Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Era estranho acordar com o balanço suave do mar, apesar de já ter feito isso antes muitas vezes. Seu corpo demorava a se acostumar. Lance sentia-se um pouco enjoado, evitando sentir o cheiro da comida pela manhã, preferindo água fresca. A má disposição o deixava mal humorado. Irritou-se por estar dentro de um iate gigantesco.
Sentou-se no estofado do lado de fora, observando com pesar a água do mar ir e vir, criando um ritmo que deixava seu estômago nas piores. Ele sempre detestou os primeiros dias, mas era comum se esquecer e criar um grande plano idiota pra curtir dias dentro de um iate. Depois sofria para voltar a se acostumar com uma vida sem o balanço significado do mar.
Com o celular em mãos, ligou para o avô. Queria agradecer pelo presente. Era muito grande, e seria complicado fingir para o pai, ou explicar como conseguiu tanto dinheiro. Seus bens ainda estavam em conjunto com da família, então qualquer compra grandiosa passava por analises. Agora ele tinha um iate, e não havia analises pra fazer.
— Neto, ligações matinais não são boas.
— Essa é boa, porque liguei para agradecer.
— Esperava que viesse me ver e agradecer com sua jovem esposa. Quero conhecer a sortuda.
Seu avô materno não era um homem comum, considerando toda a fortuna que reuniu com petróleo. Ele nasceu sabendo que herdaria um império vital que jamais conheceria a desgraça. Havia muitas razões para que ele não aceitasse que sua única filha com futuro promissor, aceitasse se casar com um homem que não era metade daquilo que acreditava ser necessário. O laço familiar fora rompido quando sua filha aceitou o casamento. Contudo, ninguém vivia para sempre. Estava sozinho, com muitas netas e sem um homem para continuar com o império, até Lance ir atrás dele.
Ele era alguém diferente do que imaginou. Um homem velho com sede da juventude. Quando o conheceu, estava sentado na piscina com o pé pra cima e rindo para o celular. Sem preocupações. Tendo uma boa vida.
— Não achei que fosse ganhar outro presente, depois da empresa.
— Gosto dos seus planos, Lance. Na sua idade, eu já administrava duas grandes multinacionais e era um garanhão. Entendo que queira ir com calma.
— Não é bem isso. Enfim, eu gosto das ideias de expansão. Mas acha de verdade que sou bom o suficiente para gerenciar uma fabricante de automóveis? Quero dizer, estive com meu pai por um tempo sendo ensinado, mas é minha irmã que gosta da Aston Martin.
— Neto, você estava confiante, então te dei. Não se preocupe com isso agora, tem pessoas prontas para te orientar. Concentre-se no que tem agora, deixaremos para o futuro novas parcerias. Conversei com o CEO da Bentley, e acredito que podemos fechar um acordo corporativo gigante. Vamos controlar esse mercado, neto.
Lance olhou para o mar, sentindo-se mais enjoado, e menos disposto. Queria voltar para terra firme. Pensar em trabalho o deixava menos disposto.
