|| Maria Valentina Felipinne ||
–Toca pro Gabriel, porra! – Letícia grita como se os jogadores realmente fossem ouvir.
O jogo já havia começado, mas até agora o rubro-negro carioca está tendo dificuldades.
Aos 19 minutos do primeiro tempo, Filipe Luís sentiu o seu joelho esquerdo e desfalcou o time. Ayrton Lucas entra no seu lugar vestindo a camisa 26.
Esfrego minhas mãos nervosa. Eu estava tensa, parecia que a minha vida dependia dessa vitória.
Estou tão acostumada a ver Giorgian sorrindo que não sei como reagiria caso o Flamengo perdesse a Libertadores outra vez.
–VAMOS! – grito no mesmo instante que a bola tocou nos pés do uruguaio.
Ao meu lado, Marília olhava atentamente para o gramado. Augusto estava com sua avó enquanto Antônio, nos braços de sua mãe, cantava o hino animadamente.
–Ai meu Deus, eu não tenho coração pra isso. – minha amiga resmunga juntando suas mãos.
Aos 28 minutos, Pedro Henrique, zagueiro do Athlético, leva o primeiro cartão amarelo da partida após "golpear" Gabriel por trás.
O camisa nove do Flamengo fica jogado no chão enquanto resmunga de dor, aumentando a preocupação da torcida carioca. Tudo o que nós menos precisamos agora é de outro desfalque.
–Eles estão querendo matar os meus jogadores. – passo a mão pela testa agoniada. – Assim não tem como jogar.
Gabriel se levanta fazendo careta. Aparentemente estava tudo bem com o atacante.
–Vamos. – ouço Letícia murmurar sorrindo.
O jogo seguiu e, como era esperado, os dois times seguiram propostas de jogo completamente diferentes.
O Flamengo tem a posse de bola, porém a troca de passes foca restrita ao campo de defesa. É como se nada a deixasse passar.
A marcação do Athlético estava apertada e isso dificultava o ataque carioca.
Mas isso começou a mudar aos 43 minutos do primeiro tempo quando Pedro Henrique levou o segundo cartão amarelo e foi expulso do jogo.
A torcida rubro-negra carioca vibrava como se houvesse saído um gol a favor do time. Embora isso não tenha acontecido, os flamenguista sabiam da força que isso traria para o time do Rio de Janeiro.
E, unindo em um grito só, a torcida cantava mais alto. Não podiam entrar dentro de campo, mas incentivavam da arquibancada os jogadores.
E foi preciso apenas alguns minutos para que, em uma jogada iniciada por Everton Ribeiro, Gabriel tocou a bola para dentro de gol fazendo os torcedores irem a loucura.
E foi um delírio total. Eu e Letícia nos abraçamos enquanto comemoramos.
Meus olhos cheios de lágrimas entregaram a emoção do momento. E, mesmo em meio a toda essa bagunça, eu o procurei e, quando finalmente o encontrei, senti o meu coração se acalmar ao vê-lo sorrindo.
–Ai que alívio. – Bruna leva sua mão ao peito e suspira após o juiz apitar o fim do primeiro tempo. – Bem que o jogo já poderia ter encerrado.
–Ainda faltam mais quarenta e cinco minutos de tortura. – Letícia resmunga chorosa. – Não sei se eu aguento.
–É só pensar que depois daqui você e o Gabriel vão comemorar. – Marília toca o ombro fa Garcia sorrindo. – Seu coração fica bom em um segundo.
Augusto se aproxima de onde nós estamos sentando em meu colo. Ficamos conversando até que o segundo tempo começa.
A segunda etapa começou um pouco fria. Ambos os times estavam com medo de errarem.
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Antes que você diga Adeus! - Giorgian De Arrascaeta
FanfictionNo fim das contas, tudo o que Giorgian precisava era passar 24 horas ao lado de Valentina. Mas eles não tinham essas 24 horas.