Como Seduzir o Seu Marido

Capítulo 6 - Morgan

Ao contrário do que se esperaria de um momento fúnebre, o funeral de Anthony aconteceu em uma tarde ensolarada de clima agradável que logo deu lugar a uma noite de céu límpido. O jardim havia se provado grande demais para a quantidade diminuta de pessoa que havia comparecido ao velório, especialmente porque a maioria delas eram representantes ou secretários dos "amigos" de Anthony, que haviam comparecido em nome de seus patrões e partido antes mesmo que o caixão pudesse ser levado até o cemitério. Se não fossem por algumas lágrimas ocasionais de Charlie, Anthony teria sepultado na mais completa frieza, cercado apenas pelos sussurros entre Samantha e seus advogados, que nem sequer estavam se preocupando em disfarçar o quanto queriam que aquilo acabasse o mais rápido possível.

O tempo inteiro, Morgan permaneceu com Charlie nos braços, protegendo-a dos pêsames vazios dos convidados insensíveis e da expressão cheia de veneno de Samantha, que parecia mais disposta a fuzilar a enteada com o olhar, do que dar seu último adeus ao marido. Felizmente, logo a cerimônia silenciosa no cemitério teve fim e, assim que a última pá de terra foi colocada sobre o caixão de Anthony, Morgan apressou-se em levar Charlie para o carro, nem ao menos precisando olhá-la para saber que ela estava ansiosa para ir embora. Infelizmente, ainda havia uma última coisa que eles precisavam fazer, antes que ele pudesse leva-la de volta para seu apartamento e tentar fazê-la sorrir novamente.

Foi com as mãos apertando o volante e os ombros tensos que ele dirigiu de volta à mansão dos Manson, tentando especular quais os planos de Samantha e porque ela parecia tão satisfeita quando o enterro teve fim e os advogados puderam anunciar que estava na hora da leitura do testamento. Revendo tudo o que ele sabia sobre os bens de Anthony em sua mente, Morgan não conseguia imaginar nenhuma maneira de Samantha conseguir trapacear durante a partilha da herança, mas ele sabia que os Manson tinham a tendência de ser sorrateiros. Se Anthony tivesse feito alguma mudança de última hora em seu testamento, sem ninguém além da esposa e de seus advogados pessoais saberem...

— Você está bem? — Charlie murmurou, quando eles finalmente chegaram ao antigo escritório do pai dela, antes mesmo que T anya — Parece tão preocupado... Acho que alguma coisa vai dar errado?

— Não me deixe perturbar você. Eu sou apenas pessimista e não posso evitar me preocupar com todos os piores cenários possíveis, mesmo sabendo que eles jamais aconteceriam. — ele procurou acalmá-la, esforçando-se para abrir um sorriso tranquilo — Tudo vai ficar bem, pode ter certeza. — ao perceber que ela não parecia tão certa sobre aquilo e parecia pronta para questioná-lo novamente, Morgan se apressou em encontrar algo para distraí-la — Por que não falamos sobre coisas boas, enquanto esperamos? O que vai fazer com a herança do seu pai?

— Você fala como se ele fosse deixar tudo para mim. — Charlie revirou os olhos.

— Bem, talvez não tudo, mas o suficiente para você comprar uma casa, ajudar Vivian com a ONG e finalmente pagar sua faculdade de veterinária. — ele comemorou, fazendo os olhos dela brilharem apenas com a mínima menção ao que ele sabia ser seu sonho de longa dada.

— É... Você tem razão. Acho que passei tanto tempo acreditando que só poderia ser livre e construir minha própria vida quando fizesse 21 anos e pudesse receber a herança do meu avô... Que mal consigo acreditar que tudo isso está prestes a acontecer. — ela suspirou, estendendo a coluna na poltrona em que estava sentada, como se toda a força tivesse abandonado seu corpo — É surreal. Mas, se tem algo que eu sei, é que vou fazer minha inscrição na faculdade amanhã mesmo e Deus tenha piedade da alma da Vivian se ela se negar a aceitar meu dinheiro. Do contrário, eu vou ser seriamente obrigada a comprar a casa inteira e me tornar a credora dela, apenas para me vingar.

— Aposto que aqueles animais nunca vão ter visto um lugar tão grande, depois que você terminar o que está planejando. — ele riu, sentindo seu coração aquecer apenas ao imaginar o quanto ela ficaria feliz ao fazer tudo aquilo.