Capítulo 16

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||Maria Valentina Felipinne ||

-Ainda não entendo como que vocês se encontraram no mesmo restaurante. – comento baixo para que os homens não escutem.

Eles estavam mais afastados, próximos à cozinha, e conversavam algo relacionado à futebol e fórmula 1. Enquanto isso, eu e a garotas voltamos ao assunto que mais gerou "discussão" durante a noite.

-Ou como que ele foi capaz de observar tantas coisas sem que a Rafaella percebesse. – Marília faz uma careta ao pronunciar o nome da mulher.

-O que mais me intrigou foram as provocações dos dois. – Bruna complementa. – Parece que estavam disputando para ver quem se saía melhor.

-Estávamos em mesas bem próximas, nada de muito chocante. – Letícia dá de ombros como se isso não tivesse importância. – Me subiu um ódio na hora que eu vi o Gabriel, não era pra ele ter me visto ali.

-Qual o problema? – pergunto rindo da cara que ela fez.

-Ele vai me zoar eternamente. – minha amiga resmunga deitando a sua cabeça sobre o ombro de Bruna.

-Aproveita que eles estão longe e nos fala – Marília se vira para Letícia e segura nas mãos dela. –: como que foi o encontro?

-Foi ótimo. – ela suspira frustrada. – E eu me odeio por ter gostado tanto.

-E qual o problema disso? – pergunto enquanto ela fecha seus olhos.

-Eu não quero correr o risco de me apaixonar. – ela faz um bico como se fosse chorar. – Eu nasci pra ser golpe.

-Todos temos que viver um romance algum dia da nossa vida. – Marília sussurra em seu ouvido. – Até mesmo as piranhas.

-Romances envolvem amor, amor te deixa vulnerável e isso acaba te machucando. – Letícia abre os olhos e intercala seu olhar entre nós. – Querem me ver machucada?

-Nem sempre o amor vem pra nos derrubar. – comento acariciando o seu cabelo. – E ninguém morre de amor.

-Todo mundo diz isso – ela olha no fundo dos meus olhos e completa sua fala –, mas ninguém nunca disse o quão perto da morte nós andamos por amar demais.

-Isso foi profundo. – Bruna junta suas mãos na altura do seu queixo e olha para Letícia preocupada.

-É claro que isso não acontece em todos os relacionamentos. Bruninha e Marília estão aqui de prova. – Letícia dá de ombros tentando disfarçar sua voz melancólica. – E a Tina só não vive um amor por medo.

-Medo? – sussurro sem entender.

-Já reparou na maneira que ele te olha? – direciono o meu olhar até o uruguaio.

Ele e Gabriel estavam sorrindo. Ambos bem entretidos na conversa, tanto que nem notaram as 4 mulheres os olhando de uma vez só.

-Se alguém me olhasse dessa forma, eu nunca permitiria perder a oportunidade de tê-la ao meu lado. – Letícia conclui ganhando minha atenção.

-As coisas não são tão simples quanto parecem. – meu tom de voz quase inaudível acompanhou a minha cabeça baixa. – Tem diversas coisas que nos impedem de ficar juntos.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora