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— O mundo é tão cheio de possibilidades e escolhas. Ás vezes até eu me perco.
Aquela voz. Tão amigável e familiar.
Lance o conhecia há muitos anos.
Um irmão que não conseguiu salvar.
Fora sua segunda grande perda naquela vida. Nunca conseguiu entender o motivo de ter acontecido. Não fazia sentido grandes acidentes acontecerem com boas pessoas, porém havia ocorrido o mesmo com Senna. E todos eles sentiram momentos antes de acontecer.
Naquela estranha manhã de Spa, no ano de 2019. O ano em que Charles assinou para a Ferrari. Quatro meses antes do dia que Lance destruiu a vida de outra pessoa. Era agosto. Um dia nublado e sem vida. Ele vestia tons rosa que o pai detestava. Sua irmã estava viva, com os olhos opacos e vestindo um grande casaco. Lance sofria com dois cortes na mão por causa do hóquei.
— Odeio esse frio. – Mick comentou com um sorriso. Ele usava vermelho, mas corria para a Prema. Seu primeiro ano como piloto. – O que acha dessa corrida?
— Spa sempre me embrulha o estômago.
O loiro bebeu um gole de café fumegante.
Os melhores amigos estavam sentados diante da das cores da Force India. A equipe que Lance ganhou de presente do pai. Ele havia bebido tanto champanhe no dia que soube, que se esqueceu de muitas coisas que havia dito. Estava muito feliz por saber que deixaria a Williams.
— Senhores. – o francês sorriu para os dois, colocando um prato na mesa e sentando-se entre os pilotos – Servidos?
— É uma boa ideia comer tanto?
— É sempre uma boa ideia comer, Lance.
Mick riu de Anthoine, vendo-o mastigar uma batata frita.
— Você não está com frio? – o loiro perguntou, encolhendo-se um pouco com a chegada do vento.
— Sinto-me ótimo. Daqui a pouco o céu vai abrir.
— É o que todos disseram. – Lance revirou os olhos, antes de pegar uma das batatas fritas do cunhado.
O francês levantou-se ao ver o casaco da Red Bull.
— Gasly! – berrou, vendo o melhor amigo deixar a conversa para outro momento e correr na direção do letreiro cor de rosa – Servido?
— Não pode me oferecer batatas fritas sem coca cola! – reclamou, sentando-se junto deles.
— Diet?
— Um pouco mais de respeito, Tonio.
— Precisa se alimentar melhor, Pierre.
— Ele fala como minha mãe. – sussurrou para Mick, fazendo-o rir.
