Capítulo 30

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|| Mari Valentina Felipinne ||

–Fica parada. – resmungo cruzando os braços. – Assim é difícil tirar foto.

–Tira essa foto logo! – Marília diz entredentes por conta do sorriso. – Não é fácil quando se tem duas crianças querendo correr por aí.

–Pronto. – entrego o celular dela e me viro olhando para Bruna.

Ela observava seus filhos de longe. Matteo e Davi corriam pelo parque brincando e foi questão de segundos para que Antônio e Augusto se juntarem.

–Amo a amizade deles. – Marília junta suas mãos e sorri ao ver seus filhos se divertindo.

–Aqui tem mais brasileiros do que equatorianos. – Letícia comenta olhando ao seu redor.

As ruas estavam tomadas por camisas rubro-negras. Flamenguistas e athleticanos desfilavam pelas ruas estampando no peito o escudo do seu time. Todos carregavam muito orgulho por estarem ali.

A grande decisão será amanhã e, sendo bem sincera, não sei se o estádio terá capacidade para essa quantidade de pessoas.

Os cantos eram eclodidos de uma forma extraordinária. As pessoas gritavam nas ruas não importa qual horário, entravam em lanchonetes e mesmo assim não deixavam de cantar. Não me surpreenderia caso os torcedores estivessem sem suas vozes amanhã.

–Tem muita gente. – digo deslumbrada. – Eu preciso tirar foto disso.

–Cuidado para não ser processada. – a voz brincalhona de Bruna me fez recuar um pouco.

Nego com a cabeça rindo.

–Tenho dinheiro para ser processada não.

–Acabei de mandar mensagem pro Everton. – Marília se aproxima de onde estamos. – Ele disse que ele e os outros jogadores foram reconhecer o campo que vão jogar e possivelmente de tarde eles vão fazer um treino leve.

–O Diego tava um pouco triste quando eu falei com ele. – Bruna confessa cabisbaixa. – Esse vai ser o último jogo dele com a camisa do Flamengo pela Libertadores.

Acaricio as costas da minha amiga como uma forma de consolá-la. A aposentadoria do Ribas não tem sido algo fácil para a sua família, muito menos para ele.

Diego sempre se doou ao máximo em cada time que jogou, fez do futebol a sua vida e, infelizmente, vai dar adeus aos gramados daqui alguns jogos.
P
–O Giorgian tava ansioso. – suspiro me sentando no banco. – Ele está com medo de acontecer o mesmo que no ano passado.

–Deus me livre, nem me lembre desse dia. – Marília fecha os olhos com força enquanto nega com a cabeça para afastar seus pensamentos. – Nunca vi o Ev tão mal.

–É por isso que eu nunca vou casar com um jogador. Imagina se ele joga em um time ruim, vai ser tristeza a vida toda. – nego com a cabeça rindo após Letícia falar.

–Quem escuta ela falando assim nem imagina com quem ela tá se envolvendo. – Marília ri minimamente, mas duas mãozinhas ganharam a sua atenção.

Augusto e Antônio estavam com duas flores – uma com cada garoto –, assim como Davi e Matteo.

Eles entregam as flores para suas mães, que agradecem, e logo voltam a correr pelo parque.

–Fiquem aqui por perto. – Bruna recomenda um pouco alto por conta da distância.

–Essas crianças são muito fofas. – comento olhando para os quatro que corriam ao redor de um fonte. – Imagina se alguém cai ali dentro.

–Nem inventa coisa, Valentina. – Letícia repreende me fazendo rir minimamente.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora