Capítulo 108

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|| Maria Valentina Felipinne||

Suspiro abrindo os olhos mais uma vez. Essa noite está sendo uma das piores da minha vida.

Não consigo dormir de nenhuma forma, e, dessa vez, não é porque Aurora está se mexendo muito. A minha cabeça não para de doer mesmo eu já tendo tomado todos os tipos de medicamentos possíveis.

Suspiro me levantando da cama com certa dificuldade. Vou até a varanda do quarto abrindo a porta de vidro. Automaticamente um vento forte soprou fazendo os meus cabelos voarem para trás.

Como um reflexo, levo minhas mãos até os meus braços acariciando-os na tentativa de tirar aquela sensação ruim.

"-Infelizmente as notícias não são boas.

-Como assim, doutor? - indago preocupada.

O médico suspira colocando os meus exames sobre a mesa.

-O seu aneurisma cerebral não está mais reagindo aos remédios. Ele cresceu muito desde a nossa última consulta e isso é realmente preocupante.

Sinto meus olhos marejarem. Isso quer dizer que eu vou morrer?

-Estou vendo as alternativas mais eficazes para o seu tratamento, mas, se continuar assim, o aneurisma vai romper e não há nada que possamos fazer."

Levo minha mão até a minha barriga fazendo um leve carinho no local. Suspiro fechando os olhos e permitindo que o vento soprasse em meu rosto.

As lágrimas já rolavam pelas minhas bochechas e eu tenho certeza de como isso só irá aumentar a minha dor de cabeça.

-Vamos lá, Aurorinha, só um chute e a mamãe já fica feliz. - sussurro acariciando a minha barriga.

Aurora não chutou e isso só me deixou mais triste.

-Mamãe te ama. - minha voz quase não saiu.

Por mais que eu tente fingir que nada está acontecendo, os meus olhos mostram ao mundo o quão mentirosa eu sou. São esses pequenos detalhes que me entregam.

Sinto uma forte dor, a qual me fez resmungar um pouco alto. Fecho os meus olhos com força e me encolho.

-Valen? - ouço a voz rouca de Giorgian me chamar, mas eu não tinha forças para sair do lugar e mentir mais uma vez. - Valentina?!

A sua fala soou mais alta e preocupada. Consegui abrir um pouco os meus olhos, o que me fez ter a visão de Giorgian olhando para os lados.

Ele estava me procurando com o seu olhar, mas a dor que eu sentia era tão forte que não consegui dizer nada.

Quando o jogador me encontrou, ele rapidamente levantou da cama e veio ao meu encontro.

Giorgian não sabia o que fazer, é nítido o desespero habitando o seu corpo.

-A minha cabeça. - minha voz saí por um fio.

O jogador me guia até a cama me colocando deitada nela. Ele caminha até o outro lado do quarto e pega o seu celular.

-Nós vamos para o hospital. - ele fala um pouco alto.

Eu não quero ir para o hospital, não quero enfrentar a realidade, não quero que ela me machuque. Mas eu também não tive forças para protestar.

Minhas mãos ainda estavam sobre a minha cabeça. Eu apertava o local na tentativa de diminuir a dor, o que não funcionou.

-Não me deixe morrer. - suplico chorando assim que ele se aproximou. - Por favor, Giorgian, não me deixa partir sem antes conhecer a nossa filha.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora