Capítulo 63

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|| Giorgian de Arrascaeta||

Ver a Valentina dessa forma fez com que o meu coração quase saltasse pela boca. Eu não estava preparado, embora tentasse transparecer tranquilidade em sua frente.

Está sendo cada vez mais difícil fingir que ouvir o seu nome não me afeta. Claro que afeta, eu já me imaginava tendo filhos com ela.

Valentina - por algum motivo o qual eu não faço a mínima ideia - evitou olhar nos meus olhos. Talvez estivesse envergonhada do que fez, ou então estava apenas evitando sentir pena ao ver as minhas profundas olheiras e o cansaço através dos meus olhos.

Em questão de poucos segundos, eu e os rapazes seguimos com as nossas compras assim como ela e suas amigas. Não trocamos nenhuma palavra e isso me destruiu.

Mas eu não quero conversar com Valentina, não depois do que ela me fez.

-Você sabia que elas estariam aqui, não sabia? - Pergunto ao Gabriel que suspira concordando com a cabeça. - E por que não me avisou?

-Não deu tempo. - ele responde baixo. - Quando soube que elas viriam para cá, nós já estávamos dentro do supermercado e, elas, no estacionamento.

-Que coincidência. - Everton diz sem conter nenhuma expressão em seu rosto.

-Como você se sentiu? - Diego me olha.

Abri a boca algumas vezes pensando no que dizer, mas como que eu iria responder essa pergunta se nem eu mesmo sei o que estava sentindo.

Tudo parecia como uma salada de sentimentos e emoções, mas qual prevalecia?

A saudade? A raiva? A decepção? A vontade de perdoar? O amor?

Eu não sabia o que dizer, eu senti de tudo um pouco.

-Essas perguntas não devem ser feitas. - Gabriel adverte.

-Não, não tem problema. - nego com a cabeça parando o carrinho de compras. - Quanto mais eu evitar esse assunto, mais difícil vai ser superar.

-Então nos conta, o que você sentiu? - Everton arqueia uma sobrancelha divertido.

-Não sei. - respondo sincero. - Eu senti muitas coisas.

-Tipo? - Ribas volta a questionar.

-Saudade, tristeza, raiva...

-Raiva não é um sentimento legal. - Everton Ribeiro comenta.

-Tristeza também não. - reviro os olhos.

-Isso não importa agora. - Gabriel dá de ombros sorrindo em seguida.

-E o que importa? - arqueio uma sobrancelha.

-Eu não sei.

-Como que você não sabe, Gabriel? - indago confuso.

-Eu nunca cheguei nessa parte da conversa. - o jogador murmura fazendo-me rir minimamente. - Pelo menos você riu.

Reviro os olhos apressando o meu caminhar. Eu quero sair desse supermercado o mais rápido possível.

Eu preciso sair...

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora