|| Giorgian de Arrascaeta ||
Estaciono o carro na garagem do condomínio. Eu já conseguia sentir o cansaço batendo contra o meu corpo.
Eram pouco mais de três da madrugada quando eu decidi voltar para casa. Estava cansado de dirigir e o meu corpo implorava pela minha cama.
-Eu confiei em você, Valentina. - digo meio embolado.
Acho que eu devo ter bebido uns três, quatro, talvez cinco - não sei, perdi as contas - doses de whisky. Por que eu fiz isso? Eu não sei.
Achei que a bebida fosse fazer o meu coração ser curado, mas ela só me trouxe mais arrependimentos.
Desço do carro com certa dificuldade. Tento caminhar, mas parece que o equilíbrio não estava me ajudando nesse momento.
Acabo tropeçando nos meus próprios pés e dando de cara com o chão. Passo a mão pela minha testa - que eu acabei batendo em algum lugar por conta da queda - vendo que ela sangrava um pouco.
-Olha, que legal. - rio vendo minha mão coberta de sangue. - Eu consigo ver o que está dentro do meu corpo. Será que eu consigo ver os meus órgãos?
Em uma atitude estúpida, eu comecei a olhar para todo o meu corpo. Confiro se não há nada fora do lugar e fico triste por perceber que não consigo ver os meus órgãos.
-Isso é muito chato! - murmuro cruzando os braços.
Pego o meu celular - que estava no bolso do meu short - e vou até o perfil do instagram da Valentina. Ela havia postado uma foto no jogo de hoje.
-Você não tinha o direito de fazer isso comigo, Valen. - murmuro apontando para o celular. - Eu não esperava que você fosse fugir assim de mim. Eu sou o quê? Um bicho?
Faço um bico como se fosse começar a chorar. Olho para o lado vendo a figura de uma pessoa me observando de longe.
-Meu Deus, eu vou ser assaltado. - tento me levantar rápido, porém tudo o que eu consigo é cair novamente no chão. - Puta que pariu.
A pessoa se aproximava de mim com passos devagar, isso me deixou com mais medo.
-Por favor, não me mate. - suplico fechando os olhos. - Eu sou muito novo para morrer.
Me encolho no canto daquele lugar enquanto a pessoa continuava se aproximando sem dizer nada.
-Sabe, a minha vida anda sendo um fiasco. - conto rindo. Afinal, eu estava triste ou feliz? - Eu achei que fui corno, terminei com ela, depois eu descobri que não fui corno... - faço uma pequena pausa tentando me lembrar - aí ela foi embora e agora eu descubro que ela está grávida. Ela fugiu de mim.
Sinto os meus olhos marejarem e, novamente, a dor no meu coração se intensifica.
-Eu amo ela, mas ela não me ama. - resmungo cruzando os braços. - E o pior disso tudo é que eu ainda continuo amando-a.
-Cara, deixa de ser bocó. - arregalo os olhos abrindo um sorriso.
-Gabriel? - questiono tentando me levantar, o que não foi uma boa ideia. - Carajo. - coloco a mão sobre minha cabeça ao sentir que eu bati ela em algo. - Quem colocou esse exton... extan... exten...
-Extintor de incêndio. - ele me corrige.
-Isso! - grito alegre. - Quem colocou isso aqui?
-Não sei. - ele dá de ombros. - O síndico talvez.
-Achei que você não soubesse. - Gabriel revira os olhos. - Como você chegou até aqui?
-Eu tenho acesso liberado, esqueceu? - o jogador indaga me ajudando a levantar. - A pergunta correta é: como você chegou aqui?
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Antes que você diga Adeus! - Giorgian De Arrascaeta
FanfictionNo fim das contas, tudo o que Giorgian precisava era passar 24 horas ao lado de Valentina. Mas eles não tinham essas 24 horas.