Felizmente hoje é o dia do meu segundo julgamento após a minha sentença. Eu confesso que estou muito ansioso para saber aonde vai chegar esse julgamento. O senhor Tamik me deu uma bala de menta que comprou de um dos comerciantes aqui da prisão,além de me emprestar o terno do seu casamento com a senhora Laura Tamik, que morreu em sua frente após soldados da tropa inimiga os encontrarem na rua.
O senhor Tamik é um homem muito forte,sobreviveu até a um tiro em seu olho,na qual perdeu a visão do mesmo. Chega a ser uma honra vestir o terno desse velho, terno esse que ficou certinho no meu corpo magro e alto,porém faltava uma gravata,algo que para mim não havia problema algum! Porém o senhor Tamik disse que sempre devemos estar prontos para ocasiões importantes, principalmente quando a ocasião é o seu depoimento em meio a diversas acusações.O tempo passou rápido e logo chegou o horário da minha ida para o tribunal,mas antes de ir eu me certifiquei de pegar a balinha de menta que o senhor Tamik deu para mim e de se despedir dele com um beijo em sua testa,já que ele me lembrava muito o meu pai,sempre bem rígido, porém com um grande coração. E quando eu menos esperei lá estava o senhor Tamik, com uma gravata preta na mão, onde ele conseguiu eu não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu estou muito elegante nesse terno
Os guardas então me levaram para fora do presídio. Essa é a primeira vez que eu saí para fora da prisão,haviam vários guardas e um camburão azul. Os guardas me jogaram dentro do camburão e me algemaram,a fim de que eu não fugisse eu creio. A viagem até o tribunal demorou por volta de três horas,talvez as horas mais entediantes de toda a minha vida,mas enfim chegamos até o local e lá estavam presentes os pais do Adrus e os pais de Estella,além do meu advogado, que parecia estar bem confiante,o que acabou me deixando bem confortável naquela situação. O julgamento então começou,e por sessões entediantes de discussões entre os advogados, chegou a minha vez de falar,e após o término do meu discurso sobre o ocorrido no dia,o advogado que os pais de Estella haviam contratado,levantou e apresentou ao juiz uma pulseira,a pulseira que viria a me incriminar por algo que eu não fiz. O advogado com olhos claros e um sorriso muito atraente então começa o seu discurso,na qual foram encontradas digitais minhas na pulseira de Estella e na arma do crime,além de apresentar conversas que eu e Estella tivemos algumas horas antes dela e de Adrus estarem em minha casa. O meu corpo todo esquentou e em um momento de fúria eu comecei a gritar desesperadamente:
-Eu não matei eles! Eu não matei eles,alguém por favor, confie em mim. Eu não matei, eu não matei, por que eu mataria eles? Por que eu faria isso com os meus amigos? Me falem, me falem o porquê, me digam.
E em silêncio cai no choro.
Os júris então se levantaram e foram realizar a conversa que definiria qual seria a minha Pena. Eu não conseguia pensar em nada a não ser que eu precisava sair correndo daquele tribunal. Em questão de alguns minutos eles voltaram e entregaram um envelope de cor azul para o juiz,e a sua fala me fez sentir a pior sensação de todas,as palavras do juiz me fizeram perceber o quão injusta é a vida! Ele dizia em um tom calmo e suave:
-Senhor Toomas Albertim Herivan, por meio do júri e dos advogados aqui presentes,eu decreto que o réu receberá a pena de prisão por homicídio em flagrante, omissão de socorro e agressão física. A pena deverá ser cumprida no presídio central de Pamplona, sem reclusão. O tempo será de quatorze anos com visitas liberadas.
Após o término das palavras do juiz,eu só me lembro dos rostos alegres que os pais dos meus amigos demonstravam, além de minhas lágrimas encharcando o terno preto que o senhor Tamik havia me emprestado,e logo após disso nós seguimos viajem de volta para a prisão,mas pegamos um gigantesco trânsito,na qual estamos até agora,imagino eu que deve ser por volta das dez horas da noite.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário de um injustiçado
Mystery / ThrillerToomas Herivan é um garoto nascido na Espanha, sendo conhecido pelo assassinato dos seus dois melhores amigos. O homicídio duplo virou tema de diversas manchetes de jornal pela cidade de Pamplona,fazendo com que Toomas recebesse o apelido de "sicári...