Capítulo 11

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|| Giorgian De Arrascaeta ||

-Me explica qual a necessidade disso? – digo em um tom de voz levemente alto.

Eu e Valentina ainda estamos "discutindo" a organização da minha comemoração de aniversário, mas, dessa vez, pessoalmente.

Ela enlouqueceu e agora quer que eu contrate uma empresa que disponibiliza robôs dançarinos gigantes que soltam fumaça pelas mãos. O problema disso? Eu pretendo fazer apenas um churrasco com um pagode e cerveja gelada.

-Vai ser divertido. – ela argumenta revirando os olhos.

-Seria divertido se isso fosse uma festa a noite, com várias pessoas e um DJ. – cruzo os braços vendo-a me imitar. – Eu pretendo fazer um simples churrasco.

-Repete. – ela pede me deixando confuso.

-Repetir o que? – minha sobrancelha arqueada fez ela rir minimamente.

-Você pretende fazer um simples... – ela me estimula a completar sua frase.

-Churrasco! – exclamo abrindo os braços.

-Seu sotaque é tão fofinho. – Valen junta as mãos na altura do seu rosto.

Reviro os olhos me jogando no sofá do meu apartamento que, por acaso, ela "invadiu".

Eu estava no treino quando Valentina chegou da casa dos seus pais. Assim que abri a porta do meu ap, dei de cara com ela assistindo minha Netflix e ainds reclamando das séries que eu vejo.

Próxima vez eu tranco isso na chave e não apenas na senha...

Me pergunto quando que eu dei tanta intimidade assim.

-Fofo é o carajo. – resmungo levando um leve tapa em meu braço. – Que foi?

-Já disse pra você não xingar. – ela liga o seu Tablet e volta a me mostrar as fotos dos robôs. – Isso seria incrível, Giorgian.

-Se a festa fosse a noite, seria mesmo. – retiro o aparelho eletrônico de suas mãos o colocando ao meu lado, bem longe dela. – Olha, Valen, eu não quero algo grande. Sei da sua animação e o quanto você gosta de festas e de aproveitar a vida, mas eu não.

-Você é careta. – ela faz uma cara feia logo voltando ao normal.

-Eu sou tímido, é diferente. – argumento vendo-a segurar a gargalhada.

Foi inevitável não rir da expressão dela. Valentina estava vermelha, a ponto de explodir na tentativa falha de segurar a sua risada contagiante.

-Nem você mesmo acredita nisso. – ela aponta o dedo na minha direção. – No dia que você for tímido, eu viverei eternamente.

-Pois se prepare para virar pedra, senhorita Felipinne. – passo a ponta do meu dedo por todo o seu nariz. Valentina tenta morder a minha mão, me fazendo recuar rapidamente.

-Me preparar para virar pedra? Eu tenho que me preparar para a decomposição. – ela joga o cabelo para trás o que a deixa extremamente charmosa. – Pelo menos vou ser um cadáver bonito.

-Cheio de rugas e cabelos brancos. – completo vendo-a revirar os olhos.

-Te garanto como, quando eu bater as botas, você vai se lembrar dessa conversa e vai ver como você não é nada tímido.

Valentina tenta pegar o seu tablet de volta, porém eu fui mais rápido e o afastei para mais perto da ponta do sofá, o que a impediu de pegá-lo.

Ela me lança um olhar nada agradável e, quando menos esperei, Valen pegou a minha mão e a mordeu.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora