Capítulo 15

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|| Maria Valentina Felipinne ||

Ajusto o foco da câmera em minha mão e tiro mais uma foto do céu. O por do sol está lindo.

Ultimamente esse tem sido o meu passatempo quando o Giorgian não está comigo.

-Queria poder fazer isso de outros lugares. – suspiro frustrada.

Ouço alguém bater na porta e reviro os olhos. Por que o porteiro não me avisou?

-Achei que fosse alguém importante. – digo assim que vejo a imagem de Letícia em minha frente.

-E eu achei que você fosse querer saber do meu encontro. – arregalo os olhos.

Eu havia esquecido completamente desse detalhe.

Observo Letícia entrar no meu apartamento e deixar sua bolsa sobre a mesa da sala de jantar. Ela me lança um olhar diferente do que eu estava acostumada a ver.

Seus olhos brilhando entregam o quão animada ela estava com isso.

-Pelo visto alguém se apaixonou. – debocho fechando a porta.

-Me apaixonar? Nunca! – ela ri minimamente.

-Vai nessa, daqui a pouco você aparece arriada os quatro pneus por esse boy misterioso e aí vai ficar se lamentando. – observo minha amiga rolar os olhos com a minha fala.

-Eu não vou cair no meu próprio golpe, Tina. – reforça levantando o dedo.

Letícia leva o seu olhar até o meu braço. A expressão em seu rosto não é das melhores.

-O que foi isso? – pergunta ao ver um pequeno band-aid.

-Aproveitei a folga e fui fazer alguns exames de rotina. – caminho até a cozinha e pego minha garrafinha de água. – Eles tinham colocado um curativo de coração, mas fui banhar e acabei trocando.

-Você já foi mais ao médico nesses últimos meses do que o que eu fui em toda a minha vida. – gargalho com a sua fala. – Tem certeza que está tudo bem?

-Absoluta. – bebo um gole de água sob o seu olhar. – É porque me passaram tantos exames que parece que não vai acabar nunca.

-Entendi. – ela pareceu não se convencer da minha resposta.

Mas, de fato, eu não estou mentindo. Desde pequena eu tenho o costume de ir ao médico conferir se está tudo bem comigo.

Quando criança, levei uma queda e acabei batendo forte com a cabeça. Minha mãe ficou preocupada e, desde esse dia, sempre me levou para fazer exames de rotina. Acabei me acostumando com isso e nunca mais parei.

-E o encontro, como foi? – observo um sorriso surgir em seus lábios.

-Vou te contar só depois que as meninas chegarem. – Letícia diz olhando a hora em seu celular. – Chamei elas pra cá.

-Estão fazendo minha casa de circo? – arqueio uma sobrancelha soando divertida.

-A maior palhaça que existe já mora aqui. – ela dá de ombros se jogando no sofá.

Passamos um tempo conversando, e, quando eu digo conversar, quero me referir a falar da vida alheia como o vizinho dela que estava colocando chifre na esposa, a mulher descobriu e colocou ele pra fora de casa.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora