04 de outubro - Peles rasgadas

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Hoje nós acordamos com uma leve chuva sobre a prisão. O bloco até que estava bem calmo,e os guardas entregaram a comida um pouco mais cedo do que o habitual. Eles nos entregaram o clássico pedaço de pão e um iogurte de leite todo mofado,algo que é de se esperar desses guardas imundos.

Um vento gelado veio surgindo na prisão ao decorrer do dia,e o stein rapidamente se escondeu debaixo das cobertas frias que a prisão disponibiliza aos presos. O vento infelizmente só aumentava,o que provavelmente indicava que teríamos uma forte chuva.

O dia não podia piorar ou pelo menos isso é o que pensamos.  Durante a tarde, os guardas entraram nos blocos com cães farejadores e se colocaram em posição esperando a ordem do líder deles. Os presos rapidamente ficaram ativos e começaram a esconder o que tinham guardado nas celas. Eu rapidamente puxei as cobertas do stein e o chamei para ver a situação. O Estranho de olhos azuis ficou desesperado e não sabia o que fazer com a droga que escondemos na gaveta da cela. Os guardas então começaram a revista com os cães,e sem muita surpresa eles encontraram muito mais material do que imaginavam,eram todo os tipos de drogas. Stein ficou Branco de medo e seus olhos azuis começaram a ficar pálidos e gélidos. Um guarda alto e magro com um tabaco na boca,então abriu a nossa cela e começou a revistar. O cachorro que ele carregava era forte e robusto e rapidamente começou a farejar todos os cantos da cela,e como o previsto ele encontrou a droga que escondemos em um par de meia. O guarda nos olhou com um olhar furioso,e com um cassetete bateu fortemente em mim e no stein. As pancadas eram fortes e violentas,abrindo até mesmo pequenos ferimentos sobre a nossa pele. O Stein por um breve momento apagou por conta do medo e da dor,o que fez o guarda parar de nos bater e sair da cela com a droga na mão.

Do canto da cela nós conseguíamos ver algumas marcas de sangue nas paredes por conta da violenta revista,além dos quilos de drogas que estavam jogados em uma pilha. O chefe dos carcereiros se chama Antonie Hellmer,que é um um homem forte e com uma cicatriz bem grande no seu rosto. Alguns prisioneiros dizem que ele adquiriu essa cicatriz após lutar com um assassino feroz que ameaçava Pamplona,porém são somente boatos espanhois. O senhor Hellmer então com os olhos ardendo em chamas acendeu um cigarro e embebedou todo o material que encontraram nas celas,e logo depois incendiou tudo em uma enorme fogueira. A faca ainda não havia sido encontrada, o que fez o senhor Hellmer ameaçar os presos de ficarem meses sem banho de Sol e sem futebol. Os carcereiros não se mexeram e permaneceram olhando as chamas daquela imensa fogueira,mas algo fez o senhor Hellmer se sentir imensamente furioso,que foi o comportamento estranho do seu cachorro ao passar pela cela de um dos presos mais violentos da prisão,sendo considerado o líder daqui. Todos chamam ele de diablo espanõl,devido às pessoas que ele já matou dentro da prisão. O senhor Hellman então deu alguns passos para trás e abriu a cela do diablo para que pudesse realizar a revista. Os presos ficaram apreensivos,mas para surpresa de todos, não havia nada naquela cela escura e pesada. O diablo espanõl apenas caia na gargalhada com a cara de ódio do chefe dos carcereiros, que continuou andando em direção a porta da bloco que estávamos.

O dia terminou com uma forte chuva que molhava as paredes da nossa cela enquanto eu e Stein ficamos organizando a bagunça que os carcereiros deixaram,além da tentativa infeliz de limpar o sangue que escorreu no chão devido às fortes batidas que os guardas nos deram. Eu e Stein então fizemos curativos um no outro e deitamos com a dor dos ferimentos de nossa pele.

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