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Meghan era muito bonita. Ela tinha pele avelã brilhante, cabelos sempre cheirosos e mãos leves. Era dona de um pequeno salão em Montreal. Seu modo de falar encantava Atena, principalmente porque sempre parecia estar feliz, mesmo quando não se sentia assim.
— Me conte sobre os rapazes.
Olhou brevemente para Steve, o jovem sentado na poltrona do outro lado da sala. Os olhos dele estavam concentrados na televisão, totalmente alheios ao que acontecia ao redor. Atena o entendia muito bem, porque já viveu em um lar sufocante e sem esperanças.
— Não tem nenhum rapaz.
— Você é uma jovem linda, claro que deve ter algum rapaz.
Os dedos habilidosos de Meghan mexiam na maleta cor de rosa repleta de produtos que Atena jamais teve a honra de comprar. Ela usava batom ás vezes, mas já fazia muito tempo que comprou um. Não recordava mais se gostava de usar maquiagens, pintar as unhas ou cuidar do cabelo. Havia sido um grande passo encontrar sua cor favorita e usa-la constantemente.
No entanto, Meghan usava todas suas frustrações para ficar bonita.
— Eu tenho feito faxinas para pagar minha faculdade. – contou torcendo os dedos no colo – E cuido de um cão também.
— Isso é muito bom, Atena. O que pretende estudar?
— Não ria de mim.
— Jamais. – tirou os olhos das diversas maquiagens para se concentrar na amiga envergonhada.
— Física, talvez. – deu de ombros – Gosto de solucionar problemas, saber como resolvê-los.
Na matemática tudo era exato. Não existia um meio termo nas respostas.
— Você vai se sair muito bem. – encorajou com um sorriso, acalmando os pensamentos de Atena – Agora levante a cabeça.
— O que?
— Vou arrumar sua sobrancelha e te ensinar como valorizar os olhos. Não pode sair por aí assim, tem muitos rapazes bonitos no mundo.
— Não existe rapaz nenhum. – insistiu.
— Se tiver mais confiança em si, vai ver que tem homens bons no mundo. É assim que eu penso.
Naquela posição via as marcas no pescoço de Meghan. Elas eram finas e pequenas. Seu marido tentou mata-la, enforcando-a. Atena sabia que poucas pessoas viam aquela pequena fraqueza, porque a loira fazia questão de fazer tudo desaparecer com um pouco de maquiagem.
— Você é muito bonita para ficar se escondendo assim. – sussurrou com pesar.
— Você também é bonita.
Ela riu, como se não acreditasse.
— Quando acabarmos, você vai ver que tem chances de encontrar um bom partido.