Chego ao centro de treinamento do Flamengo e logo sou barrada na entrada por um homem alto e forte.
-A senhorita não pode passar por aqui. - ele diz se colocando em minha frente.
-Com licença, mas eu posso sim. - dou um passo para o lado, porém ele faz o mesmo. - Eu preciso seriamente entrar aí.
-Sabe quantas pessoas aparecem aqui me dizendo isso? - ele questiona de forma ríspida.
-Não e isso também não me interessa. - o homem, o qual eu ainda não sei o nome, arqueia uma sobrancelha.
Foi aí que eu percebi que, se existia alguma chance de que eu conseguisse entrar no CT, essa chance acabou de morrer.
Fecho os olhos com força me xingando mentalmente. Dou meia volta e me sento no chão a espera de que o treinamento acabe logo e que ele saia. Certamente eu irei reconhecer o seu carro.
Já se passaram alguns minutos, talvez horas, e eu perdi a conta de quantos carros já saíram de dentro desse lugar, mas nenhum era o de Giorgian.
Eu estava prestes a desistir de esperar. Era muito mais fácil encontrá-lo no condomínio.
Me levanto sendo seguida pelo olhar do homem de hoje mais cedo. Me aproximo dele e suplico:
-Me deixa entrar aí, por favor. - ele suspira. - Eu juro pra você como isso é urgente.
-Eu não posso fazer isso.
Reviro os olhos me afastando. Olho para trás vendo que o portão havia aberto outra vez.
Abro um largo sorriso ao reconhecer o carro - mesmo que não seja o que eu esperava ver.
Gabriel abaixa o vidro do seu automóvel e faz uma careta ao me ver.
-O que você está fazendo aqui? - ele pergunta ao me ver se aproximar. - Achei que estivesse trabalhando.
-Eu preciso falar com o Giorgian. - ignoro a sua pergunta. - É urgente.
-Vão se resolver? - o camisa dez do Flamengo questiona sorrindo de lado. - Finalmente!
-Eu preciso conversar com ele. - reforço.
-Sinto muito, Tina, mas o uruguaio foi embora do treino mais cedo. - Gabriel lamenta fazendo uma cara preocupada. - Ele disse que não estava se sentindo bem e teve que ir embora.
-O que ele tinha? - minha voz saiu mais preocupada do que o que deveria.
-Não sei. Ele não disse a ninguém. - o jogador dá de ombros me fazendo suspirar.
Não respondi mais nada, apenas me afastei do seu carro a passos largos indo em direção ao meu.
Várias coisas se passaram pela minha cabeça nesse exato momento, mas as duas que prevaleceram eram muito contraditórias.
Giorgian estava mal esse tempo todo e eu não me permiti ver, ou esse é só mais um aviso de que eu não deveria vê-lo?
Entro no carro e aperto forte o volante. De qualquer forma, eu teria que colocar os pés naquele prédio, eu moro lá.
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