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Os números começaram a fazer sentido muito cedo, porque ela desejava se afastar da realidade que a cercava

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Os números começaram a fazer sentido muito cedo, porque ela desejava se afastar da realidade que a cercava. Eles se tornarem o mundo de Atena. Desejava passar os dias apenas resolvendo os maiores enigmas do mundo, sem nunca pensar no que acontecia além da folha de papel. Seus pais nunca notaram seu dom incrível de resolver qualquer questão. As boas notas foram ignoradas pela mãe, pois preferia se preocupar com seus homens. A rejeição da infância a fez acreditar que não era tão especial quanto aparentava.

A ausência do amor à fez procurar o sentimento em qualquer lugar.

Era engraçado como seus pais influenciaram drasticamente no seu futuro. Muitas pessoas tinham sorte em não se deixar contaminar, mas ela queria ser amada e livre. A combinação veio acompanhada pelo medo, porque quem amava transbordava violência, e o amor não deveria ferir.

O som da porta fez com que afastasse o pensamento de Matheo para encarar a figura distinta e impecável de Lance. Ele era muito bonito, nunca superaria isso.

— O que está fazendo? – perguntou aproximando-se.

— Não é nada.

O Stroll parou a uma distancia confortável de Atena, conseguindo enxergar alguns números e símbolos na folha de papel. Eram muitos rabiscos para conseguir entender claramente, porém notara que era uma questão matemática. Ele odiava matemática. Lance odiava a escola no geral, só suportou estudar para não ser um grande idiota.

— Você que fez?

Atena apertou a mão, completamente desconfortável.

— Hum... – deu de ombros.

Lance pegou a folha, tentando entender tudo que estava descrito ali. Haviam letras, números e símbolos. Na parte de trás fora desenhados gráficos. Não soube se tudo era uma única conta, ou se havia várias.

— Você gosta desta coisa?

— Me tira do tédio.

— Então por que não faz uma faculdade?

Ela quis rir.

Teria sido fácil se sua mãe entendesse que ela queria ir para a universidade, e lhe ajudado a terminar o ensino médio em uma escola. Talvez, não teria se encontrado com Matheo em uma noite e acreditado que tudo seria resolvido com o poder do amor. Ela se encontraria com um homem tão inteligente quanto ela, que não a machucasse. Não precisaria passar horas limpando casas de estranhos para ter tão pouco.

— Estou tentando ir. – sussurrou.

— Acho que você consegue.

Atena não agradeceu o incentivo. Ela se surpreendeu por ouvir de Lance, porque ninguém estava disposto a acreditar no sucesso dela por todos aqueles anos. Sentia-se como uma pária.

— Pode ser...

— O que quer fazer? Matemática? Essas coisas?

Um dia contou para uns amigos de Matheo o que gostaria de fazer na faculdade. Todos acharam engraçado. No dia sentiu um misto de raiva e vergonha.

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