Capítulo 53

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|| Maria Valentina Felipinne||

Abro a porta do meu apartamento desajeitada por conta dos braços de Giorgian envolvidos ao redor do meu corpo.

-Calma aí, deixa eu abrir a porta. - rio minimamente sentindo o jogador beijar o meu pescoço.

Suspiro ao entrar no meu apartamento e sentir o alívio dos meus pés no mesmo instante em que tirei o salto.

Alívio, essa é a palavra certa.

-Acho que comi muito. - Giorgian coloca a mão sobre sua barriga. - A nutricionista vai me matar.

Nego com a cabeça indo em direção à cozinha, sendo seguida por ele. Abro a porta da geladeira retirando uma garrafa com água gelada e estico minha mão na direção do uruguaio oferecendo a bebida.

Ele acena positivamente com a cabeça pegando dois copos e, em seguida, colocando-os sobre a mesa.

-Nem consigo acreditar que a Bruna vai ter uma menina. - comento sorrindo.

-O Diego vai surtar quando ela crescer. - Giorgian nega com a cabeça rindo. - Imagina ele conhecendo o genro. Bem capaz da Leticinha viver trancada dentro do quarto.

-Eu não vou deixar. - levo o copo até minha boca o afastando em seguida. - Vou ser a tia que ajuda ela a fugir de casa.

-Vai levar a menina para as festas? - o jogador arqueia uma sobrancelha.

-Vou. - confirmo com a cabeça. - Vou ser a tia legal.

-Faria isso com nossa filha?

-Claro. - dou de ombros sorrindo ao me imaginar sendo mãe. - Eu não quero ser só mãe, eu quero ser a melhor amiga dela. Quero que ela confie em mim para me contar seus maiores segredos, que ela me conte sobre o seu primeiro amor, sobre o primeiro beijo, que me fale sobre sua primeira vez...

-Calma aí que ela vai ser freira. - rolo os olhos vendo que ele havia falado sério. - Minha filha não vai ser do mundão.

-Ela vai ser o que ela quiser. - deixo meu copo sobre a pia. - E eu vou estar lá para apoiá-la, desde que não sejam coisas erradas.

-Você vai ser uma mãe incrível. - Giorgian se aproxima colocando suas duas mãos sobre minha cintura e, assim, me puxando para mais perto de si. - Eu estou louco para te ver cuidando dos nossos filhos.

-Filhos é? - arqueio uma sobrancelha.

-Sim, filhos. - ele toca o deu nariz no meu me fazendo rir minimamente. - Vários.

Em questão de poucos segundo, Giorgian uniu os nossos lábios em um beijo calmo e sem pressa, como se todo o mundo estivesse parado e apenas nós dois fôssemos o centro do universo.

Nos afastamos com selinhos após alguns segundos. Giorgian aperta a minha cintura antes de se afastar com um largo sorriso no rosto.

-Já sabe se vai no jogo de quarta? - ele puxa uma cadeira para se sentar enquanto eu continuo escorada no balcão. - Quero te ver na arquibancada.

-Vou ver se consigo ir. - pego o meu celular que vibrava no meu bolso.

Me afasto para atender a ligação. É um número desconhecido.

-Alô?! - levo o celular ao ouvido e rolo os olhos ao ninguém falar nada.

-Quem era? - Giorgian pergunta ao me ver se aproximando.

-Não sei. - dou de ombros. - Era um número desconhecido e, quando atendi, não falaram nada.

-É dos presídios. - ele ri minimamente. - Acho que está na hora de eu ir para o meu apartamento. - ele suspira como se não quisesse me deixar aqui.

-Sabe que pode dormir aqui na minha casa, não é? - arqueio uma sobrancelha vendo-o confirmar com a cabeça sorrindo.

-Sei, mas não quero dormir aqui. - Giorgian diz de forma simples. - Eu iria facilmente enrolar para levantar da cama porque não consigo me desfazer de você. Amanhã eu tenho que acordar cedo, então...

Nego com a cabeça rindo.

O acompanho até a porta e me despeço do jogador com um pequeno sorriso que foi retribuído.

Vou em direção ao meu quarto e pego o meu celular ao senti-lo vibrar indicando que eu havia recebido algumas mensagens.

É a minha mãe. Ela perguntou se eu poderia atender a ligação dela, claro que confirmei.

Abro um largo sorriso assim que vi o seu rosto na tela do meu celular. Aceno com a mão.

-Meu Deus, que saudade que eu estava de você. - ela diz fazendo.

-Nós nos vimos no natal, mãe. - rolo os olhos rindo pelo drama dela. - Não faz nem um mês direito que isso aconteceu.

Ao contrário do que pensei, o natal passou bem rápido. Quando menos esperei, eu já estava de volta à capital e, assim que a ficha caiu, meu coração começou a apertar de saudade.

Não é fácil morar "longe" das pessoas que você ama.

-E eu não posso mais sentir sua falta?

-Eu não disse isso. - rio minimamente me jogando na cama. - Qual a novidade da vez?

-Eu era quem iria te perguntar isso.

-A Bruna está grávida de uma menina. - minha mãe arregala os olhos e, em seguida, abre um largo sorriso. - Eu acho que ela queria ter uma menina, até porque ela já é mãe de dois meninos.

-A coitada da menininha vai sofrer se os irmãos dela forem ciumentos. - dona Márcia faz careta fazendo-me rir.

-Eles vão cuidar direitinho dela. - suspiro cansada.

-E você? - franzo o cenho confusa. - Quando que vai me dar um netinho?

Sinto as minhas bochechas esquentarem e, por um momento, eu achei que fosse explodir.

-Mãe?! - a repreendo. - Eu ainda sou nova, não quero ter filhos agora.

-Você é nova e não morta. - ela dá de ombros.

-Dona Márcia, acho que a senhora passou muito tempo com o Giorgian. - ela gargalha. - Está falando da mesma forma que ele.

-Se o seu namorado...

-Não somos namorados. - a corrijo. - Estamos apenas nos conhecendo melhor.

-Vocês já deviam estar casados, isso sim. - direciono o meu olhar incrédulo para ela. - E, se ele já está falando sobre filhos, não vai demorar muito para você aparecer grávida.

-Como a senhora tem tanta certeza disso? - indago com medo.

Sexto sentido de mãe é algo terrível. Elas falam e as coisas realmente acontecem.

-Eu não tenho certeza, apenas acho que vai acontecer. - ela dá de ombros me deixando pensativa. - Eu daria tudo para saber o que se passa nessa sua cabecinha.

-Eu estava pensando em como a minha mãe é doida. - observo ela revirar os olhos com a minha fala.

-Vai me dizer que você não quer ter filhos? - ela questiona fazendo um pequeno sorriso amarelo surgir nos meus lábios.

-A senhora sabe que isso é bem difícil de acontecer. - desvio o olhar suspirando em seguida. - Meu sonho é ser mãe, mas o amanhã é uma incerteza, ainda mais para mim.

-Não deve ficar com essas coisas na cabeça. - ela me repreende. - Se o seu sonho é ser mãe, você vai ser mãe.

-Eu não engravidando agora, está tudo bem. - rio minimamente.

E, em questão de segundos, eu volto a me imaginar sendo mãe.

Como que eu lidaria com isso se sou mais criança do que uma própria criança?

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Dois capítulos em uma única semana? Não estou me reconhecendo mais KKKKKKKKKKK

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora