𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐗𝐗𝐗

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Acordei com uma claridade no rosto e resmunguei. Quem deixou a merda da janela aberta? Levantei praguejando céu e inferno, mas acabei levando um susto ao ver dois seres parados em minha frente. Ambos estavam de cara fechada e as memórias voltaram com tudo, me fazendo soltar um pequeno riso. Graças ao Universo sou sobrenatural, com o tanto que eu bebi, eu teria uma ressaca horrorosa.

— Bom dia, minhas vidas. Não vão me dar um beijinho de bom dia? — perguntei inocente encarando os dois que nem se moveram — Assim eu vou pedir divórcio, não querem nem me dar carinho mais.

— Sem drama, Alex! Você sabe muito bem o que fez ontem — Caroline disse séria.

— Não sei se percebeu, mas não sou mais uma adolescente há muito tempo — ergui a sobrancelha.

— Então, não aja como uma — Nik disse de maneira óbvia e eu o encarei incrédula — Chegamos aqui ontem e nossos filhos estavam sozinhos, lembra que disse que seu irmão os ameaçou? E se ele tivesse entrado aqui e levado eles?

— Ah, agora eles são "nossos filhos"? — perguntei irônica — Porque desde que eles vieram morar aqui, eu sou a única que os ajuda com alguma coisa, que os leva para dar uma volta, que os coloca pra dormir quando estão com insônia. Sou eu quem levo a culpa quando eles fazem alguma bobeira de criança, eu que sempre sou responsabilizada por tudo o que acontece com eles.

— O que? Esses dias eu e a Morgana estamos pintando sempre, Alex — Niklaus exclamou incrédulo — Isso quando não tô jogando bola com o Henrik.

— Isso por o que? 1 hora em 24? — perguntei cínica — Claro, sendo distribuída igualmente entre os dois. Vocês dois quase não param mais em casa, sempre estão ocupados com alguma coisa! Qual foi a última vez que saímos ou que tivemos alguma refeição juntos?

— Amor, você tem que entender que todos temos prioridades agora — Caroline disse chocada, o que me fez ficar ainda mais irritada — Óbvio que não vamos poder lhe dar atenção 24 horas por dia, mas sempre que podemos estamos aqui. Não precisa fazer uma cena daquela de ontem, só pra chamar a nossa atenção.

— Chamar atenção? — perguntei sarcástica me levantando da cama — Eu saí e bebi para me distrair, para tentar tirar da minha cabeça a ideia de me separar dos dois!

— Espera, o que? — perguntaram em choque.

— O que? Acham mesmo que vou continuar em um relacionamento, em que eu nem vejo meus parceiros? Que mais vejo eles com uma loba aleatória do que comigo e os filhos? — perguntei sarcástica — O Elijah se preocupa com o bem estar do bebê e da mãe dele tanto quanto vocês. Porém, ele teve tempo suficiente para sair comigo ontem. Ele tirou um tempo para me fazer companhia, me escutou, não me julgou e me entendeu. Ele esteve comigo quando quem eu mais queria era vocês dois!

Nesse momento, eu já não conseguia mais segurar as minhas lágrimas e sabem? Eu nem me importava mais, eu só queria despejar tudo o que eu realmente estava sentindo, eu só queria que eles me notassem.

— Sabem como eu tô me sentindo ultimamente? Sozinha! Poxa, sabem como é se sentir abandonada pelos seus próprios companheiros? É horrível, dói muito — disse com a voz falha e ambos me encaravam assustados — Eu sei que errei ontem em deixar as crianças sozinhas, mas eu não aguentava mais, eu só queria tirar todo aquele sentimento ruim e pesado por uma noite! Eu só queria que vocês estivessem comigo...

— Oh, meu amor, vem cá — Nik me chamou, enquanto me envolvia em seus braços — Me perdoa? Eu não imaginava que você estava se sentindo assim.

— Claro que não, estavam ocupados — ri de escárnio.

𝐓𝐑𝐀𝐂𝐄𝐃 𝐏𝐀𝐓𝐇𝐒 - 𝐓𝐕𝐃𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora