Capítulo 107

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||Maria Valentina Felipinne||

Olho para aquela minúscula roupa rosa em meu colo e abro um pequeno sorriso de lado. Nunca imaginei chegar aos oito, quase nove, meses de gestação.

-E esse sorrisinho bobo? - Letícia indaga fazendo eu descer o meu olhar até ela já que a mesma estava sentada no chão do quarto de Aurora.

Decidi arrumar logo a minha mala para levar à maternidade. Minha filha pode nascer a qualquer momento e eu sinto que tenho que me preparar para isso.

Como uma boa madrinha, Letícia veio me ajudar com as coisas já que Giorgian viajou com o time para assistir a um jogo importante com eles e só chegará hoje a noite.

Meu marido já voltou aos treinos, mas ainda continua fazendo isso isolado pois ainda não está 100%.

-Eu estou feliz. - dou de ombros dobrando a pequena blusa. - Falta um mês para eu ter a minha filha nos meus braços e isso está me deixando muito ansiosa.

-Já pensou em como vai querer que seja o parto? - minha amiga pergunta parecendo animada com a situação.

Letícia e Gabriel têm babado muito a primeira afilhada do casal. Eu tive que reclamar com eles pois toda semana eles traziam um presente novo para Aurora.

Tenho uma leve impressão de que ela será muito mimada pelos padrinhos e pelo pai babão que tem.

-Eu vou respeitar o tempo dela. Quando Aurora achar que tem que nascer, ela virá ao mundo. - dou um pequeno sorriso.

A ideia de ter um parto normal me assusta. Já ouvi vários relatos pós-parto de mulheres que passaram horas sentindo dores para finalmente terem seus filhos em seus braços. Não sei se estou preparada para isso, ou se eu ao menos posso passar por tanto esforço.

O aneurisma tem sido um impasse que está ganhando a minha atenção cada vez mais, mas não de uma forma boa.

Tenho acordado várias vezes durante a noite com fortes dores, às vezes acompanhadas de tonturas. Tem sido difícil transparecer não sentir nada quando o meu corpo implora para que eu grite por conta das dores.

-Acho isso muito bonito da sua parte. - ela acaricia a minha mão logo voltando a olhar para a quantidade de roupinha espalhadas pelo quarto.

Ainda tenho que organizar cada gaveta onde as coisas de Aurora ficarão.

-E você e o Gabriel? - pergunto recebendo o seu olhar confuso. - Não conversaram sobre filhos?

-Várias vezes. - ela dá de ombros soltando uma pequena risada nasal. - Ele cismou que nós temos que ter um menino para namorar com a Aurora.

Faço careta logo rindo em seguida. Minha filha nem nasceu e já estão querendo arranjar um namorado para ela.

-Se Giorgian ouvir isso, ele enlouquece. - comento vendo ela concordar com a cabeça.

Letícia pega um pequeno boddy e o olha arqueando uma sobrancelha.

-Certeza que isso é coisa do Arrasca. - ela fala. - O Gabriel também queria comprar um, mas eu não deixei.

-O Giorgian quer que a Aurora saia da maternidade com esse boddy. - digo apoiando as minhas costas no acolchoado da poltrona.

-Você não vai deixar isso acontecer, não é? - Letícia pergunto com certo receio.

Dou de ombros pegando o boddy da mão dela.

-Até que ele é bonitinho. - minha amiga arregala os olhos me fazendo gargalhar. -Eu estou brincando.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora