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Deixou a cartela cair no chão, para virar-se e encarar o homem que sempre lhe mostrou ser correto

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Deixou a cartela cair no chão, para virar-se e encarar o homem que sempre lhe mostrou ser correto.

Matheo.

Era finalmente Matheo.

Seu agressor.

Sabia que diriam a verdade sobre o paradeiro dela. Todos estavam de acordo com as punições praticadas por ele. Ninguém tentava pensar nas consequências que Atena precisava conviver. Ele fora o motivo dela não poder mais sonhar em ser mãe, e por ter fugido por anos.

— Atena.

Olhou-a da cabeça aos pés, demorando-se nos cabelos.

Precisou se segurar para não usar as mãos para esconder o próprio corpo, porque se sentia enojada quando ele a encarava com tanta malícia. Não importava as roupas que usava, porque tudo chamava a atenção daquele monstro.

— O que fizeram com você?

— O que você quer? – engoliu a bile.

— Você vai vim comigo. Voltará para casa e se desculpará com seu pai. Ele é um bom homem, não merece uma filha ingrata! – rosnou possesso.

— Tem razão, ele merece coisa pior.

Então fora seu pai.

— Quanta insolência.

Ele puxou algo do casaco, relevando a arma.

— Venha aqui, Atena. – mandou novamente.

O metal brilhou rudemente para ela.

— Não. – deu um passo para trás.

Ela nunca venceu Matheo. Duvidava ser capaz.

Tentou inutilmente correr, sendo pega pelos cabelos com tanta força que tudo escureceu. Lutou corajosamente, arranhando a pele de Matheo, ouvindo resmungar e pressionar a arma na têmpora dela. Sangue acumulava por baixo de suas unhas, fios eram arranhados, seus saltos batiam no chão, o frio da arma continuava apavorando-a.

— Não, por favor.

Ela não queria mais morrer. Havia se agarrado a aquela vida com todas as suas forças restantes. Finalmente poderia amar Lance. Nunca havia se sentindo tão feliz e bem consigo mesma. Era tão raro dormir sem preocupações, e agora o fazia sem pensar no dia de amanhã. Não era justo que tudo terminasse naquele momento.

— Você vai vim comigo.

Acertou-a com a arma na cabeça para que parasse de se mexer.

Arrastou Atena na direção do carro, ignorando o sangue que escorri na sua têmpora.

A dor fez com que parasse de lutar.

Quanto menos lutasse, mais chance teria.

Provavelmente morreria de forma covarde, porque era isso que acontecia com a maioria das mulheres sem escolhas.

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