Capítulo 69

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|| Maria Valentina Felipinne||

Sinto minha cabeça doer mais do que o comum. Levo minha mão até o local sentindo que havia algo nela.

Foi aí que eu abri os olhos e percebi que não estava na minha casa, muito menos na minha cama.

-Mais que droga. - murmuro fechando os olhos fortemente ao me recordar o que havia acontecido.

Minha pressão me deixou na mão outra vez, mas agora foi mais intenso.

Estava me arrumando para ir trabalhar quando minha visão ficou turva e, logo em seguida, tudo escureceu. Depois disso eu não me lembro mais de nada.

Suspiro abrindo devagar os olhos.

Como que eu vim parar aqui?

Me levanto da cama com certa dificuldade. Olho para minha mão vendo que havia uma agulha ligada a um soro nela. Faço cara de dor no instante em que puxei o objeto deixando-me livre para circular pelo quarto.

Vou até a porta abrindo-a devagar. Eu preciso sair daqui, mas onde fica o local de saída?

Engulo seco no instante em que um enfermeiro aparece em minha frente. Ele cruza os braços com um pequeno sorriso nos lábios e nega com a cabeça.

-Acho que alguém estava querendo fugir. - sua voz soou divertida.

-Eu já estou bem. - levo minha mão até a minha cabeça sorrindo levemente. - Pode me dizer onde que fica a saída?

-Não, eu não posso. - suspiro revirando os olhos. - Mas se você virar, vai voltar para o lugar de onde você nem deveria ter saído.

Jogo a cabeça para trás e logo percebo que essa não foi uma boa ideia. Me recomponho ainda sob o olhar dele.

O enfermeiro leva os seus olhos até minha mão e franze o cenho confuso ao ver o esparadrapo nela.

-Você não deveria estar tomando soro?

-Surpresa. - tento quebrar o clima tenso com a intenção de não levar uma bronca.

Relaxo os ombros me dando por vencida no mesmo momento em que ele apontou para a porta do quarto atrás de mim. Me deito novamente na cama vendo-o se aproximar.

Ele coloca o soro novamente em minha mão e, dessa vez, reforça colocando mais um pedaço daquela fita branca sobre ela.

-Espera bem aqui um pouquinho que eu já vou chamar o médico. - ele diz.

-Você sabe quem me trouxe? - pergunto vendo-o negar com a cabeça.

-Não. Mas eu posso pedir para o médico liberar as visitas para você. - sorrio minimamente enquanto ele se afasta.

A porta do quarto é fechada pelo enfermeiro. Suspiro deitando a minha cabeça no travesseiro.

"-Se eu souber que você não está tomando os remédios direito Maria Valentina, eu vou lhe ensinar a tomar."

-Pois é, mãe. Eu segui tudo certinho e mesmo assim ainda vim parar aqui. - rio sem graça. - Talvez o meu destino seja esse.

A porta do quarto logo é aberta e uma voz chama a minha atenção.

-Tina?! - Letícia estava com um largo sorriso ao me ver. - Que susto que você me deu.

Ela se aproxima rapidamente após fechar a porta.

-Eu estou bem. - rolo os olhos enquanto ela cruza os braços.

-Certeza? - sua sobrancelha arqueada e o sarcasmo me fez ver a versão feminina do Gabriel.

Antes que você diga Adeus! - Giorgian De ArrascaetaOnde histórias criam vida. Descubra agora