Capítulo 91

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|| Maria Valentina Felipinne||

What if we rewrite the stars?
Say you were made to be mine
Nothing could keep us apart
You'll be the one I was meant to find
It's up to you, and it's up to me
No one could say what we get to be
So why don't we rewrite the stars?
And maybe the world could be ours tonight.

Confiro o meu reflexo no espelho e abro um pequeno sorriso. Hoje eu completo seis meses de gravidez.

É impressionante como o tempo passa rápido. Em um dia eu estou conhecendo a pessoa mais incrível do mundo e, no outro, eu estou grávida dela.

Nunca imaginei que fosse sentir por alguém o que eu sinto por Giorgian.

Giorgian...

O que falar sobre ele?

Meu coração se aperta só em saber que os dias estão passando rápidos, o tempo está acabando e mesmo assim ele não reage. É como se uma parte de mim também estivesse morrendo.

E, quando menos percebi, uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Pensar nele me traz aquilo que eu nunca quis sentir: medo.

Tenho tanto medo em perdê-lo que não sei o que farei caso isso aconteça.

-Não, Valentina, você não vai chorar agora. - digo passando a mão pela minha bochecha. - Você tem que ir visitar ele.

A cada dia que eu vou no hospital é como se uma chama de esperança se acendesse em mim. Mas, também, a cada vez que eu saio de lá, é como se algo estivesse sendo deixado para trás.

A esperança de que Giorgian acorde surge a cada dia, porém a angústia de perdê-lo se sobressai na maioria das vezes. E essa tem sido a constante luta entre os meus sentimentos.

Pego minha bolsa e confiro se tudo estava dentro dela. Vejo que Letícia já havia me mandado uma mensagem avisando que estava me esperando dentro do carro.

Respondo-a avisando que eu já estava saindo e, em poucos minutos, nós já estávamos seguindo o trajeto que tanto tem nos levado nas últimas semanas.

-Você não esbanja nenhuma reação. - ela diz me olhando rapidamente e logo voltando a prestar atenção na estrada.

-Isso é bom ou ruim?

-É exatamente esse o fato que me preocupa. - Letícia suspira. - Eu não faço a mínima ideia.

Desvio o meu olhar e passo a ver a paisagem pela janela. Letícia para o carro pois o semáforo estava vermelho.

Dou um pequeno sorriso ao ver um casal e duas crianças na pequena praça que havia ali. Eles pareciam ser felizes e, por um momento, eu desejei ser feliz também.

Mas a minha admiração não durou muito. Em poucos segundos o sinal ficou verde e Letícia voltou a dirigir pelas ruas. O trajeto parece estar mais longo, porém é apenas o trânsito nos atrapalhando mais uma vez.

Nem sei quanto tempo demoramos para chegar. Minha amiga estaciona o carro em uma das poucas vagas que restavam em frente ao hospital e eu agradeci mentalmente por isso. Está sendo muito cansativo caminhar com uma barriga desse tamanho.

Assim que chego na sala de espera, avisto Blanca sentada em uma poltrona. Seu marido estava ao seu lado - assim como tem ficado sempre.

Forço um pequeno sorriso em sua direção. Eu ainda me sinto culpada por tudo.

Eles, como de costume, foram os primeiros a entrarem na sala onde Giorgian está.

A cada minuto que passavam lá dentro, era como se uma parte de mim ficasse angustiada rezando para que eles percebessem algum sinal de melhora do filhos deles.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora