Por um momento, assim que acordou, Charlie achou que ainda estava sonhando. Era a única explicação possível para o porquê os braços de Morgan estarem ao redor de sua cintura, pressionando cada centímetro de seu corpo contra o dele, inclusive a parte exposta de seu peito que a camisa entreaberta revelava.
Pelo máximo de tempo possível, e que ela teria prolongado até se tornarem séculos, Charlie ficou congelada no lugar, com medo de que qualquer movimento poderia acordar Morgan e acabar com aquele momento perfeito. Por isso, ela apenas permaneceu relaxada, com a bochecha descansando contra o peito dele, e aspirou profundamente seu perfume, querendo memorizar como era a sensação de senti-lo tão de perto. A única parte dela que não conseguiu se acalmar, é claro, foi sua mente, e em pouco tempo ela se viu perdida em uma infinidade de fantasias e cenários em que ela poderia sentir ainda mais do calor dele, percorrer cada centímetro da pele dele com a ponta dos dedos e finalmente descobrir qual era o sabor de seu beijo.
É claro, dormir com ele de verdade seria fantástico, mas não era mais apenas aquilo que ela queria. Sendo honesta, nunca tinha sido. Contudo, perder seu último parente, por mais que ela e Anthony tivessem permanecido até o último dia da vida dele quase como completos estranhos, a havia deixado dolorosamente sensível ao fato de que ela estava a um passo de ficar totalmente sozinha no mundo. É claro, havia também Vivian e até mesmo Jack, mas... Ela sabia que nunca seria tão próxima de alguém quanto estava se sentindo de Morgan, naquele momento. Tudo o que ela mais queria agora era que ele a segurasse daquela maneira para sempre, para impedir que a solidão a engolisse.
Para seu mais completo azar, porém, em algum instante do tempo em que ela estava perdida em seus pensamentos, Morgan pareceu acordar e, muito gentilmente, seus braços começaram a sair de perto da cintura dela, assim como seu peito de debaixo de seu rosto. Com um grunhido magoado, ela o apertou com toda a força que conseguiu, frustrada.
— Você está tentando fugir de mim? — ela o questionou, com a voz abafada pela camisa dele.
— Nunca. — mesmo não tendo erguido a cabeça, ela sabia que ele estava sorrindo ao dizer aquilo — Eu apenas queria surpreender você com café da manhã na cama, para melhorar um pouco o seu humor. Mas podemos continuar assim, se você quiser.
— Hmmm... — ela ponderou silenciosamente — Como vai ser o dia de hoje depois... Do que aconteceu? — ela perguntou, hesitante.
— É provável que o corpo de Anthony seja liberado do hospital em breve, então ele irá direto para a funerária e o velório e o enterro vão começar a ser preparados. Mas não se preocupe, nós só vamos ter que comparecer a eles daqui a dois ou três dias. Você vai ter tempo para se recuperar um pouco, até lá.
— E eu suponho que não vou poder evitar encontrar com Samantha em nenhum desses dois momentos, não é? — ela suspirou, exausta desde já.
— Eu vou ter certeza de que ela não incomode você, de maneira nenhuma. — foi tudo o que ele lhe respondeu, categórico, mas a atmosfera sombria entre os dois pareceu se dissipar assim que um ronco alto soou de dentro do estômago dela, fazendo Morgan rir — O que acha de nos levantarmos um pouco, apenas para comer?
— Bem... — bufando, ela envolveu os braços com ainda mais força ao redor do pescoço dele, erguendo suas pernas para poder enlaça-lo também pela cintura — Eu vou pensar no seu caso.
Ainda um pouco emburrada por sua fome estúpida estar prestes a arruinar aquele momento perfeito, Charlie se recusou a deixa-lo ir, fingindo estar se preparando para levantar apenas para poder se esfregar contra o corpo dele, como um gato. Preguiçosamente, ela pressionou seus seios contra ele, sentindo a dureza de seu peito e dos músculos em seus braços e ombros, que pareciam estar ficando cada vez mais tensos, por alguma razão. Porém, foi apenas quando ela subiu um pouco mais suas pernas, fazendo com que suas coxas ficassem na altura das dele, quase rodeando seu quadril, que Morgan de repente se afastou por completo dela, levantando-se da cama em um salto, para ficar de costas para ela.
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Como Seduzir o Seu Marido
RomanceDesde os 17 anos, Charlie Foster é apaixonada por Morgan Sullivan, o gentil sócio de seu pai que rapidamente se tornou seu melhor amigo. Agora, aos 20, e depois de várias tentativas frustradas de fazer Morgan vê-la como mulher, Charlie se vê impedid...