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A falta de vulnerabilidade em Atena não deveria ter assustado Lance. E ainda assim, estava assustado.
Havia sido tão ingênua na primeira vez. Exalando nervosismo e receio. Sentiu-se fazendo uma virgem gozar na sua cama, tendo que segura-la para não fugir. E agora ele não precisava mais mantê-la firme, porque Atena já o fazia.
— Está doendo muito? – perguntou cobrindo a mão de Atena com a sua, sentindo a pele quente.
— Não, eu já tinha me esquecido de como era.
— Aquele infeliz não ama a própria vida.
— Ama sim.
— Eu preciso ir para a casa dos meus pais resolver uns problemas familiares idiotas, mas prometo voltar cedo para você. Não precisa ficar com medo.
— Medo de que?
Lance não soube o que responder.
No passado teria fugido para seu esconderijo e ficado por meses sem ver a luz do sol, mas agora era diferente. Ela queria viver no calor eterno.
Atena o beijou de repente, abraçando a cintura de Lance e sentindo-o apertar os ombros femininos. O toque o gentil lhe tirou todo o ar dos pulmões, sedento por mais.
Por mais forte que ela aparentasse, Lance não confiou totalmente nas palavras que ouvia. Tudo podia ser uma mentira.
Houve tantas mudanças naquele terrível ano. Passou-se mais de uma eternidade para Lance chegar até ali. Não conseguia mais se reconhecer quando se encarava no espelho do banheiro enquanto fazia a barba. Sentia-se estranho quando não ouvia a voz de Atena pela manhã. Havia se esquecido de cobrir o carro branco e vermelho, sendo capaz de encara-lo.
Não precisava mais fugir da morte.
Seria um bom fim para todos os envolvidos.
O Lance do passado precisava perdoa-lo por tudo. Ele tinha que entender que algumas coisas saiam do controle. Não podia mais fugir da realidade.
Deixando Atena com suas verdades passageiras, dirigiu na direção da mansão Stroll, o lugar em que foi criado e ensinado. Ele andara de kart ao redor da propriedade com grandes amigos que se perderam ao passar dos anos, e aperfeiçoou os próprios sonhos. Naquela grande residência descobriu os lados negativos de estar vivo. Tivera tantos sonhos realizados que se tornou banal sonhar.
Segurando todo seu futuro na palma da mão, passou pelas portas principais ouvindo a típica conversa familiar que terminava em caos.
— Boa noite. – sentou-se no seu lugar ao lado do pai e de frente para a mãe – Desculpe o atraso, foi o trânsito.
Colocou a mochila ao lado da cadeira que sentava.
— Não tem trânsito vindo para cá. – Charles divagou.