: o que é o "beco"? - marquei a página e joguei o livro de lado

Carlos: aquele lugar que eu te disse ontem - ele pegou a almofada e jogou em mim

Amanda: por que você ta me chamando?

Carlos: porque eu dei mancada, e qual é, você ta muito em casa. Quero te mostrar SP

Amanda: e o que tem nesse lugar?

Tales: drogados, motoqueiros, putas e brigas - disse entrando no quarto - de jeito nenhum você vai levar ela - disse a Carlos

Carlos: ela vai estar comigo, acho que consigo cuidar da minha irmã

Tales: você não consegue cuidar nem de si mesmo - apontou para a bochecha dele

Carlos: eu tentei te tirar da toca - falou pra mim saindo do quarto. Olhei para Tales.

Tales: quer sair? Deixa que eu te levo pra conhecer SP, não vai nessa de beco ai não que só da ruim. Eu mesmo frequentava lá só pela farra e arrumei confusão com o manda chuva de lá

Amanda: de qualquer jeito eu não iria mesmo - menti sorrindo. Esse lugar me despertou curiosidade, não seria nada parecido com os lugares que eu frequentava lá em SC mas como dizem, é bom mudar de ambiente.

Rodrigo narrando.

Acordei com meu celular tocando, levantei meio desnorteado e percebi que dormi com a vasilha de mouse em cima de mim. Coloquei a mesma de lado e peguei meu celular. Mensagem de Raphael dizendo que já estava vindo. PUTA MERDA. Comecei a tirar a roupa e entrei no banheiro, tomei um banho rápido e necessário, sai, vesti uma calça jeans, regata branca e coloquei minha jaqueta. 1 minuto depois de me olhar no espelho e me certificar que estava pronto Raphael entra com tudo em meu quarto.

Raphael: quem disse pra sua prima que eu a convidei? - o olhei como se fosse óbvio - qual seu tipo de doença?

Rodrigo: ta chato pra caralho ficar nessa de briguinha, diz que foi você e pronto

Raphael: tu sabe que eu e ela não nos damos, ela é chata pra caralho

Rodrigo: eu aposto que ela pensa o mesmo de você - peguei minha carteira e coloquei no bolso da jaqueta,  passei por ele o deixando sozinho.

Quase sem pararOnde histórias criam vida. Descubra agora