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Ela tentava inutilmente respirar no chão do banheiro

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Ela tentava inutilmente respirar no chão do banheiro. Havia muito sangue perto da cabeça, sujando o azulejo. O chão era escorregadio, principalmente em contato com a água. Fora um erro lutar. Uma marca roxa crescia nas suas costas, na altura da costela, responsável por arrancar todo o ar dos pulmões. Os dedos eram pressionados nos ombros do corpo que a empurravam para baixo, tentando imobiliza-la.

— Só um pouco. – ele continuou tentando, apavorando-a.

As palavras não eram formadas, porque a língua estava inchada, cheia de sangue. O gosto transbordava, deixava-a enojada.

A palma pesada bateu contra sua bochecha, e seus braços trêmulos perderam a força. O quadril bateu contra o seu, e a dor a partiu ao meio. O grito finalmente escapou dos lábios machucados. Lágrimas quentes deslizaram pelos ferimentos expostos no rosto. Os olhos sem vida concentraram-se no teto cheio de infiltrações.

Sangue escorria por entre suas coxas, trazendo mais ardência. A força dos impulsos aumentava a dor, fazendo a carne latejar tão forte quanto seu coração.

Ela chorou em silêncio com receio que fosse pior.

— Atena.

A voz a chamou com cuidado, mas ela não queria olhar para ele. Se o fizesse seria pior. Lembraria da sala com uma médica cuidadosa que perguntou diversas vezes se aquilo era o que ela queria. A todo o momento ela pareceu incerta.

— Atena. Não é real.

Fechou os olhos, vendo estrelas de intensa dor.

— Atena. Acorde.

Seu corpo foi sacudido.

Os olhos abriram-se repleto de lágrimas. Rapidamente se encolheu na cama, sabendo que o movimento faria a dor retornar. Não teve tempo de se recuperar, e ele nunca esperava.

— Tudo bem. Você está em choque.

Ela foi coberta, e um casulo foi feito ao redor do corpo trêmulo.

— Você gritou, e me assustou. – murmurou encostando a bochecha quente na dela molhada – Encontrei você agonizando, engolindo o choro. – segurou a mão fria e suada de Atena – Eu estou aqui, sou forte o suficiente para proteger nós dois. Sem seus pais de merda e Matheo.

Lance permaneceu na mesma posição até as costas doerem, porque estava curvado em Atena, sem querer toca-la completamente, com medo de como ela reagiria.

Não achou que deixa-la sozinha poderia ocasionar aquilo, mas não era culpa dela. Foram dias ruins, que Lance não conseguiu reconfortar Atena e o dinheiro não fazia todo o trabalho. Ela ainda era poça de medo e incerteza. Sem nunca te tido alguém para segurar seu mundo quebrado diversas vezes.

— Lance?

— Eu estou aqui com você.

Seus dedos viajaram até o rosto de Atena, deslizando por sua sobrancelha e nariz, vendo-a fechar os olhos. Ela aninhou-se com o toque gentil, pedindo por mais silenciosamente. Lentamente moveu-se na direção da cama para esticar a coluna, e encontrar um pouco de alivio. Esperou que houvesse um afastamento brusco, porém ela permaneceu imóvel.

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