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Seus dedos estavam trêmulos, o cansaço a deixando com um péssimo humor e com dores fortes na cabeça

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Seus dedos estavam trêmulos, o cansaço a deixando com um péssimo humor e com dores fortes na cabeça. Escolheu acordar antes da mãe porque não suportaria o aroma de café pelo quarto. A sala estava uma bagunça, a parede com muitos tons coloridos, desenhos que deveriam trazer tranquilidade, mas tudo que Atena se recordou foi do passado infeliz. Anos antes de aceitar alguém como Matheo.

Tocou a pequena escultura de uma bailarina na estante. Ao lado estava alguns papéis com palavras que conhecia, números que sempre fizeram sentido para Atena. Um dia sonhou em ser alguém importante, até uma pessoa lhe roubar essa parte tão essência para ela. Atualmente tentava fazer o impossível. Não importava o quão inteligente era se não existia investimento para crescer no meio acadêmico.

Soltou os papéis rapidamente, com receio que fosse pega.

O trabalho não amenizou o que sentia. Os dias eram todos automáticos, passando diante dos seus olhos, aumentando a cor da sua pequena sala. Atena precisou aceitar alguns trabalhos extras, torcendo para ser o suficiente, mas ter mais uma pessoa na casa, lhe obrigou a comprar mais comida, pois sua mãe não podia viver de restos de doces que comprava na rua.

Não sabia o que Tiffany fazia enquanto trabalhava todos os dias da semana, mas torcia para ser algo produtivo.

— Maeve, preciso de mais casas. – pediu na manhã de segunda-feira, recebendo um olhar de repreensão.

— Seguimos as leis por aqui.

Atena odiaria perder seus privilégios naquela pequena empresa exploradora, mas realmente precisava de mais dinheiro, porque não podia perder todo o dinheiro que vinha guardando para faculdade. Em dois anos poderia diminuir o próprio ritmo e ir atrás do seu sonho.

— Mas se houver uma oportunidade nos fins de semana, pode contar comigo.

— É claro.

Seu carro ainda cheirava a algo morto, e o calor estava fazendo o odor piorar, mas uma lavagem custaria muito dinheiro. Poderia tentar amenizar, porém não saberia por onde começar. Não iria reclamar, teve sorte em encontrar um carro em bom estado tão barato.

Dirigiu para a mansão de Lance Stroll tentando ignorar a própria mente avisando para desistir. Poderia dispensar, ir contra Maeve pela primeira vez. Bastava contar como ele a abordou na rua. Lembrava-se de correr como se estivesse sendo seguida, ignorando as dores na perna, a falta de ar, os lábios secos e o martelar nos ouvidos. Tinha medo que Lance a levasse de volta para o inferno como um torturador, contasse a verdade sobre onde se escondia.

Como sempre havia um carro estacionado.

Atena pegou tudo que precisaria e entrou pela porta dos fundos.

A bagunça sempre a deixava, chocada.

Começou pela cozinha, organizando e jogando mais comida no lixo. A geladeira encontrava-se em um estado preocupante, pois ele havia derrubado vinho pelas prateleiras, estragando potes de comida.

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