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Havia pesadelos ao dormir e acordar, porém entre esses dois atos existia um imenso abismo que a confundia

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Havia pesadelos ao dormir e acordar, porém entre esses dois atos existia um imenso abismo que a confundia. Nessa escuridão, Atena sentia-se segura, amada, e principalmente disposta a permanecer adormecida. Ela não se recordava do dia que suas noites de sono foram tão confortáveis. Todas as vezes que fechava os olhos, temia as atitudes de outras pessoas, até adormecer naquela cama estranha e ouvir vozes distantes.

Tudo era nebuloso naquela perspectiva, uma névoa densa que desbotava a paisagem que passava por sua mente como um filme antigo. Ás vezes via montanhas bonitas, ouvia o som do mar e latidos. Ela sabia que não estava sozinha naquele interminável sonho. Havia mãos delicadas deslizando por seus cabelos, um carinho familiar, que não era da sua mãe, apesar de desejar por aquilo.

Muitas das vezes era por causa da presença de outras pessoas que ela adormecia. A tranquilidade tornava sua alma mais leve e propícia a descansar por milênios. Agarrava a aquela névoa e escuridão, aquecendo-se na segurança do abismo.

Até que um dia, sua mente cansou-se da distancia.

Ela se culpou por acordar, porém havia tantas dores e um vazio difícil de assimilar.

Seu corpo já sofrera tanto em tão pouco tempo.

Suas pálpebras estremeciam com toda a claridade, tentando se acostumar à sensação pesarosa da vida. Moveu os dedos lentamente, ouvindo vozes masculinas por todos os lados. Virou a cabeça na direção da sombra que se movia.

Matheo.

Tentou voltar a dormir, no entanto, era tarde.

Os olhos castanhos a encontraram.

Parecia ter se passado anos desde a última vez que viu Lance Stroll naquela noite terrível. Ele havia mudado de alguma forma, se tornado algo que ela não sabia explicar. Apesar de tudo, sentiu-se encurralada, sabendo que ele poderia lhe ferir muito mais e fazer o que Matheo não conseguiu com tanta oportunidade.

— Atena. Você acordou!

O sorriso de Lance a deixou em alerta, porque ele não sorria.

Atena o conheceu ainda pequena, quando escolhia por vontade própria tremer de frio durante os invernos rigorosos, porque queria ver Lance sorrir e nunca acontecia. No entanto, estava sorrindo para ela, como se a conhecesse por décadas. Parecendo realmente feliz em vê-la.

Ele nunca estava verdadeiramente feliz. A grande violência que vivia no interior de Lance fazia com que suas feições demonstrassem o desagrado contínuo e afastasse até mesmo aqueles que o amavam.

— Achei que fosse dormir para sempre como...

Se ele estava ali, então algo ruim havia acontecido com ela.

A ideia de Lance piorar a situação como da outra vez, fez com que seu coração martelasse no peito, parecendo pesado e dolorido. A sensação das batidas a deixaram incomodada. Nunca se sentiu daquela maneira, extremamente exausta. Seus ouvidos zumbiam e sua cabeça acompanhava o coração descompensado.

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